Os Drishs e a Magia

No artigo sobre A Magia em Anthares, foi dito que depois da Confusão das Línguas apenas os Acsï e os drishs continuaram falando o idioma antigo, a partir do qual se pode causar alterações nas leis naturais, que é o que chamamos de magia. Ao final, foi dito também que os drishs nunca conseguiram fazer, nem compreender a magia (o processo em si, feito originalmente pela linguagem). E, ainda assim, eles são capazes de desenvolver tecnologia que, muito além de apenas usar as leis naturais, as remodelam conforme precisam, gerando o que chamamos de “artefatos drishs”. Esses artefatos não nenhum humano nunca conseguiu fazer. Curiosamente, humanos nunca conseguiram fazer esses artefatos, mesmo no período pré-babel.

ALGUNS QUESTIONAMENTOS

• Pergunta: Qual a diferença entre os sistemas mágicos pós-babel e os artefatos drishs?

Resposta: De fato, os sistemas mágicos são um arranjo da matéria que consegue, mediante a “fé” (uma convicção), comunicar comandos à natureza e receber sua colaboração. Por tanto, o arranjo em si poderia ser comparado a um artefato. No entanto, os sistemas mágicos são apenas uma gambiarra para acessar a magia. Ou seja, eles são como uma frase audível aos ouvidos do universo, e apenas isso. Os artefatos drishs, por outro lado, são itens como o trabalho de um artesão: eles têm não só uma frase (o código que se espera inserir), mas um mecanismo feito para manter em vigor esse código.

A próxima questão explica melhor alguns detalhes.

• Pergunta: Qual a diferença entre os artefatos drishs e a tecnologia comum?

Resposta: A tecnologia desenvolve, mediante o método científico, processos mecânicos e um conjunto de técnicas com base nas leis naturais, fazendo objetos que cumprem fins determinados. Mas isso porque a humanidade não sabe que existe a possibilidade de alterar essas leis. Os drishs, por sua vez, constroem artefatos para fins determinados que não usam apenas as leis naturais, mas também as possibilidades que surgem da alteração delas.

Para entender melhor, pense na diferença entre qualquer tecnologia humana em comparação ao mecanismo estrutural de uma planta. Os artefatos drishs são como plantas, um tipo de “tecnologia natural”.

Levando em conta que conforme o tempo foi passando aumentou a dificuldade de se enviar comandos à natureza e que algumas pessoas em um período mais avançado simplesmente não conseguiam fazer isso, então, temos dois questionamentos de natureza social:

• Pergunta: Se os humanos sempre tiveram a potencialidade de usar magia com objetos (rituais), por que não os desenvolveram antes?

Resposta: Pela dificuldade, pela falta de incentivo (já que a maioria das pessoas podia fazer magia sem usar nenhum recurso extra) e pela falta dessa raríssima combinação necessária (habilidade + incentivo) para que esse empenho tivesse algum resultado.

• Pergunta: Se os humanos não conseguem nem tem a potencialidade de entender o que os drishs fazem, então como que eles chegaram à conclusão de que eles também poderiam usar matéria para fazer magia?

Resposta: Em contato com os artefatos e os drishs, os humanos acabavam concluindo facilmente que era impossível reproduzi-los. No início, talvez por alguma mentalidade supersticiosa, depois, por falta de compreensão de como a realidade funciona.

• Pergunta: Por que os drishs não conseguem usar a magia normal e precisam fazer os artefatos?

Resposta: Drishs têm algo que os humanos não têm e vice-versa. Os drishs são apenas animais, como quaisquer outros, inferiores à raça humana, à qual foi dada por Nuhat um propósito sobre todo o resto da Criação. Quando um drish faz um artefato, ele nem sequer sabe que aquilo é um objeto mágico. Ele o faz como qualquer outra coisa feita por outros animais, por puro instinto.

• Pergunta: Se o que é necessário para a magia comum (dos humanos) e a construção de artefatos (dos drishs) é diferente, o que diferencia um ser humano com aptidão baixa de um drish?

Resposta: Anthares é um universo com propósito, certo? As criaturas têm propósitos e, mais ainda, o ser humano, única criatura feita por Nuhat conforme a sua imagem. Isso significa que o homem está numa classe diferente do restante dos animais. No caso da magia, não dá para compará-los, a começar pelo fato de que humanos são seres morais, drishs não são. O mal corrompeu a humanidade por dentro e afetou a Criação, mas a Criação não é má de forma alguma. Isso significa que o homem ter perdido sua capacidade de perceber, interpretar e usar o Idioma Criacional não tem muda nada para os drishs. A humanidade mudou, os drishs não.

MAIS ALGUMAS QUESTÕES

• Se existe magia, o mundo não seria facilmente dominado pelos magos?
Não. Em primeiro lugar, porque todo mundo está “armado” potencialmente. Em segundo lugar, porque o controle da magia em Anthares não é igual à dos X-Men e seus poderes, por exemplo. Aquele nível de precisão e potência não existe em Anthares, nem faz sentido, segundo o jeito que a magia funciona.

• Qual é o alcance e duração dos códigos inseridos na natureza?
Isso tem a ver com a habilidade e criatividade do usuário em saber quais variáveis das leis da física manipular. Códigos inseridos não são absolutos e duram só até a depuração da matriz, que recalibra tudo, procurando equilíbrio, reescrevendo os códigos originais. Então, a magia é limitada pelos meios ordinários, que tendem a voltar à normalidade. E isso é driblado pelos artefatos drishs, pois seu mecanismo, em geral, consistem em refazer o pedido de alteração e alterar também leis secundárias.

• É possível eliminar algo criado?
Não, da mesma forma que não dá para criar algo do nada.

• É possível fazer uma escultura de aço só com magia?
Teoricamente, sim. Mas isso estaria num nível de controle técnico praticamente impossível, com qualidades extremas tanto de um escultor quanto de um perito em magia.

• Tirando os grandes especialistas, como seria a magia na prática cotidiana no mundo pré-diluviano?
Seria como usar controle remoto ao invés de levantar e apertar o botão; como usar espremedor de laranja ao invés de espremer na mão; como usar um boi no arado ao invés de fazer no braço; como usar uma serra elétrica ao invés de um serrote; como copiar e colar ao invés de ir lendo e digitando. Não tem mistério.

E então, o que achou? Tem mais perguntas? Encontrou furos? Quer dar alguma sugestão para requintar o tópico? Quer escrever uma história a partir disso? Entre em contato aqui.

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