A Origem do Japão

Leia este post apenas depois de ler estes dois:

  1. O Guardião da Floresta
  2. O Guardião da Lua

RESUMO DO NÚCLEO

O protetor do clã morreu. Seu sucessor, o filho, não aceitava ser o guardião e contou segredos sobre as joias a um amigo e vai embora de lá. O amigo rouba uma joia mística e diz ser ele mesmo descendente do próprio Sol, causando uma divisão no grupo, um massacre e o início do Império do Japão. Seu nome era Jimmu.

A HISTÓRIA

Em 700 a.C., na região de Motosu, mas muitos séculos antes do lugar receber esse nome, vivia o clã Ikemura, cujo guardião era Senzan, descendente da Lua. Senzan cresceu sob a ideia quase profética de que com ele haveria paz em “mil montanhas” da região, e de fato, a região estava em paz (ainda não temos histórias sobre ele).

Ao contrário dele, que amava seu dever para com o povo, seu filho Takeshi cresceu detestando a ideia de ter um destino definido e substituir seu pai no tempo devido. Como nunca havia acontecido até então, Takeshi era o único na linha sucessória, mas não queria esse destino. Ele vinha sugerindo seu desejo desde sua juventude, mas ninguém o levou a sério. Desde muito cedo, ele foi perdendo o gosto por aquilo tudo (a tradição, a cultura, as obrigações, etc.) e muito mais ainda conforme certas coisas foram desmistificadas a ele pelo seu pai. Esse era o caso das relíquias.

O posto de protetor do clã dava direito de posse às três relíquias místicas conseguidas como parte de um antigo acordo com onis. A lenda dizia que qualquer um que usasse as relíquias morreria, exceto o protetor. Mas estudando com seu pai, o sucessor havia entendido que isso era falso, e também contou ao amigo (muito tempo antes). As relíquias eram poderosas, mas dependiam muito mais do guardião e da magia do guardião do que de si mesmas. E qualquer poderia usá-las, só não tão bem (como uma criança com uma faca).

Todas essas coisas ele foi contando ao seu melhor amigo (Sano, um menino sem família e sem origem conhecida, adotado pelo protetor). Takeshi não tinha certeza sobre tudo, então, sempre contava muito mais do seu ponto de vista cético do que sobre o que havia entendido. Em outras palavras, Takeshi dava sempre uma impressão muito cética, pessimista e desmistificada a Sano, que não representava bem a realidade.

O protetor, pai de Takeshi, morreu repentinamente (não temos a história sobre isso também) e ele precisou assumir, mas ao invés disso, avisou que estava deixando a aldeia. Ele chegou a dizer isso já no velório, mas aos olhos do povo pareceu ser algo apenas do momento, um impulso emocional. Mas ele avisou Sano e realmente foi embora, levando o dragão.

Com a fuga, o amigo bolou um plano. Sano, que já havia pensado muito na probabilidade real de Takeshi ir embora, invadiu sorrateiramente o templo e roubou uma das relíquias, a que era aparentemente mais fácil de manejar: a magatama. Algo saiu errado no processo e ele acabou matando todos os homens que guardavam as joias.

E a aldeia tinha três problemas agora: (1) estavam completamente perdidos sem um guardião; (2) estavam apavorados por causa da relíquia roubada; (3) estavam em grande disputa interna por causa da sucessão do protetor.

Meses e meses foram passando. Enquanto isso, lenta e pacientemente, Sano foi desenvolvendo seu plano: ele espalhou entre os aldeões que havia um descendente do Sol na vila, que muitos sabiam e ninguém nunca dizia nada, com medo do protetor. Sano não tinha ideia de como usar a relíquia, mas passava boa parte do tempo tentando descobrir. Após de cerca sete anos, já com muita gente com aquela sensação de conspiração (por causa do tal descendente do Sol escondido), Sano se assume publicamente.

Se o guardião era descendente da lua, seu plano era mostrar-se superior dizendo-se descendente do próprio Sol. Mas ele precisaria provar isso. E ele também tinha um plano. Sano, então, junta o clã e começa a contar sua uma versão própria e muito mais sentimental daquilo que ele mesmo havia espalhado (sobre um descendente do Sol e a conspiração que havia para ninguém descobri-lo). Feito isso, ele citou o incidente envolvendo o roubo da relíquia.

Para provar sua legitimidade, ele usa a relíquia na frente de todos (não desenvolvemos nada sobre as joias ainda). Veja: nenhuma pessoa fora o guardião, supostamente, poderia sequer tocar as relíquias. Em contrapartida, ele a estava empunhando e usando. Um aldeão muito fiel à tradição e à linhagem do protetor, vai pra cima dele e morre facilmente no processo. Todos se assuntam.

O tumulto foi grande, mas muita gente ficou do lado dele e o protegeram, fazendo com que ele permanecesse com a relíquia. Foi assim que ele conseguiu legitimidade para o uso da relíquia e começou a juntar seguidores até serem maioria, brigarem. Do lado da tradição, a disputa era muito grande para saber quem seria o protetor, enquanto do outro (já uma maioria) era decisiva: Sano seria o protetor.

De repente, depois de uma jornada que ainda não sabemos como foi, Takeshi reaparece na aldeia e descobre tudo que aconteceu. A essa altura, ele já não podia mais fazer nada, porque a maioria já estava com Sano, a ponto de começar uma matança expulsando os tradicionais. Takeshi e eles pegam as outras duas relíquias e todos os rolos do templo e vão embora pra Índia, para onde Takeshi havia fugido antes.

O ano é 690 a.C. e Sano começa uma temporada de conquistas territoriais ou alianças com os outros clãs, tentando unificar um reino com ele mesmo no poder. Em 670 a.C., ele se autoproclama Imperador do Wa, dando origem à atual Casa Imperial do Japão. A partir daí, lendas e distorções vão sendo feitas até culminar no total descrédito das histórias sobre o Guardião ser descendente legítimo da Lua, o que incluía afirmar que a Lua seria um ser do sexo masculino, o que lhe dava, no máximo, a alcunha de bastardo, enquanto o Sol seria um ser do sexo feminino: Amaterasu.

Enquanto isso, Takeshi e seus seguidores introduziram partes de suas tradições, mescladas às crenças locais, que incluíram elementos (como a luta) até mesmo em seus textos sagrados (os Vedas). A intenção era recrutar pessoas e fazer um exército para derrotar Jimmu. Nesse processo extremamente dedicado, eles misturam tradições com a religião local e criam os primeiros dojôs. O grupo vai se apegando à região e perde o interesse em voltar para Wa.

Para ler sobre isso, veja o post sobre As Sentinelas de Takeshi.

Além disso, existem alguns arcos históricos importantes que estamos levando em conta para a harmonização desses núcleos japoneses. Leia mais clicando aqui.

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