As Sibilas de Delfos

No contexto dos videntes estáticos temos ainda as sibilas. “Sibila” significa aquela que anuncia os oráculos (respostas, conselhos ou planos) dos deuses. Eram profetisas do mundo antigo que, preferencialmente, anunciavam seus sortilégios de forma indireta, por meio de charadas obscuras ou por mensagens com vários significados.

A primeira Sibila, da qual o nome das demais derivou, segundo a mitologia grega, era filha de Dardano e Neso. Alguns autores citam quatro delas (Eritreia, Sâmia, Egípcia e Sárdia), mas comumente se acredita que eram 10: Babilônia, Líbia, Délfica (uma mais velha, filha de Zeus e Lâmia, e uma mais jovem), Ciméria, Eritreia (uma mais velha e outra mais jovem, chamada Herófila), Sâmia, Cumana (às vezes identificada com a Eritreia), a Helespôntica ou Troiana, Frígia e Tiburtina.

Originárias da Ásia menor, as mais famosas sibilas eram as sacerdotisas dos templos de Delfos e de Cuma, dois lugares sagrados dedicados a Apolo, o deus grego associado com a caça, a cura, a profecia, a música e as artes em geral.

Na literatura clássica, mais especificamente em Homero, uma famosa sibila era Cassandra, filha de Príamo, rei de Troia. A jovem era amada por Apolo, que lhe concedeu o dom da profecia. Esta, entretanto, prevê a tomada da cidade pelos gregos, a morte de Agamenon e a fuga dos troianos para a península itálica, sob a liderança de Enéas. Para infortúnio dos troianos, que a consideraram louca, as profecias se tornaram verdadeiras. Assim, tal qual na tradição iniciada por Virgílio, em sua Eneida, a sibila seria uma anunciadora de um fim, mas também de um recomeço.

A mais célebre delas é a Cumana, citada sob os nomes de Herófila, Demo, Femonoé, Deífoba, Demófila e Amalteia. Foi consultada por Eneias antes dele descer ao mundo inferior e dizem que foi à Itália pelo Oriente, onde apareceu diante do rei Tarquínio, oferecendo-lhe os Livros Sibilinos. Pausânias também menciona uma Sibila Hebraica com o nome de Sabe, filha de Beroso e Erimante.

A Sibila de Cumas, segundo a mitologia grega, era natural de Éritras, importante cidade da Jônia (na costa ocidental da atual Turquia). Seu pai era Teodoro e sua mãe uma ninfa. Conta-se que ela nasceu numa gruta do monte Córico. Tinha, desde o nascimento, o dom da profecia, e fazia suas previsões em versos. Ficou conhecida como a sibila de Cumas porque passou a maior parte de sua vida nesta cidade, situada na costa da Campânia (Itália).

Histórico e lenda

Na Antiguidade era considerada como a mais importante das dez sibilas conhecidas. Era também conhecida como a Deífoba – palavra que significa deidade, ou que tem a forma de deusa. Apolo era o deus que inspirava as profecias das sibilas. À Sibila de Cumas consta que havia prometido realizar um grande desejo. A Sibila então colocou um punhado de areia em sua mão e pediu-lhe para viver tantos anos quantos fossem as partículas de terra que tinha ali. Mas esqueceu-se de pedir, também, a eterna juventude, assim foi que com os anos tornou-se tão consumida pela idade que teve de ser encerrada no templo de Apolo em Cumas. A lenda diz que viveu nove vidas humanas de 110 anos cada. Conta-se, ainda, que ela, numa ocasião, guiou Eneias, príncipe de Troia, através do Hades em visita a seu pai Anquises. Michelangelo – a Sibila de Cumas Noutra ocasião apresentou-se ela ao rei romano Tarquínio, o Soberbo como uma mulher muito velha e lhe ofereceu nove livros proféticos a um preço extremamente elevados. Tarquínio negou-se, pensando em obtê-los mais baratos, e então a sibila destruiu três dos livros. Em seguida, ofereceu os seis livros restantes pelo mesmo preço. Tarquínio novamente negociou e ela destruiu outros três. Temendo que todos assim desaparecessem, o rei aceitou comprar os três restantes, pagando por eles o preço pelo qual a sibila pedira pelos nove. Estes três livros foram guardados no templo de Júpiter e eram consultados em situações muito especiais.

Em 83 a.C., o fogo destruiu os chamados Livros Sibilinos originais e teve-se de formar uma nova coleção, que não chegou até os tempos modernos porque no ano 405 também foram destruídos. Estes livros exerceram grande influência na religião romana até o reinado de Augusto.

Idade Média

Durante a Idade Média a Sibila de Cumas e Virgílio foram considerados profetas da vinda de Cristo, pois as Éclogas deste poeta parecem conter uma profecia messiânica feita pela Sibila – sendo isto apropriado pelos primeiros cristãos e, quando Dante Alighieri escreveu a sua Divina Comédia, escolheu Virgílio como seu guia pelo Inferno. Também por isto Michelangelo deu destaque à Sibila de Cumas na Capela Sistina, entre os profetas do Velho Testamento. Constantino, primeiro imperador cristão, na sua mensagem para o Primeiro Concílio de Niceia, interpretou a passagem das Éclogas como uma referência à vinda do Cristo, citando uma longa passagem dos Livros Sibilinos, contendo um acróstico onde as iniciais de uma série de versos seriam: Jesus Cristo Filho de Deus Salvador Cruz.

A Sibila na literatura

A Sibila de Cumas é citada em obras de, entre outros, Virgílio (Éclogas, Eneida), Ovídio (Metamorfoses) e Petrônio (Satiricon). Num dos seus poemas T. S. Eliot faz referência ao Satiricon, na passagem onde Trimalquio afirma ter visto a Sibila emurchecida num jarro suspenso, desejando a morte.

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Núcleos Narrativos de Anthares

A lista abaixo está em ordem cronológica, de acordo com a linha temporal do Universo Anthares.

PERÍODO PRÉ-DILUVIANO

• A Grande Equação
• A Criação das Dimensões
• A Insurgência e a Separação dos Acsï
• Jauz, o Portal e os Drishs
• Sete nasce – (≈ 3670 a.C.)
• Suméria fundada – (≈ 3316 a.C.)
• O Clã Hakal
• Mafug e Novo Mundo
• As Águas de Agazohu
• A Queda de Rohä
• Os Nefilins e o Guardião do Portal
• As Conquistas da Fúria
• A Fundação de QeMua
• Noé nasce (≈ 2744 a.C.)
• O Anúncio da Sentença
• O Selamento do Portal – (≈ 2590 a.C.)
• A Comunidade da Muralha
• Os Sinais dos Tempos
• A Pirâmide de Quéops – (≈ 2330 a.C.)
• Uni, o grande general egípcio (2300 a.C.)
• A Descoberta dos Ambientes Não-físicos
• O Dilúvio – ano 1656 (≈ 2144 a.C.)
• A Contenção de Rohä

DO OUTRO LADO DO PORTAL

• Hakais e QaFuga
• O Vale das Preces
• O Mago de Cipre
• A Guerra das Noites
• A Garganta de Maltam
• O Campo dos Lamentos
• Dia de Sangue
• O Mistério dos Pinages
• O Silêncio
• Drishs Avançam (RPG)
• Os Três Lendários

DO LADO DE CÁ DO PORTAL
(e itens históricos de referências cronológica)

• Caídos – A Segunda Crise
• A Comunidade Oculta
• Os Dragões Europeus
• A Confusão das Línguas
• Babel vira Babilônia – 1803 a.C.
• Ínaco funda Argos – 1802a.C.
• O Banimento dos Gigantes
• Hamurabi assume o trono – 1767 a.C.
• O Mercenário de Sodoma
• As Atas da Disputa
• O Guardião da Floresta
• Hércules mata Busíris¹ – 1471 a.C.
• Peste dos Filisteus – 1320 a.C.
• Êxodo dos hebreus – 1260 a.C.
• Isdras, o Herói da Nação – ≈ 1000 a.C.
• O Guardião da Lua
• A Origem do Japão – 697 a.C.
• As Sentinelas de Takeshi
• Buda nasce – 560 a.C.
• Jesus¹ nasce – entre 4 e 7 a.C. (pois é)²
• A Peste Antonina – 165
• A Migração dos Teutões – 350 –
• A Praga de Justiniano – 541
• Peste e Ódio – 1218
• A Orda Mongol contra os Samurais – 1274
• O Contrato de Salém – 1693
• Grande Peste de Marselha – 1720
• O Exorcista do Velho Oeste
• Constantin von Tischendorf – 1844
• Guerra Anglo-Zulu – 1879
• Grande Sismo de Kantō – 1923
• A Segunda Guerra e o Vesúvio
• Pandemia de Mortos Vivos
• Os Pequenos Sacerdotes
• A Morte de Edmundo Pinto e Ulysses Guimarães
• Chacina em Santo André
• Psy e Químico
• O Julio na Gaita e a Bicharada
• O Ponto de Étretat
• Sequestros em Mateiros
• A Ferramenta de Nuhat
• O Guardião de Tóquio
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 Experimento Equilibrium
• O Grande Bloco Mundial
• A Revolução
• A Queda dos Estados
• O Retorno de Rafael
• O Cataclisma

OUTROS TÓPICOS IMPORTANTES

• A Magia em Anthares
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