Qaca – Supremo Dazah de Okike

Atenção: este artigo não é apenas sobre Qaca, mas sobre o significado do seu título.

Qaca foi um mago poderoso, humano, que viveu em Okike, que é a nação que viria ser conhecida depois do Dilúvio pelos acadianos como Suméria. Apesar de ser apenas um homem morando em um reino governado por um nefilim poderosíssimo, Qaca era incrivelmente hábil com a magia. Desde muito cedo, Ezul (que viria a ser o rei) não tinha dúvidas de que aquele seria o seu Supremo Dazah.

Os humanos todos naquele período tinham acesso natural e instintivo à magia, mas sempre necessitavam de alguém com habilidades mais específicas, de forma que os magos profissionais eram como quaisquer outros profissionais (carpinteiro, padeiro, etc.). No entanto, os nefilins não conseguiam acessar a magia

O título “supremo dazah” tem conotação religiosa, tal como “sumo sacerdote”, mas está mais relacionado à magia.

Dazah, no Idioma Criacional, é alguém que faz magia, um mago. Isso do nosso ponto de vista, com a nossa percepção moderna sobre o que seria a magia.

A forma como o povo pré-babel pensa na natureza é distinta da nossa, pois nós olhamos a natureza como se estivéssemos fora dela, como se fôssemos apenas observadores (mesmo sabendo que somos parte dela e de mesma substância). Ou seja, pensamos em nós como separados de tudo que não faz parte de nós. Os antigos tinham uma ideia um pouco mais realista porque eles “sentiam” a natureza. Eles se sentiam parte da natureza, pois sabiam que eram parte da Criação. Natureza e criação, assim, são sinônimos.

Como eles pensavam na natureza desse jeito, eles não tinham uma palavra tão específica quanto a nossa para falar da natureza em si (ou “da realidade”). A palavra que eles tinham para isso era mais muito mais ampla e genérica, e dava uma ideia de universo, matéria ou até de “clima” (no sentido figurado, como “ambiente”, ou “sensação”). E como eles mesmos se viam como parte disso, sentir e ser se tornam coisas parecidas, talvez distinguidas só pelo contexto, como no caso de “ser e estar” em inglês e alguns outros idiomas. Acontece que a magia no mundo pré-babel é interação com a natureza, que acontece quando alguém emite um comando a ela, acrescentando um código na “programação” da realidade (da natureza). Mas não no ponto de vista dos povos daquela época.

Pense nisto: se você é parte do que você está sentindo, não existe a ideia de “interagir com a natureza” ou com a matéria. Seria o mesmo que dizer “interagir com a realidade”, sendo que nós já fazemos parte da realidade, já estamos nela, já interagimos com ela.

O que nós chamamos hoje de magia (mas que para eles era intuitivo e instintivo), para eles significava simplesmente chamar as coisas. Por isso, as palavras natureza e magia estão amplamente relacionadas em Anthares. Desta forma:

daza – criatura, ser.
dazä – natureza/universo/matéria/ambiente (a criação).
sdazä – chamar/sentir/comandar (a natureza).
dazah – aquele que chama/chamando/chamado (o “mago”).

Portanto, sdazä é o que os povos antigos chamariam de magia (não como nós pensamos sobre magia, como um atalho para um fim, mas na perspectiva deles, que é de sentir e interagir com a realidade). O que nós chamamos de mago, então, para eles era apenas alguém que usava a própria realidade. Ou melhor, usava a forma com que a realidade funcionava.

UM PARÊNTESE RÁPIDO

A título de curiosidade, veja esta informação acerca da língua hebraica:

A tendência a fixar a atenção sobre os indivíduos concretos levava o hebreu a realçar o que há de dinâmico em cada ser; comprazia-se em considerar o comportamento e os efeitos de pessoas e coisas, mais do que o seu valor estático, essencial. Assim tudo, de certo modo, se podia tomar vivo e agente, para o semita. Os substantivos do vocabulário hebraico são os próprios verbos ou derivam-se de verbos; o verbo (ordinariamente constituído por três consoantes) é a palavra fundamental do léxico israelita. Isto bem mostra que o aspecto principal sob o qual o judeu visava cada objeto era o aspecto dinâmico, ativo. Em particular, note-se que o termo dabhar, que originariamente significava “palavra”, podia igualmente designar “coisa”, pois toda coisa era pelos judeus concebida primariamente como efeito, efeito, sim, direto ou indireto, da palavra criadora de Deus. (Estêvão Bettencourt – Para entender o Antigo Testamento, p.42).

Se quer saber como exatamente funciona a magia em Anthares, leia o artigo completo aqui.

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