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Deuses do Olimpo e Nórdicos

UMA EXPICAÇÃO

Por motivos óbvios, em Anthares não se admite as cosmogonias nórdica e grega. Mas isso não é necessariamente verdade a respeito de boa parte da mitologia dessas culturas.

Entenda: assim como em qualquer RPG que tem sua cosmogonia canônica e mesmo assim podem existir civilizações diferentes que têm suas próprias cosmogonias e creem em panteões diferentes, Anthares também tem sua cosmogonia verdadeira, mas que não é conhecida pela maioria das culturas.

Nós já demonstramos isso com o xintoísmo, que em Anthares recebeu uma justificativa histórica completamente diferente, apesar de ter culminado em distorções que levaram aos mitos exatos que compõem essa religião como é no mundo real. Em partes, isso acontece também com o budismo e o islamismo. Faremos isso também com alguns personagens do folclore brasileiro a longo prazo. Mas neste post aqui o foco é a adaptação das mitologias grega e nórdica, inclusive para servir de exemplo sobre o que dá ou não para fazer com relação a outras mitologias e religiões.

A MITOLOGIA GREGA

Até o momento, nós já temos 4 histórias que se passam na Grécia, do período de Platão para trás (inclusive uma delas tem o próprio Platão). Todas elas tocam na questão da mitologia, mas cada uma se envolve e esclarece as coisas em níveis diferentes. Em uma delas, alguns personagens do panteão grego vão aparecer (provavelmente: Zeus e Hércules). Obviamente, não existe a possibilidade deles serem como os mitos descrevem (em todos os sentidos, desde a origem às habilidades). O que faremos é uma adaptação dentro do possível.

Em Anthares, aqueles que os gregos chamavam de “deuses do Olimpo” eram, na verdade, alguns acsï dentre os insurgentes. Os semideuses, como Hércules, eram nefilins. Esses acsï mal se relacionavam com os humanos, mas os humanos tinham muito interesse neles, então sempre falavam muito a seu respeito, e assim foram inventando e distorcendo informações até chegarem nos mitos gregos.

A MITOLOGIA NÓRDICA

Ainda não temos nenhuma história que envolva a mitologia nórdica. Mas já fizemos dois posts sobre sua inserção no Universo Anthares:

As histórias clássicas são ainda mais absurdas que as gregas. Então, faremos como na nossa adaptação do xintoísmo. Diferente da mitologia grega, como as histórias mitológicas nórdicas em geral são mais distantes da humanidade, nós apenas precisaremos de algum fundo mínimo de verdade, e o resto também se justificará com invenção e distorção da tradição oral. Tal como os deuses do Olimpo, os deuses nórdicos são acsï; são as próprias descrições nórdicas que fazem essa associação facilmente por nós, como lemos no livro “Mistérios Nórdicos” de Mirella Faur (p. 53):

Apesar de as divindades dependerem da egrégora humana, elas não são mero fruto da imaginação; são expressões reais de poderosos campos energéticos e vórtices de energia cósmica. Elas existem em uma realidade diferente do mundo tridimensional, chamada pelos xamãs de nagual ou “realidade incomum” (ou extrafísica).

Uma dessas divindades nórdicas, “o deus da lua” (Mani), é descrita na tradição nórdica como aquela que teve duas filhas a quem deu o nome de Sol e Lua, o que teria revoltado os demais deuses, a ponto de sequestrarem-nas. Em outra ocasião, o próprio Mani sequestra duas crianças e as leva para morar com ele na lua. Esse personagem pode ser relacionado com outro já pronto em Anthares, que está no núcleo do Guardião da Lua.

Observação: esse personagem considerado um deus, vinculado à lua, pode ser bastante atuante em Anthares, incluindo a região conhecida na Bíblia no entorno do Monte Sinai. O Sinai é uma península montanhosa e desértica do Egito, entre os golfos de Suez e Ácaba. Este nome vai buscar a sua origem no deus Sin, deus da lua. Por isso se diz que Sinai é a “Terra da Lua“; e a terra das águas turquesa da Paz.

Outro adendo interessante para este post também do livro “Mistérios Nórdicos”:

Um fenômeno muito difícil de compreender é o dos Berserkers, guerreiros consagrados a Odin que lutavam em estado de fúria extática. Descritos as vezes como monstros sanguinários, eles eram guerreiros de uma classe especial, totalmente livres, que não estavam sujeitos a nenhuma lei social ou moral e lutavam em estado alterado de consciência, sem se importar com o perigo ou com os ferimentos. Imbuídos de uma fé inabalável em Odin, que lhes dava esse poder extático, eles lutavam nus, cobertos apenas com peles de animais (berserk significa “camisa de urso” ou “pele de lobo”), cujas qualidades eles adquiriam ao longo do treinamento xamânico.

Fizemos um post mais detalhado sobre os personagens principais da Mitologia Nórdica (segundo a mitologia, não segundo Anthares) neste post aqui.

MAIS INFORMAÇÕES

Você já deve ter notado que há certas semelhanças entre essas duas mitologias. A mais gritante é entre Zeus e Thor (só não confunda com a mitologia da versão dele na Marvel). Ambos são deuses cujo poder está vinculado ao raio. Porém, enquanto Zeus é o líder do Olimpo, Thor é filho do líder em Valhalla. Em Anthares, Zeus e Thor são o mesmo acsi, que ainda aparece em outras tradições, como a alemã, na figura do deus Donar. E o mesmo acontece com outros personagens dessas mitologias, como Dioniso (grego) que é Lóki (nórdico). Na mitologia ugarítica, por exemplo, Baal era o deus da tempestade que cavalga nuvens e usa os elementos da tempestade para levar fertilidade à terra.

Os mitos também descrevem os elementos da tempestade, especialmente o trovão e o raio, como as armas de Baal. Um texto fala que o arsenal de Baal tem “sete raios” e “oito armazéns de trovões”.12 Outro descreve a poderosa teofania da tempestade de Baal da seguinte forma: “Então Baal abriu uma brecha nas nuvens, Baal soou a voz santa, Baal trovejou dos seus lábios […] os lugares altos da terra tremeram. Os inimigos de Baal fugiram para os bosques, os inimigos de Hadade [nome alternativo de Baal] tomaram as montanhas. E o conquistador Baal disse: ‘Inimigos de Hadade, por que estais tremendo, barcos do Valente?’ Os olhos de Baal guiaram sua mão, enquanto ele balançava um cedro [ou seja, um raio] na mão direita. Assim Baal foi entronizado na sua casa”. (Roy B. Zuck – Teologia do Antigo Testamento, p. 232).

HARMONIZANDO:

O mesmo grupo acsi foi visto em lugares e épocas diferentes, fazendo coisas semelhantes, resolvendo problemas diferentes entre si e com relação à humanidade. Olhando suas interações, do ponto de vista grego o acsi chamado de Zeus parecia ser um tipo de líder. Do ponto de vista nórdico, o líder parecia ser outro (Odin), com quem os homens tenham entendido que ele se relacionavam como de pai para filho. Assim, as mesmas criaturas geraram lendas diferentes em civilizações diferentes. A propósito, temos uma outra incidência de um deles também na mitologia japonesa da Idade Moderna: em 1544, Tachibana Dōsetsu recebe auxílio do acsï associado a Zeus e Thor, rival da Lua. Confira aqui. A ilha de Creta também será, em algum momento, incluída em Anthares. Sobre isso, assista este vídeo.

Alguns deuses e contos egípcios também serão trabalhados assim, como (talvez) a tríade egípcia que você pode ver brevemente neste vídeo. Mas não, nós não faremos isso com todas as mitologias. Temos preferência em dar explicações diferentes e criativas para cada caso.

Confira ainda este vídeo muito interessante, sobre “a era dos gigantes”.

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