Este post é sobre o sistema de magia em Anthares.
Esqueça os sistemas de magia de RPG que você gosta e tenha paciência. Em Anthares, a magia não tem uma tabelinha mostrando como fazer magia trocando um tanto disso por um tanto daquilo, nem uma regrinha simplista sobre quantas vezes o conjurador tem em relação ao nível, muito menos há um livrinho de receitas de feitiços.
O sistema de magia em Anthares é bastante sofisticado em termos de funcionamento e riqueza de detalhes. Não é como em um joguinho. Essa foi a segunda área mais trabalhada em Anthares, atrás apenas do Idioma Criacional, que é inclusive a base do próprio sistema de magia.
Antes de entrar nas explicações, teremos duas referências iniciais: (1) a Confissão Positiva e (2) o Sistema Enoquiano.
CONFISSÃO POSITIVA
Basicamente, a Confissão Positiva é uma doutrina herética do neopentecostalismo (uma corrente do cristianismo) que pressupõe que as palavras têm poder sobrenatural por si sós. Assim, bastaria você dar “ordens” às coisas e elas obedecederiam a sua vontade, de acordo com a medida da sua fé. Se você não tem fé, basta repetir e repetir muitas vezes a mesma coisa, pois isso causaria necessariamente alteração na realidade.
SISTEMA ENOQUIANO
O sistema enoquiano (ou magia enoquiana, ou ainda magia angelical) foi criado por um astrólogo chamado John Dee. A ideia é que Adão falava o mesmo idioma que os anjos e que sua mera pronúncia teria poderes intrínsecos. Dee dizia que essa era a língua com a qual Deus teria criado o mundo e depois ensinada a Adão para se comunicar com o Ele. Após a expulsão do paraíso, Adão teria desaprendido o idioma e desenvolvido uma outra língua que tornou-se, então, a língua universal, até o fatídico dia da separação das línguas na Torre de Babel. Depois disso, Enoque foi o único a quem o idioma teria sido ensinado, e ele teria escrito tudo em um livro que foi perdido no Dilúvio.
O texto abaixo foi publicado num site que não existe mais, em 2001 (endereço logo abaixo), e é muito curioso:
Conhecido pelos antigos como HIBURU, esta é a primária semente de linguagem, introduzida no início deste ciclo de tempo. A pesquisa moderna confirma que a forma mais antiga de hebraico era uma linguagem natural, as formas alfabéticas emergindo dos padrões das chamas de fosfeno do cérebro. As mesmas formas, de fato, nasceram de um vórtice giratório. Esta é uma verdadeira linguagem de luz, percorrendo mesmo o nosso sistema nervoso. Codificando as geometrias naturais da forma onda do mundo físico, Hiburu é uma linguagem harmônica, mimetizando as propriedades da forma onda de luz. As “chaves de Enoch” falam. Elas mostram ser sons chave, chaves para serem a matriz vibratória da própria realidade, o mítico “Poder do Mundo”. O conhecimento Enoqueano descreve equações sônicas, codificadas dentro de antigos mantras e nomes de Deus, capazes de afetarem diretamente o sistema nervoso e produzirem um efeito profundo de cura e estados de consciência elevada. Como é declarado nos textos antigos, “se você deve falar com deuses você primeiro deve aprender a linguagem dos deuses”. […] O legado de Thoth/Enoch sugere que esta “linguagem de Luz”, a ciência harmônica dos antigos, pode afetar o DNA. A evidência no Egito indica que este era o grande experimento genético de 6.000 anos tentado pelos egípcios, a busca da imortalidade e das estrelas, uma busca descrita pelos grandes da antiguidade, uma busca iniciada por Gilgamesh muito tempo atrás. Os egípcios não se fixavam no após vida, como pensavam os iniciais tradutores cristãos, mas, se concentravam em criar um tipo mais elevado de seres humanos.
Ainda é possível acessar o conteúdo completo neste site que armazena os sites que não existem mais: < https://web.archive.org/web/20011207230646/http://br.geocities.com/elijah11maquedes/mar.html >.
Para citar algo “pé no chão” em complemento, segue um comentário de George Steiner, do seu tratado sobre linguagem e tradução:
O córtex e o “mundo lá fora” no qual a língua pode ser vista como uma forma de trabalho, de produção social, de intercâmbio econômico e ideológico, não podem ser significativamente separados. Juntos eles constroem o ambiente gerativo da consciência, do tecido da consciência que é também ambiente. (Depois de Babel, p. 309).
Por fim, no livro “Curso de Magia” do pesquisador J. Abrahão, ele comenta algo interessante: “um aviso: muito cuidado ao pronunciar qualquer palavra no idioma enoquiano, pois as mesmas têm muita força, podendo provocar manifestações nos planos sutis mesmo que as “chamadas” tenham sido feitas de forma inconsciente ou inconsequente”.
A COSMOGONIA DE ANTHARES
Na cosmogonia do Universo Anthares, vemos que Nuhat chamou toda a Criação à existência pelas palavras, de forma que ela obedeceu e continuou obedecendo a essa linguagem usada. Quando dizemos que o universo todo obedece leis da física, estamos falando, na verdade, de códigos aos quais a realidade obedece. Em outras palavras, a realidade foi estabelecida com uma linguagem de programação que nós chamamos de Idioma Criacional. Se o nosso universo obedece leis químicas e biológicas, dentre outras coisas, é por causa desse grande algoritmo que há por trás do seu funcionamento ordinário.
Então, a magia em Anthares não é algo sobrenatural, mas natural. Fazer magia é especificamente incluir linhas de comando; é inserir novos códigos válidos que a dimensão possa rodar. O universo não é um ser, mas está atento a tudo, assim como a Alexa, a Siri ou o Google Assistente. E fazer magia é interagir com o universo, uma colaboração onde ele corresponde aos comandos que você chama. Ou seja, a magia é uma manipulação da realidade através do seu código fonte.
Entenda: Anthares não é um programa de computador, como Matrix. A terminologia à programação serve apenas para ilustrar melhor. Não é um programa, mas algo como uma máquina, que nada mais é do que a matéria sendo organizada de uma forma que ela corresponda a um algoritmo. E tudo isso é interpretado de forma semelhante a uma linguagem programacional.
Quando Deus criou Adão e Eva, eles já vieram à existência com uma noção de ética, estética e linguagem. Eles não precisaram aprender o B-A-BA. A linguagem era algo inerente à humanidade, feita intuitiva e instintivamente. Essa linguagem era a mesma que havia sido usada para programar a realidade.
Fizemos um post bem breve mostrando a relação entre a criação do Universo narrada em Gênesis, a missão da humanidade e o Idioma Criacional, sob o título A Missão da Humanidade.
RESSALVAS SOBRE AS DUAS REFERÊNCIAS
Para os neopentecostais, tudo o que dizemos têm poder. Então, existem frases neutras, mas também existem frases positivas (que ao dizê-las seria como derramar bênçãos no mundo) e frases negativas (um despejo de maldições). Tal como no mundo real, em Anthares também não funciona assim. Em Anthares, as palavras são exatamente o que elas são no mundo real: sinais, símbolos, códigos, representações de conceitos e informações para a comunicação. Não é sequer possível que palavras tenham poder intrínseco, pois elas nada mais são do que barulho com um significado que nós mesmos damos. A magia, por outro lado, funciona à base do nível de interação (consistência dos comandos) com a realidade. Fazer magia é acrescentar linhas de código nesse sistema (a realidade) que funciona à base deles.
Perceba que isso não é apenas uma explicação diferente da mesma coisa, pois as palavras não têm poder. Magia não é poder. E aqui podemos voltar a pensar no sistema enoquiano, onde apenas as palavras dentro da língua enoquiana é que são poderosas. Inclusive, elas são tão poderosas e eficientes que mesmo sem saber o que está falando, você causa alterações na realidade se ler corretamente ou pronunciar uma frase enoquiana. Em Anthares, isso também não acontece, mesmo que você pronuncie corretamente a linguagem original (que foi perdida no evento da Confusão das Línguas), pois existe um outro elemento sine qua non para que seja possível a colaboração entre homem e natureza, que é algo parecido com a fé (não é exatamente fé). Temos um post inteiro apenas para explicar sobre esse elemento, que você pode ver aqui: A Fé em Anthares. Além desse post, fizemos um post técnico sobre A linguagem original em Anthares que pode ser útil.
Mas em resumo, é preciso que a pessoa esteja em uma disposição pessoal de devoção (pense nisso como uma situação de temor consciente) para conseguir fazer com que uma frase no Idioma Criacional exerça interação com a realidade. Basicamente, isso significa que o usuário, enquanto se pede colaboração ao universo, precisa ter uma convicção do mesmo nível de uma expectativa comprometida, semelhante à expectativa religiosa.
Então, pense neste exemplo: alguém te dá uma frase perfeita no Idioma Criacional, porém, te mostra uma tradução falsa do significado e ainda diz que aquela é uma frase relacionada a uma religião ou deus que não existem. Se você usar essa frase, mesmo com uma convicção equivocada (a crença em um objeto falso), a frase (no sentido correto) funcionará, pois o universo só precisa de duas coisas para: a convicção para colocá-lo em modo de interação e o comando correto para ser executado. É como se o ato de crer, essa disposição interior, fosse o “Ok, Google”. O que vier a partir daí já vai ser interpretado como uma tentativa de inserção de códigos.
A diferença entre os códigos inseridos por qualquer pessoa e os códigos originais é a sua força e duração. Enquanto os originais são permanentes (como a gravidade, as leis da termodinâmica, etc.) e se estendem por todo o universo, as inserções estão limitadas por uma série de fatores, cujo principal deles é a própria força dos códigos originais, que rapidamente sobrescrevem qualquer inserção. Assim, se um mago ordena que uma bola flutue, ela o fará apenas por um pequeno espaço de tempo.
UM QUESTIONAMENTO
O questionamento mais comum é: como uma sociedade que naturalmente tivesse acesso à magia não se mataria?
Geralmente, quem faz essa pergunta nunca tentou raciocinar sobre como surge uma civilização. De fato, pode ser difícil tentar imaginar uma sociedade nascendo já com toda a noção de magia instintivamente. O mais fácil é imaginar como seria se na nossa sociedade, do jeito que é hoje, todos os indivíduos recebessem poderes mágicos. Mas essa é uma ideia que não faz o menor sentido em Anthares. Em primeiro lugar, porque saber magia natural e instintivamente não é o mesmo que ganhar poderes mágicos (ou mesmo nascer com eles). Em Anthares, a percepção natural no período anterior à confusão em Babel sobre a magia era o mesmo que temos hoje sobre os cinco sentidos. Tente imaginar que toda a humanidade naturalmente nascesse sem visão e então alguém começasse a enxergar. Esse é um exercício difícil de fazer, especialmente para quem sempre enxergou. E a mesma coisa acontece em Anthares com o Idioma Criacional.
Outro detalhe: você sabia que toda matéria emite um campo de energia? Pois é. Mas você consegue senti-lo? Não, não consegue. Imagine que, em Anthares, todos sentiam esse campo de energia naturalmente. Mas isso é diferente de interpretar essa energia (ou melhor, discerni-la, assim como um ouvido absoluto está para a música).
De qualquer forma, é interessante imaginar como a magia influenciaria na cultura dos primeiros povos em Anthares.
Entre os cristãos, existe uma ideia de “lei da semeadura”, parecida com as “leis do karma” do budismo, bem expressa na letra de Renato Russo assim: “tudo que você faz um dia volta pra você, um dia volta pra você”. Isso não é exato em Anthares, mas a um nível muito mais pessoal, faz todo o sentido pelas regras de convívio em sociedade. E como isso se relaciona com a magia? Vejamos.
Esse desejo natural nosso de criar a sua própria realidade ou manipular as coisas a fim de conseguir extrair o maior benefício possível é algo completamente fruto da corrupção da nossa percepção. É fruto de não conseguirmos mais compreender que existe uma ordem criada. Antes, havia nitidamente uma percepção de que a raça humana servia como uma interface entre Deus e o mundo.
Existem realidades que se impõem a nós e que se mostram corretas e eficientes. Mas para que elas façam algum sentido, você precisa ter a percepção delas. Então, pode ser difícil o exercício de imaginar como seria ganhar esses “olhos” para perceber a ordem da realidade. Mas não era difícil quando já se nascia assim. Ao contrário do que temos hoje na sociedade, a percepção intuitiva e instintiva do funcionamento da realidade permitia um tipo de sabedoria que fazia as pessoas entenderem mais do que meramente “como manipular as coisas”, mas como viver em harmonia com elas, respeitando não apenas as leis da física, mas as “leis sociais”. Com uma percepção tão maior, seria natural que a pessoa ajustasse o seu comportamento, que é algo que já acontece hoje na vida em comunidade.
A MAGIA E A CULTURA
Se hoje as pessoas descobrissem que o mundo obedece uma linguagem primordial e que é possível inserir novas leis temporárias, provavelmente as pessoas pensariam algo assim: agora ninguém mais vai passar fome, vamos poder manipular a realidade e criar coisas, etc. Mas pense no seguinte: o idioma natural falado por toda a humanidade no início dos tempos, em sua própria estrutura sintática, estava conectado com todas as coisas. E isso não era grande coisa, assim como a visão e o olfato também não são. Porém, logo no início, a humanidade começou a apresentar sotaques e variações de interpretação e significação linguística, por causa da limitação e dificuldade cognitiva que alcançou a raça humana junto com o mal. Quanto mais sotaque, mais os povos foram perdendo a facilidade de falar com a natureza e receber a sua colaboração. Veja que isso aconteceu, biblicamente, com toda a força de trabalho (Gênesis 3:17-19).
Então, quanto mais o tempo passava, mais pessoas simplesmente não conseguiam bons efeitos com magia ou sequer conseguiam algum efeito. Isso não é difícil de imaginar. Pense no assovio: é algo mecanicamente simples e até intuitivo (alguns dirão), mas uma multidão nunca conseguiu aprender. Por outro lado, muita gente consegue assoviar de 10 ou 20 maneiras diferentes. Com relação à questão cultural, pense nisto: qualquer pessoa consegue bater as mãos na argila para fazer um boneco, mas poucos têm aptidão para seres escultores de verdade. Qualquer pessoa sabe cantarolar e o faz constantemente, mas poucos são cantores de fato. Até entre os cantores, são poucos os que realmente compreendem o que estão fazendo, em termos de afinação, escalas e técnicas vocais. Qualquer um pode montar um acorde na guitarra e bater com a outra mão para soá-lo. Mas uma minoria consegue usar esse instrumento para tocar com precisão um solo bonito de se ouvir.
O que estamos falando aqui, então, é sobre a perícia com que se usava o Idioma Criacional. A eficiência da magia era de acordo com a fineza e refinamento. E desde cedo, em Anthares, houve essa separação natural na sociedade entre pessoas que simplesmente entendiam como a coisa funcionava e até podiam usá-la e aquelas pessoas com talento específico para isso. E mais: talento para usá-la em áreas específicas, assim como nenhum guitarrista é bom em todos os estilos, degustadores de vinho não entendem necessariamente de cerveja, bons escultores em madeira não esculpem com argila, cantar bem dominando tons graves geralmente significa não dominar tons agudos, e assim por diante.
Os níveis de dificuldade das pessoas com relação a tudo sempre foi diferente. Não seria de outra forma com a magia. Então, muitas pessoas foram se especializando no uso do Idioma Criacional para atuar em áreas diferentes.
Um exemplo são os Arquitetos (ou tharion): que faziam coisas mais bem elaboradas com magia.
Agora, com os sotaques regionais, pense no seguinte: em algumas regiões, o som do “s” pode ter começado a se confundir com o som do “z” ou do “sh”. Em outras, o “v” confundia-se com o “b”, enquanto mantinha o “s” puro. Com isso, algumas regiões naturalmente tinham mais facilidade com algumas coisas, alguns códigos, que outras regiões não conseguem executar pelo simples vício de linguagem.
Isso tudo muda com o advento da confusão das línguas em Babel. A partir daí, a humanidade realmente perdeu a sensibilidade natural a esse arranjo e alinhamento da matéria a partir do Idioma Criacional, perdeu a percepção ao perder a própria linguagem natural. Apenas os anjos e os drishs continuaram falando o idioma antigo.
OUTRO QUESTIONAMENTO
Se os anjos e os drishs continuaram usando o Idioma Criacional, então, não bastaria a humanidade reaprender o idioma com eles? Tecnicamente, sim. Mas você já conheceu alguém de outro país, falante nativo de outro idioma, aprender o Português e usá-lo de forma que ninguém perceba que esse não é o seu idioma de nascença? Se os sotaques já atrapalhavam até mesmo quando as pessoas falavam naturalmente o idioma natural, imagine tendo que aprendê-lo como um segundo idioma. Lembre-se do que foi dito lá no início: há uma equivalência entre as palavras (e toda a sintaxe do Idioma Criacional) e as cores, os tons, etc. E essas frequências têm um sentido intrínseco. Falando com muito sotaque, você já não está usando os mesmos hertz, ou nas mesmas cores de um falante nativo. Você poderia falar o idioma fluentemente, mas a natureza não te compreenderia perfeitamente.
Para entender melhor essa relação de frequências que representam tanto sons quanto cores e cheiros, pense no seguinte exemplo: enquanto nós, humanos, usamos barulhos para comunicar coisas que se relacionam com o mundo real esperando que outras pessoas entendam e respondam, insetos e outros animais fazem isso lançando no ar feromônio, que é identificado, compreendido e respondido da exata mesma forma. Se preferir, assista a este vídeo aqui do Nerdologia.
Então, certamente haveria povos tentando reaprender o idioma antigo com acsï ou acsä (anjos e demônios) e até mesmo colocando crianças para aprender desde cedo e conseguiram virar grandes magos. Mas isso está sempre no campo das exceções. Via de regra, todos perderam o acesso àquela habilidade e não conseguiram mais se acessá-la.
A MAGIA DEPOIS DE BABEL
Como foi dito anteriormente, antes de Babel não se havia a noção de magia como temos hoje, pois era algo extremamente comum, natural. Existiam pessoas específicas com muito mais habilidade, mas nada fora do comum, como hoje temos padeiros, pedreiros, artesões, flautistas, matemáticos e filósofos. Os magos não eram chamados de “magos”, nem seu ofício de “magia”, pois essas são palavras muito modernas. Eles tinham um outro nome e nós já temos uma catalogação dessas palavras, que foram explicadas no artigo sobre Qaca, o Supremo Dazah. Pode fazer muita diferença conferir o post.
A questão é esta: eles perderam a habilidade, mas não perderam a demanda sobre o seu uso. Por isso, vários povos em torno dos dois mundos (a Terra e Fonte Azul), em especial aqueles que eram especialistas, começaram a pesquisar por conta própria ou sob contrato (ou ainda, sob coerção) formas de tentar reverter o problema ou meios para acessar aquele poder que agora havia se tornado um serviço (ou produto) altamente valioso.
Vamos dar um passo atrás e pensar em algumas coisas.
A própria matéria “entende” (atende) e está associada à linguagem antiga, certo? Em outras palavras, dependendo do arranjo que é feito com as coisas, você comunica algo ao universo. Antes de prosseguir com exemplos, é útil citar o livro “Mistérios Nórdicos” de Mirella Faur (2014, p. 20, 23 e 142), onde ela diz o seguinte sobre as runas nórdicas:
(1) As runas eram consideradas padrões energéticos que vibravam e reluziam sobre os fios de wyrd. O conhecimento das runas permitia que se descobrissem os efeitos e as influências do wyrd individual e dos meios para se viver em sintonia com seu fluxo, de modo a evitar circunstâncias prejudiciais e ter atitudes e ações equilibradas e benéficas. […] A palavra run em norueguês arcaico significa “segredo”; runa em alemão antigo significa “sussurro”; os termos saxões e góticos roun, rown, roon e raunen significam “segredo ou mistério sussurrado” ou “sussurro misterioso”. […] As runas… são arquétipos atemporais, oriundos dos registros sutis, e servem como portais de percepção para a expansão da consciência humana. […] (2) A palavra norueguesa para “magia” – galdr – era a mesma que designava “som” e “encantamento mágico” e se originava do verbo gala, que descrevia o grito do corvo. De acordo com essa sistematização [Futhark], a cada runa corresponde uma letra e um galdr, o som (ou mantra) que representa o significado essencial da runa, codificado pela vibração sonora. Cada vogal representa um elemento ou essência básica e cada consoante uma qualidade básica, que pode modificar a essência.
Essa primeira parte da ideia acima pode ajudar até mesmo no que diz respeito aos videntes e pressagistas. Clique para saber mais. Mais sobre isso também foi posto no artigo sobre Os Nefilins.
O jeito mais fácil de explicar isso é a Alquimia, um dos sistemas mágicos mais antigos e usados pelo mundo todo em todas as épocas. O elemento mais básico da Alquimia é o princípio da troca equivalente. É como fazer um bolo, juntando vários ingredientes na proporção certa, rearranjando certos materiais muito específicos e com toda uma simbologia em torno (como os círculos mágicos). Feito da forma certa, um alquimista conseguia, por pura gambiarra (e às vezes até por coincidência ou sorte, na persistência) comunicar algo à realidade. Essa comunicação, porém, só se concretizava quando o elemento fé também estava presente na convicção do indivíduo.
É por isso também, que a Alquimia sempre conseguiu objetivos muito específicos e diferentes do Voodoo ou de outros sistemas mágicos, que também se limitam a certas áreas. Essa é a justificativa pela qual vários sistemas mágicos conhecidos funcionam em Anthares, mas não funcionam para as mesmas coisas.
O alcance, a eficiência e o poder de feitiços, simpatias, talismãs, rituais, encantamentos e poções está na precisão com que são feitos, no tipo de comando que é lançado e na habilidade de usar esse grande algoritmo universal que tentará sobrescrever o comando.
OUTROS TIPOS DE MAGIA
Você percebeu que a magia, até aqui, foi explicada como sendo inteiramente a partir do Idioma Criacional. Porém, essa não é a única possibilidade em Anthares. Ainda existem coisas que, aos olhos humanos, poderiam soar como magia, tais como: profecias e orações como as que aconteceram no período bíblico e auxílio de demônios mediante pacto.
Temos um post específico onde tratamos isso. Se quer saber mais, acesse Sistemas Mágicos em Anthares.
Há também outra questão muito importante que é o caso dos Drishs, que não conseguem fazer (e não compreendem) a magia, mesmo falando o Idioma Criacional, mas ainda assim, são os únicos capazes de desenvolver tecnologia que, muito além de apenas usar as leis naturais, as remodelam conforme precisam, gerando o que chamamos de “artefatos drishs”. Esses artefatos não nenhum humano nunca conseguiu fazer. Para ler a respeito, leia o post sobre Os Drishs e a Magia.
Por fim, há duas matérias em Anthares que são “antimagia” (pois a invalidam/cancelam):
- um elemento específico da tabela periódica que, ao atravessar o Portal, dá um bug e não atende as especificações, por isso não responde à magia.
- uma liga feita para isso mesmo por mago antigo (com história ainda em desenvolvimento).
Você pode ler também sobre o “bug” que acontecia na transubstanciação do Portal, como no caso da saiga e do hipopótamo. Clique para saber mais.
Quer escrever uma história a partir disso? Encontrou erros ou quer dar sugestões? Entre em contato aqui.
Leia outros posts sobre magia em Anthares:
- O Idioma Original
- Verbis Diablo
- Sistemas Mágicos em Anthares
- A Fé em Anthares
- Os Drishs e a Magia
- A Confusão das Línguas
- Flexões básicas do Idioma Central
- Profetas, Videntes e Pressagistas
- Qaca – O Supremo Dazah de Okike
- O Chifre da Saiga
- Magia & Religião
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