Sigurd e Brunhilde

SIGURD E BRUNHILDE

Sigurd era um jovem herói nórdico, que abatera o dragão Fafnir, guarda de um valioso tesouro e depois rumara para uma misteriosa montanha. Ali, libertara a valquíria Brunhilde (filha de Odin, o mais poderoso dos deuses) de um sono amaldiçoado, fruto de um castigo imposto a ela por desobediência a seu pai. Depois disto, Sigurd partira, mas com a promessa de retornar em breve para os seus braços.

O herói seguiu assim sua marcha, cavalgando por vários dias até que chegou ao castelo do rei Giuki; um nobre poderoso e que tinha várias filhas solteiras. Grimhilde, esposa de Giuki e mãe de todas estas infelizes moças, ao sabei’ da chegada daquele jovem e belo cavaleiro, que era filho de uma rainha, retomou o plano de casar as filhas. –

Este não escapará! – disse ela, esfregando as mãos.

– Ora, Grimhilde, deixe de bobagens! – disse o velho rei, enfastiado. – Sabe lá se ele já não é um homem casado, ou ao menos comprometido?

– Asneiras! – disse a rainha, correndo, imediatamente, para os seus aposentos, onde pegou um pequeno frasco, que continha a poção mágica do esquecimento. – O loirinho valente cairá como uma luva para Gudrun!

Gudrun era uma das filhas encalhadas do velho casal. Não era nada feia e, de fato, prometia fazer um belo par com o jovem forasteiro. Os olhos da mãe de Gudrun brilharam ainda mais, quando uma serva veio lhe dizer que o forasteiro trazia consigo um grande baú. – Dê um jeito de descobrir o que há dentro! -disse ela à serva, uma criatura baixinha e roliça, que amava uma bisbilhotice mais que tudo neste mundo.

A serva cumpriu a tarefa com sua habitual eficiência.

– Ouro e jóias, minha rainha! – disse ela, com as bochechas escarlates.

– Tem certeza, sua idiotinha? – perguntou Grimhilde, mordiscando a unha.

– Ouro e jóias! – repetiu a serva.

– Ótimo! Será devidamente recompensada!

– Muito obrigada, generosa rainha! – disse a serva, que, no entanto, já havia se recompensado por conta própria ao tirar uma ou duas coisinhas lindas do baú, pois sabia de longa data, que promessas de rainha valiam ainda menos do que as suas.

Houve, então, uma grande recepção ofertada a Sigurd, na qual a rainha deu um jeito de fazer chegar aos lábios do jovem uma taça de sua poção maldita.

– Esta é minha filha Gudrun – disse a rainha, apresentando a filha a Sigurd, que parecia um pouco tonto.

– Ah… muito prazer… – disse Sigurd, enxergando a moça por detrás de uma espessa névoa. Esta névoa mental foi, pouco a pouco, apagando a sua amada Brunhilde da lembrança, de modo que, em poucos instantes, já nada restava mais da bela valquíria em sua mente – tampouco em seu coração.

– Que achou de minha filha? – disse a rainha, de maneira insidiosa a um Sigurd ainda atordoado.

– Gudrun… a sua filha? – disse Sigurd, observando a jovem.

– Sim, quer se casar com ela? – fulminou a rainha, à queima-roupa.

– Grimhilde! – disse o rei, de modo ríspido, dando-lhe um puxão na roupa.

– Quieto, idiota! – rosnou ela ao ouvido do rei. – Deixe-me salvar a honra de pelo menos uma de nossas filhas!

Sigurd tergiversou da primeira vez, mas foi assediado com tanta insistência pela rainha que acabou por se render aos encantos de Gudrun, a qual, como já dissemos, não era nada desprezível. – Está bem, persistente rainha – disse Sigurd, recobrando o seu bom humor. – Casarei com sua encantadora filha!

Grimhilde chorou de emoção o resto da noite. Dali a um mês, Sigurd casou-se com Gudrun em uma grande festa, na qual foi apresentado a Gunnar e Hogni, os irmãos de sua esposa, que haviam chegado às pressas para o casamento.

Gunnar e Hogni: dois cunhados que não fugiriam à regra.

***

Gunnar era um jovem nobre, fútil e enfastiado, que, a exemplo de sua irmã, via no casamento a panacéia para todos os seus males. Ao ver que a irmã conseguira arrumar um homem valente e decidido, resolveu tirar vantagem desta brilhante aquisição. – Sigurd, agora que somos irmãos, creio que posso tomar a liberdade de lhe fazer um pedido –

disse Gunnar, assumindo, ativamente, o seu papel de cunhado.

– Claro, meu irmão, faça-o de uma vez! – disse Sigurd, num açodamento que revelava bem a sua inexperiência.

– Há uma bela mulher, que está enfeitiçada há muitos anos em Hindarfiall. – Esta palavra produziu um ligeiro reflexo na mente de Sigurd, apagado, rapidamente, pela torrente das palavras do cunhado. – Seu nome é Brunhilde e ela é filha adotiva do rei Atli.

– E o que o impede de ir até ela?

– Acontece que o castelo está cercado por um anel de chamas.

– Brunhilde… um anel de chamas…

– O pai verdadeiro dela é Odin e a encerrou no castelo sob esta cortina de fogo, num sono profundo, de forma que somente um herói destemido poderá atravessar as chamas e despertá-la outra vez para a vida. – Gunnar sabia, perfeitamente, que Sigurd era o homem perfeito para realizar esta proeza, já que ele era um covarde absoluto. – Sigurd, você enfrentou e matou um dragão sem nem mesmo piscar os olhos! – disse Gunnar, implorativo. – Faça isto por mim!…

– Mas, Gunnar, você ao menos já tentou fazer isto e ser digno do amor dela? – disse Sigurd, ligeiramente incomodado com a covardia do cunhado.

– Sim, mas as chamas quase engoliram a mim e ao meu cavalo! – disse Gunnar, com um tom de voz um tanto inconvincente.

– Está bem – disse Sigurd, inclinando-se à generosidade. – Irei até o palácio e a despertarei para você. – Sigurd, tendo perdido a memória, esquecera-se do fato de que ele próprio já fizera isto.

– Mas, como fará para se parecer comigo? – disse Gunnar, que, pouco inteligente, havia se esquecido, até então, deste importantíssimo detalhe.

– Tenho comigo um pequeno objeto, que fará isto à perfeição – disse Sigurd, erguendo a mão e mostrando num dos dedos o anel do dragão. – Se eleja foi capaz de transformar um anão em um dragão, por que não me dará a sua aparência?

Gunnar sorriu de felicidade, pensando que Brunhilde seria sua dentro de muito pouco tempo. No mesmo dia, começou os preparativos para a viagem de Sigurd. – Não esqueça, porém, de guardar a castidade enquanto estiver com ela, pois quero que Brunhilde seja somente minha – disse Gunnar, num ligeiro assomo de ciúme.

– Nada tema: casei-me com sua irmã e jamais iria desonrá-la – disse Sigurd, com firmeza. – Além do mais, não se esqueça de que estarei com a sua aparência, e não a minha, o que facilitará as coisas – acrescentou com uma nota ligeira de ironia na voz. –

Gunnar guardou na alma, com todo o cuidado, aquela pequenina perfídia. Era o pretexto que esperava para poder, mais adiante, exercer livremente a sua ingratidão.

***

Sigurd chegou ao palácio de Hindarfiall naquela mesma noite e, após atravessar as chamas, apresentou-se a Brunhilde como aquele que teria direito legítimo a desposá-la. A valquíria, aterrada, tentou argumentar, dizendo que outro homem já a havia despertado anteriormente. Sigurd, entretanto, não deu ouvidos às suas queixas e exigiu que ela se deitasse com ele. Brunhilde, sem meios de defesa e temendo a infâmia de uma violação, acabou por ceder e admitir dividir o leito com aquele estranho (pois não pudera perceber que se tratava, na verdade, de seu amado Sigurd). – Vamos – disse o falso Gunnar, estendendo para Brunhilde a sua áspera mão. – Brunhilde, abaixando a cabeça, entrou em silêncio para seu quarto, seguida do estranho. Gunnar-Sigurd, entretanto, levava consigo a sua espada, Notung, e tão logo deitou-se ao lado de Brunhilde, colocou-a entre seus corpos, honrando, deste modo, a promessa que fizera ao irmão de sua esposa.

No dia seguinte, ambos retornaram ao castelo de Gunnar, onde a verdadeira pessoa assumiu a sua condição de marido de Brunhilde, enquanto Sigurd -já com seu aspecto real – retornava para os braços de Gudrun, a sua legítima esposa. Brunhilde, por sua vez, recebera das mãos de Gudrun uma taça, contendo a mesma poção maldita, que apagara da lembrança de Sigurd o passado.

– Esta é sua, querida – disse Gudrun, que havia sido bem orientada por sua pérfida mãe. – Façamos todos um brinde à minha nova irmã!

A partir deste instante, Brunhilde perdeu também a lembrança de Sigurd, que pôde reaparecer diante dela com sua face original.

E assim, durante alguns meses, viveram todos em paz e harmonia até que, um dia, surgiu uma disputa entre as duas mulheres por uma tola questão de vaidade.

– Meu marido Sigurd é maior do que o seu! – bradava Gudrun, quase histérica, no salão do trono.

– Hó-hó!, a idiotinha! – debochava Brunhilde. – Gunnar é infinitamente mais valoroso!

Quem foi que atravessou as chamas para me libertar?

– E quem foi que matou um dragão, cara a cara? Foi o tolo do seu marido?

– Modere a língua, sua viborazinha! – exclamou Brunhilde, colérica. -Lembre-se de que Gunnar é seu irmão!

– Irmão idiota, por ter aceito casar-se com uma rameira!

Uma bofetada estalou na face de Gudrun, que rompeu num pranto aceso. – Valquíria maldita!… – exclamou ela, encurvando os dedos aduncos de unhas mais afiadas que as da sua gata branca. – Então, diante da agressão, esqueceu-se da prudência e desatou de uma vez o nó que prendia a sua língua: – Você não passa de uma enganada! – exclamou Gudrun, cuja língua desatada vibrava com a mesma desenvoltura de um chicote. – Foi meu marido, Sigurd, no lugar de Gunnar, quem atravessou as chamas para deflorá-la!

– Mentira! – gritou Brunhilde, possessa.

– Veja! – disse Gudrun, mostrando o anel que Sigurd lhe dera. – Não o reconhece?

Era o anel que Sigurd tomara ao dragão. Como fora parar nas mãos de Gunnar e depois de Gudrun?, pensou Brunhilde. E, então, tudo, subitamente, ficou claro: ela fora vítima de uma trama imunda.

– Foi Sigurd quem a seduziu, em nome de Gunnar! – disse a rival, explodindo, em seguida, numa gargalhada hedionda, que cresceu de intensidade ao ver a confusão estampada no rosto da rival abatida. Brunhilde recolheu-se ao silêncio e, a partir de então, começou a tramar uma terrível vingança contra Sigurd. Procurou, imediatamente, o marido e, depois de xingá-lo bastante, exigiu dele uma sangrenta reparação. – Quero que mate o marido de Gudrun! – disse ela, com a boca espumando.

– Matar Sigurd? O que está dizendo? – disse Gunnar, atônito.

– Você acha que poderei andar de cabeça erguida depois desta comediazinha de erros que armaram para cima de mim?

– Ora, Brunhilde querida… Foi apenas um meio de que me servi para poder conquistá-la…! – disse Gunnar, acariciando a esposa.

– Um meio para me humilhar, você quer dizer!

De repente, uma idéia perversa cruzou o cérebro de Brunhilde como uni relâmpago, e ela não hesitou em apanhá-la pelo rabo. – E você, seu ingênuo… acreditou mesmo que o cínico do Sigurd tenha dormido ao meu lado sem me tocar?

Gunnar permaneceu alguns instantes sem compreender.

– Acreditou, então, naquela historinha da espada metida entre nós?

Um riso escarninho partiu dos lábios de sua esposa, que era a resposta inequívoca à sua própria pergunta.

– Está mentindo! – esbravejou Gunnar, lembrando, porém, ao mesmo tempo, da ironia que o cunhado havia feito antes de partir. Isto foi o bastante para fazer cessar em seu peito aquela incômoda gratidão, que o perturbava desde o casamento. – Se foi assim mesmo… ele pagará com a vida!

– Sim, seu imbecil, três afrontas à nossa honra perpetrou este vilão: contra mim, contra você e também contra a sua irmãzinha…!

Gunnar foi imediatamente procurar seu irmão Hogni. Mas, este não queria saber de encrencas; além do mais, havia feito junto com Gunnar um pacto de sangue com Sigurd, que unira os três como novos irmãos, logo depois do casamento de Sigurd e Gudrun. –

Guttorm, entretanto, não chegou a tempo do casamento, nem tampouco do pacto, está lembrado? – disse Hogni, referindo-se a um terceiro irmão, que andava desaparecido.

– Claro! – exclamou Gunnar, aliviado. – Guttorm fará o serviço!

No mesmo dia, um mensageiro foi procurar o tal Guttorm, que andava caçando numa distante floresta. Quando ele retornou, os dois irmãos se apoderaram dele avidamente: – Guttorm, precisamos que você limpe a honra de nossa família!

– Limpar o quê? – disse Guttorm, sem entender nada.

– A nossa honra, Guttorm! Somente você poderá fazê-lo!

– Mas como? Por quê? O que houve?

– Silêncio! – esbravejou Gunnar.

Os dois irmãos contaram, então, a Guttorm toda a história, da qual seu cérebro limitado não compreendeu nem a terça parte. Mas, como havia sangue na história, seus ouvidos de caçador permaneceram atentos. – E o que eu levo nisto? – quis saber ajuizadamente.

– O tesouro de Sigurd será todo seu! – disse Hogni.

Gunnar fuzilou-o com o olhar. Ele esperava convencer o irmão apenas com um belo discurso sobre a honra e a dignidade da família, mas Hogni estragara tudo.

– Negócio fechado! – disse o bruto e, agora, não havia mais como voltar atrás.

Duas noites depois, Guttorm foi, pé ante pé, até o quarto de Sigurd, que dormia ao lado de sua esposa. Após abrir uma pequena fresta na porta, meteu metade de seu corpo para dentro, mantendo com cautela a outra metade do lado de fora. Uma espada afiada pendia da mão do assassino. Então, quando olhou para o rosto de Sigurd, percebeu que este tinha os olhos abertos e que o mirava de um modo terrificante.

Guttorm esgueirou a outra metade de seu corpo para fora do quarto e fechou a porta rapidamente. Seu cunhado parecia uma assombração; ao menos, foi esta a nítida impressão que aqueles olhos arregalados lhe deram. Estava pronto para desistir, quando lhe veio à mente o tesouro prometido. Então, retornou do mesmo jeito que antes, abrindo nova fresta à porta. De novo, metade do seu corpo introduziu-se pela fenda e, de novo, o olhar pavoroso de sua vítima congelou-lhe os ossos sob a pele. “Parece já um habitante de Hei!”, pensou Guttorm, terrificado.

Depois de muito tempo, Guttorm abriu a porta pela terceira vez. Desta vez, o mataria ou fugiria em definitivo. Guttorm entrou – desta feita, com todo o corpo – e foi até a cama, onde Sigurd, finalmente, dormia. “Provavelmente, das outras vezes, ele também estivesse dormindo, só que de olhos abertos”, pensou, tentando se acalmar. “Muitos dormem desta maneira.” Então, ergueu sua espada e desferiu um golpe mortal bem no peito do jovem.

Sem retirar a espada da ferida, Guttorm saiu correndo do quarto e já quase alcançava a porta, quando sentiu que suas pernas fraquejaram completamente. “Que hora para me faltarem as pernas!”, pensou num relâmpago, antes de tombar ao chão, já do lado de fora.

Uma fraqueza total apoderou-se de si, quando tentou reerguer-se. “Mas, o que está acontecendo?”, pensou, tentando desesperadamente colocar-se em pé outra vez. Foi, então, que compreendeu, num último lampejo de consciência, que já não tinha mais pernas!

Sim, pois tão logo Sigurd fora atingido pelo golpe mortal do agressor, erguera-se e vira o assassino prestes a escapar. Tomara, então, de sua espada e a arremessara com tanta força em sua direção que cortara Guttorm pela cintura, de tal modo que a metade inferior de seu corpo ficara dentro e a superior para fora do quarto.

E foi assim que tanto Sigurd quanto Guttorm pereceram um pelas mãos do outro.

Gudrun, por sua vez, acordou com todo aquele movimento apenas para descobrir que seu marido já estava morto e que ela própria estava com as vestes iodas molhadas do seu sangue. Um grito de pavor atroou as paredes de pedra do castelo, fazendo com que todos acorressem, imediatamente, para o quarto do casal. Mas nada mais havia a ser feito: a vingança de Brunhilde estava concretizada.

Gudrun acusou a cunhada de ter tramado a morte de seu marido e esta não se deu ao trabalho de negar. Aos poucos, porém, Brunhilde foi recuperando a consciência dos verdadeiros laços que a ligavam a Sigurd – talvez por força da morte dele ou do choque dos acontecimentos. O fato é que um profundo remorso foi se apoderando da pobre valquíria, de tal sorte, que, no dia do funeral de Sigurd, ela aproximou-se da pira onde dali a instantes seria queimado o corpo de seu amado (pois, agora, ela tinha consciência plena do seu amor), e retirando do seio um afiado punhal, enterrou-o no peito, pedindo em suas últimas palavras para ser queimada ao lado de Sigurd. E assim foi feito: Sigurd e Brunhilde foram queimados na mesma pira, tendo, entre eles, a espada do herói, tal como na noite em que ele provara a todos a sua lealdade.

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