Sigmund e a espada enterrada

Signy era a bela filha de Volsung, rei dos Unos. Ela tinha um irmão gêmeo chamado Sigmund e este foi o único de seus nove irmãos a tomar o seu partido, quando ela se negou a casar com Siggeir, rei dos Godos.

Contudo, o casamento realizou-se, afinal, no grande salão do castelo dos Volsungs, onde se reuniram todos os convidados. Siggeir, o noivo, estava radiante, trajado em finas vestes e portando jóias mais preciosas do que a própria Signy, sua futura esposa, a qual preferira vestir-se de maneira mais apropriada ao seu infeliz estado de espírito. As pessoas estavam concentradas ao redor de um grande freixo situado bem no meio do imenso salão dos Volsungs. Na verdade, as sólidas paredes do castelo haviam sido erguidas ao redor daquela árvore, como se o construtor pretendesse reproduzir dentro do castelo o próprio universo, centrado no freixo de Yggdrasil.

Nada, de fato, podia ser mais impressionante do que avistar, logo na entrada, aquela árvore descomunal, cujo sólido tronco, de casca espessa e rugosa, brotava do chão e subia de maneira vertiginosa até quase alcançar o elevado teto. Seus galhos espalhados sobre o salão faziam com que uma chuva permanente e esparsa de grandes folhas secas fosse atapetar o assoalho de mármore, dando um aspecto verdadeiramente florestal àquele majestoso salão.

A festa transcorria, alegremente, sem que uma única alma ali presente, a exceção de Sigmund, estivesse preocupada com o estado de espírito da noiva. As diversas lareiras, espalhadas por todo o salão, esplendiam magnificamente, multiplicando a presença dos convidados em centenas de sombras deformadas e desencontradas, dando um tom quase sobrenatural à reunião. Siggeir, o noivo, recebia os cumprimentos rudes e efusivos de seus parentes e amigos, nobres das mais diversas procedências, que ainda não haviam cessado de chegar. Ao mesmo tempo, operosos criados iam empilhando à entrada as pesadas peles, as quais, dificilmente, seriam vestidas, à saída, pelos mesmos donos.

Em meio a esta verdadeira multidão, entretanto, havia um velho muito estranho, que se recusara a entregar ao criado a sua comprida capa, nem tampouco o seu longo chapéu de aba desabada.

– Não prefere deixá-la comigo? – disse o lacaio, referindo-se à longa espada que o velho encapuzado trazia presa à cintura.

O olhar ameaçador e sinistro que o estranho desferiu de seu único olho descoberto foi resposta bastante ao lacaio, que lhe abriu passagem rapidamente.

Os convidados perceberam que algo de estranho estava acontecendo, quando viram que a massa indistinta começara a se compactar dos lados, enquanto, ao centro, uma pequena brecha ia se rasgando. Era o estranho velho, que avançava por entre os convidados em direção ao freixo, sem que ninguém ousasse interpor-se entre ele e o seu objetivo.

– Quem é este mendigo e o que faz aqui? – perguntou Siggeir a um parente que estava ao seu lado. Nem ele, nem ninguém soube, no entanto, responder.

Quando o velho postou-se, finalmente, em frente ao largo tronco, um silêncio angustiado desceu sobre todo o salão, quebrado apenas pelo estalar contínuo das imensas toras de madeira que crepitavam nas lareiras. A rápida evaporação da neve acumulada em seus ombros envolvia-o numa evanescente névoa branca e fumegante, o que contribuía para tornar sua figura ainda mais assustadora.

– Quem foi o imbecil que deixou este mendigo entrar? – gritou Siggeir, irritado pelo incidente desagradável. – É, por acaso, algum parente seu? -acrescentou, tomando com rudeza o frágil braço da esposa. Sim, porque parente de Siggeir não poderia ser, com aquele aspecto sórdido e vil.

O velho, sem dar ouvidos ao burburinho que se avolumava, sacou, de repente, a sua espada. O ruído áspero do metal, deslizando sobre o envoltório da bainha, soou para aquela turba como uma ordem de silêncio, que todos tiveram o juízo de acatar. O brilho das fogueiras refletiu-se sobre o aço erguido com tal intensidade que a todos deu a impressão de que a espada era feita do próprio fogo. E, então, após mirá-la bem no centro do freixo, ele a enterrou com toda a força na madeira de modo que somente o seu cabo prateado ficou à vista.

Um murmúrio de espanto rolou por todo o salão, silenciado, cm seguida, pela voz solene do velho.

– Aqui permanecerá encravada Notung, a espada perfeita, até que um perfeito herói consiga dela se apossar!

Mal terminara de proferir as palavras, o velho lançou a sua cinzenta capa para as costas e se retirou, apressadamente, deixando atrás de si uma multidão aparvalhada.

Mas, tão logo, tiveram todos a certeza de que o temível visitante havia se retirado, lançaram-se num tropel furioso em direção ao ponto onde a espada estava encravada.

– Notung, ele disse…? – perguntou alguém, admirando o cabo finamente lavrado.

– Quem era ele? – perguntava outra voz alarmada.

Um exército de braços esticou-se da multidão compactada, como se um único e monstruoso ser de mil braços tentasse apossar-se da cobiçada arma.

– Para trás, todos! – rugiu Volsung, o dono do castelo e (ao menos, teoricamente) da maravilhosa espada.

O pai de Signy aproximou-se, cautelosamente, do local; com uma de suas mãos, ele tocou o cabo solidamente enterrado no freixo. Apesar de várias mãos ávidas de desejo já terem-no tocado, ele permanecia gelado, como se recém tivesse saído de dentro de um iceberg.

– É uma espada mágica…! – disse ele ao genro Siggeir, que viera, rapidamente, postar-se ao lado do sogro na expectativa de ser contemplado com aquele magnífico presente.

– Permita, generoso sogro, que seja eu o primeiro a tentar retirá-la! -exclamou Siggeir, com a mais dócil das vozes.

O velho Volsung deu uma olhada de esguelha ao genro e disse:

– Antes de você, tenho nove filhos para dar a preferência.

– Perfeitamente compreensível, meu sogro e meu rei! – disse Siggeir, com um sorriso de subserviência, ao mesmo tempo, em que pensava, enterrando as unhas nas palmas das mãos: “Filho da loba!”

Um a um perfilaram-se diante da espada os nove filhos do velho Volsung.

Infelizmente todos, a exceção de Sigmund, eram umas lamentáveis nulidades, incapazes de erguer direito as próprias espadas.

– Adeus, meus patetas – disse o velho, desgostoso, enquanto os dispensava. –

Continuem a procriar, vocês nasceram para isso.

Então, quando estava para chegar a vez de Sigmund, o noivo de sua irmã deu um jeito de se atravessar na sua frente.

– Meu querido cunhado, permite-me fazer antes de você minha tentativa? Eu receberia isto como um verdadeiro presente de casamento daquele que, de hoje em diante, passará a ser meu irmão predileto. Você não se importaria, não é?

– Saia da frente – disse o irmão da pobre Signy, que não suportava sequer olhar para o rosto do novo cunhado. Sigmund estendeu a mão para o punho da espada, enquanto todas as respirações estavam suspensas. Então, mal a tocou, ela se desprendeu com toda a suavidade.

– Milagre…! – exclamaram algumas vozes. Alguns mais afoitos caíram de joelhos sobre o mármore, clamando em histeria: “É o rei…! É o rei…!”

– Lunáticos! – berrou Volsung. – O rei aqui sou eu! De onde tiraram esta idéia’.’ Então, depois da turba serenada, puderam todos apreciar o objeto maravilhoso. Com efeito, nunca se vira uma espada tão bela e preciosamente forjada.

– Quanto quer por ela? – foi logo dizendo Siggeir ao cunhado vitorioso de maneira franca e direta.

– Se fosse possível vê-lo desaparecer no ar junto com ela, acredite que ela seria sua

– disse Sigmund, dando-lhe as costas com o precioso objeto na cintura.

O restante da festa, Siggeir tornou-se mal-humorado. Sua noiva era o brinquedo subitamente envelhecido, que empalidecera diante do novo; por isso, passou a tratá-la cruelmente, menos, é claro, quando o sogro surgia por perto.

– Creia-me, poderoso Volsung, este é o dia mais feliz da minha vida! -dizia Siggeir ao velho para, em seguida, pensar com rancor: “Vai, filho da loba!”

***

Signy, a infeliz noiva, foi morar no reino de seu novo marido. Antes de partir, entretanto, Siggeir fez um convite a Volsung e a todos os seus filhos paia que fossem visitá-lo dali a três meses. “Três meses é tempo bastante para lhes preparar uma bela cilada!”, pensou ele, ao expressar o convite.

Volsung, incautamente, aceitou, pois queria ver-se logo livre daquela chateação, uma vez que não tinha desejo algum de conhecer as terras do genro, nem tampouco de ir visitar a filha, uma boca inútil da qual, finalmente, se livrara.

Os três meses passaram-se e, na data aprazada, Volsung e sua comitiva – na qual se incluíam os seus nove filhos – chegaram às portas da cidade dos Godos. O dia mal amanhecia e os pássaros cantavam alegremente nos espessos arvoredos.

Entretanto, tão logo as portas abriram, Volsung e seus homens escutaram o soar terrífico das trombetas de guerra. Logo, uma chuva de flechas desceu das ameias, abatendo uma grande quantidade deles, enquanto Volsung berrava feito louco, puxando as rédeas de seu cavalo:

– Traição!… Traição!… Recuem todos!…

Mas, já era tarde: quatro colunas imensas de soldados comandados por Siggeir em pessoa, romperam dos portões e se puseram a massacrar de maneira bárbara os homens de Volsung. Antes que o sol estivesse no zênite, estavam todos mortos, a exceção de Sigmund e seus oito irmãos.

– Sejam bem-vindos, netos da loba! – disse Siggeir, do alto do seu cavalo, com os longos cornos do seu capacete de chifre a brilhar intensamente sob o sol da manhã. –

Depois, voltando-se para os seus homens, arrematou com um gesto de desdém: – Vamos, o que estão esperando para limpar esta sujeirada?

Sigmund e seus irmãos foram levados presos, enquanto os soldados de Siggeir empilhavam os corpos dos mortos numa grande pira repleta de estrume. A cabeça do velho Volsung foi espetada em um chuço ao alto da fogueira, que breve arderia à frente das muralhas do castelo.

Quanto aos dez irmãos, Siggeir engendrou um método bárbaro de execução para eles: a cada noite um deles seria colocado nu e amarrado ao tronco de uma árvore para que uma esfomeada loba viesse durante a noite comê-los vivos.

Assim, a cada noite um dos irmãos de Sigmund foi sendo devorado, regiamente, pela loba esfomeada.

Mas, o que pensaria disto tudo Signy, a esposa do tirânico Siggeir?

Naturalmente, horrorizada com as atitudes do pérfido marido, ela tentara demovê-lo de sua maldade, recebendo em troca, entretanto, algumas severas surras, que logo a fizeram desistir da idéia de tornar dócil o seu esposo. Decidiu, então, recorrer à astúcia para livrar seu irmão do suplício. Para isto, ordenou que durante a noite, uma serva fosse até ele e lambuzasse seu rosto de mel. Assim, quando o animal chegou para devorar Sigmund, começou a lamber o mel de seu rosto com sua grande língua úmida. Mas seu asco atingiu o auge quando a loba começou a lamber seus próprios lábios! Então, lembrou-se da recomendação que sua irmã mandara por meio da serva: ‘”Quando a loba estiver próxima de seus lábios, deixe que ela introduza a língua dentro de sua boca!”

Sigmund fechou os olhos e assim fez.

A loba, com efeito, introduziu sua língua dentro da boca de Sigmund, onde estava guardada a maior parte do mel. Este, tão logo sentiu a língua ao alcance dos seus dentes, cerrou-os com toda a força, dilacerando-a num único golpe.

O animal recuou num pulo e fugiu aterrorizado, cuspindo sangue pela neve. Antes de escapar, entretanto, já havia feito o que Sigmund mais desejava: roído suas cordas, que estavam, também, besuntadas de mel, de modo que não precisou mais que um pequeno esforço para se libertar das amarras. Mesmo estando livre, porém, ele não pôde deixar de exclamar, indignado:

– Signy deve ter-me pregado uma boa peça, ou, então, não é lá muito inteligente!…

Não seria muito mais simples ter mandado que esta serva idiota me desse uma faca, ou que ela mesma me livrasse das cordas, sem que eu precisasse ter de beijar loba alguma?!

O fato é que, de um jeito ou de outro, Sigmund agora estava livre para começar a tramar a sua sangrenta desforra.

***

Sigmund retornou às pressas para a sua terra, ao mesmo tempo em que continuou a manter contato com sua infeliz irmã. Signy, entretanto, cansada de sofrer calada nas mãos do tirânico marido, desde então, começou a planejar um meio de se vingar dele.

Começou por mandar, secretamente, até o irmão os dois filhos, que tivera de sua união para que ele os treinasse. Sigmund, contudo, os desaprovara e expressara isto da maneira mais rude possível, matando-os sem dó nem piedade.

Signy, entretanto, amava tanto o irmão que não se sentiu magoada com ele, chegando antes à conclusão de que o sangue de seu marido é que os tornava incapazes de erguer o braço contra o próprio pai. Consciente disto, ela imaginou um meio de gerar um filho com o puro sangue dos Volsungs, sem qualquer mescla de impureza. E, para que isto ocorresse, só havia um meio: gerar um filho com seu próprio irmão Sigmund.

Signy havia aprendido algumas artes mágicas com uma poderosa feiticeira, entre as quais, a arte da metamorfose. Assim, um dia, transformou-se numa bela e jovem feiticeira e foi ter com seu irmão, que, sem a reconhecer, apaixonou-se perdidamente por ela. Nove meses depois, surgiu o fruto deste amor proibido: um garotinho que recebeu o nome de Sinfiotli.

Sinfiotli cresceu junto de seu pai e com ele viveu muitas aventuras. Muitas lendas corriam a respeito dos dois, e uma, terrível, dizia que ambos tinham o poder de se transformar em lobos, percorrendo unidos os campos e aldeias, matando tudo quanto encontravam pela frente. Um dia, entretanto, o furor de ambos chegou a tal ponto que Sigmund, num acesso de furor lupino, matou seu próprio filho. Arrependido, no entanto, clamou tanto aos céus que o ressuscitassem, que um corvo passou voando acima de sua cabeça e deixou cair do bico uma folha mágica. Sigmund esfregou-a no peito de Sinfiotli, que readquiriu a vida instantaneamente.

O esposo de Signy, à esta altura, já havia descoberto o autor da morte de seus dois filhos e a parte que sua mulher tivera neste episódio. Sua vingança não se fez esperar: após armar uma cilada a Sigmund e seu filho, enterrou-os vivos numa fortaleza para que ali perecessem de fome e sede.

Mais uma vez, contudo, a irmã de Sigmund auxiliou-o, fazendo com que a espada mágica fosse introduzida na fortaleza. Com ela, os dois puderam, então, escavar uma saída. Mas, desta vez, Sigmund não estava disposto a dar novamente as costas ao seu inimigo.

– Vamos até o castelo de Siggeir! – disse ele, voltando-se para o filho. -Esta noite o tirano pagará por todos os seus crimes!

Sinfiotli abraçou, ardorosamente, a idéia. O velho brilho lupino ardeu novamente nos olhos de pai e filho e assim ambos rumaram para o castelo. Uma vez lá, Sigmund acendeu duas tochas e disse ao filho:

– Ponha fogo em tudo! Deixe os homens de Siggeir comigo.

Empunhando sua Notung afiadíssima, Sigmund começou a matar, impiedosamente, um por um dos homens da casa até se ver frente a frente com o pior deles.

– Aí está o cão! – disse ele a Siggeir, que ficou branco como a mão da Morte.

O desgraçado ainda tentou enfrentar Sigmund, mas somente uma pessoa podia fazer frente à Notung, a espada invencível, e este alguém, certamente, não era o covarde marido de Signy, que caiu ao primeiro golpe desferido pelo adversário.

Enquanto Sinfiotli prosseguia a incendiar o palácio, Sigmund deparou-se com sua irmã, Signy.

– Vamos embora, minha irmã! – disse ele, estendendo-lhe a mão. Mas, Signy parecia ausente.

– Não, Sigmund, o meu lugar é aqui – disse ela, mostrando-se irredutível.

– O que está dizendo? – exclamou seu irmão, sem nada entender.

– Bem ou mal, o lugar de uma esposa é junto a seu marido!

– Oh, louca…! Seu marido era um assassino!

– Eu também: não mandei meus próprios filhos para a morte?

– Não eram seus filhos, mas daquele cão miserável!

– Sinfiotli também é meu filho, nosso filho, filho de um incesto!

Sigmund ficou estarrecido diante da revelação. Sem dizer mais nada, deu as costas à irmã, deixando-lhe a liberdade de seguir seu próprio destino.

Num instante, as labaredas envolveram completamente o castelo. Signy estava certa de que os deuses não a deixariam sem uma terrível punição e por isso, decidira pagar ela mesma o preço de seu ódio.

***

Sigmund ainda viveu muitos anos e participou de muitas batalhas. Já velho, estava participando de mais uma guerra, quando, em meio ao fragor das espadas, viu surgir em sua direção um velho montado em um cavalo de oito patas. Sigmund custou a reconhecê-lo, mas, por fim, teve a certeza: era o mesmo velho que encravara a espada Notung no freixo há muitos anos.

O velho desceu do cavalo, envergando seu velho manto acinzentado. O mesmo chapelão de aba caída escondia seu olho cego e foi com o outro sadio, que fuzilou Sigmund com um olhar fatal como o do próprio destino.

Era Odin, o deus supremo, que vinha agora cobrar o preço pela espada.

– Chegou a hora de nos medirmos, velho herói! – disse o deus a Sigmund, que desceu de seu cavalo, já sabendo que nem mesmo com a espada mágica seria capaz de derrotar o deus, que portava a sua poderosa lança Gungnir.

– Sua esposa já está grávida de seu novo filho – disse Odin, com a voz solene. – Ele será infinitamente maior que Sinfiotli ou mesmo você.

Sinfiotli havia morrido há muitos anos e foi com alegria na alma que Sigmund recebeu a boa nova. No mesmo tempo em que pensou isto, avistou nos aros uma das Valquírias – cavaleiras, filhas de Odin, que percorriam os campos di’ batalha para recolher os heróis mortos e conduzi-los ao Valhalla – que avançou em seu cavalo, retesando a lança em sua direção.

Sigmund compreendeu que sua hora chegara. Odin fez um sinal para que sua filha se afastasse e arremessou de próprio a lança cm direção a Sigmund. O herói tentou aparar o golpe com sua espada, mas ela caiu despedaçada aos seus pés.

– Gungnir é ainda maior do que Notung! – gritou Odin, recolhendo a sua poderosa lança.

A partir daquele instante, a sorte da batalha virou contra os exércitos de Sigmund, o qual acabou morto em uma refrega, cercado por uma legião de inimigos. Mais tarde, sua esposa foi encontrá-lo em meio aos corpos dos moribundos.

Sigmund, com a cabeça no regaço da rainha, disse-lhe num fio de voz:

– É o meu fim, adorada Hiordi… Esqueça do meu pobre corpo e recolha os fragmentos da espada. – A esposa viu no chão, de relance, os pedaços faiscantes de Notung. – Quero que a entregue a meu filho… – continuou a dizer o rei moribundo. – Ele já está em seu ventre e há de ser maior do que eu…!

Depois de profetizar o glorioso destino de seu filho, Sigmund recostou a cabeça e morreu. Somente, então, as Valquírias puderam recolher o seu corpo e levá-lo à morada dos deuses, onde Odin, sentado em seu trono, recepcionou-o com sua corte majestosa de guerreiros mortos.

Hiordi foi levada por um grupo de vikings liderados por Elf, filho do rei da Dinamarca, que passava pelo local. Sem que soubesse, Elf levava consigo também Sigurd, o herói que seria ainda maior que o próprio pai.

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