Flexões Básicas do Idioma Central

O Idioma Criacional é diferente do que chamamos de Idioma Central em Anthares.

O Idioma Criacional é a linguagem a partir da qual toda a realidade do Universo Anthares foi criada (as três dimensões, as leis da física, etc.). Esse idioma corresponde exatamente à matéria e ao seu funcionamento, de forma que os sons encontram suas equivalências exatas nas frequências sonoras e nas frequências de onda refletidas pela matéria, que chamamos de cor, assim como encontra sua equivalência no odor e no sabor. Para entender melhor, leia o artigo sobre A Magia em Anthares.

No início dos tempos, essa linguagem era intuitiva (ou instintiva) à humanidade, que estava como que “conectada” com a natureza. Porém, com o primeiro casal se corrompendo, corrompeu-se também a noção de ética, estética e linguagem. Por isso, o Idioma Central é o desenvolvimento pelo qual o Idioma Criacional foi passando ao longo dos anos, recebendo sotaques, maneirismos e usos mais ou menos deturpados da linguagem. Para começar a compreender a diferença e as implicações, vou citar D. A. Carson, exegeta e especialista em Grego, que comenta:

“…o princípio da entropia opera tanto em línguas vivas quanto em física. As línguas “desmancham-se” com o tempo: a sintaxe torna-se menos estruturada, o número de exceções aumenta, a morfologia é simplificada, e assim por diante.” (Os Perigos da Interpretação Bíblica, p. 64).

No Idioma Criacional não existem variações sintáticas, semânticas ou lexicais como mostraremos aqui. Os fonemas têm significado e propósito intrínseco, por quanto são também (e originalmente) a linguagem que descreve o “código” da realidade. Porém, depois da Insurgência, as pessoas começaram a usá-lo a partir de suas percepções e limitações, gerando variações de todos os tipos.

Fizemos um post mais específico sobre A linguagem original em Anthares que pode esclarecer inúmeros questionamentos acerca do Idioma Criacional, seu valor intrínseco, seu uso propriamente para comunicação e seu uso na magia.

Fizemos também um post bem breve mostrando a relação entre a criação do Universo narrada em Gênesis, a missão da humanidade e o Idioma Criacional, sob o título A Missão da Humanidade.


Vejamos como funcionam algumas declinações a partir da raiz “cs” que aparece nos verbos “ir” (csi) e “voltar” (acsa).

Modo Imperativo: as raízes recebem som de “z” no início para indicar imperativo. Ou seja, se você tem um termo qualquer e quer transformá-lo em uma ordem, você acrescenta o som de “z” no início. Assim: vento (substantivo) > zvento = vente! (verbo no modo imperativo).

Personificação: para transformar a raiz em objeto direto (para se referir a alguém que faz tal coisa), acrescenta-se “ah” ao final. Assim: ventah = que venta (ou, “aquele que venta”). Ou seja, essa é a forma transformar uma característica em um indivíduo, uma forma de personificar algo. E esse ‘h’ ao final é um indicador da sílaba tônica, ou seja, funciona como acento: ventah pronuncia´se “ventá”.

Ação do sujeito: no Idioma Criacional, o som do “z” e do “s” são associados com movimento. Daí o uso de “z” antes da palavra para transformá-la em verbo. Se o som for posto no final, o efeito é de ação do sujeito. Exemplo: vento(s) = “ele venta”.

Plural: via de regra, no plural a vogal final recebe o sinal de trema em cima que, na prática, acrescenta a ela o som anasalado do “m” de “im” ou “am” (depende do caso), como nas palavras: assim e gotham (perceba que não é o mesmo som de palavras como “botam”, que nós pronunciamos “môrrão”).

Abaixo, veja as regras aplicadas a alguns verbos, sendo o primeiro um verbo irregular.

acsi (vai ou ir) | zacsi (vá) | acsis (ele vai) | acsi (que vai) | acsï (que vão)

acsa (volta ou voltar) | zacsa (volte) | acsas (ele volta) | acsah (que volta) | acsä (que voltam)

roh (impedido) | zroh (impeça) | ros (ele impede) | roah (que impede) | rohä (que impedem ou impedidos)

nuha (vida) | znuha (viva) | nuhas (ele vive) | nuhah (vivo ou vida) | nuhä (que vivem, que estão vivos)

Nuhat e Nuhah foram palavras que os povos usaram para se referir ao Criador. Mas “nuha” (e suas flexões), em alguns lugares, começou a receber som de “d” no início: duha. E o som de “z” para a flexão do modo imperativo, em outros lugares, ganhou o som de “s”.

No meio das frases, a flexão de ação do sujeito pode ser traduzida (ou entendida) com a ideia de gerúndio. Exemplo: nuhas = vivendo ou vivido (não no passado simples, mas em tempo corrente, como acontece no pass perfect do inglês: “ele tem vivido”).

Outro exemplo interessante: keshu (perto / ao lado) | zkeshu (encoste/permaneça) | keshuah (que fica ao lado).

Quando um acsi foi colocado no portal para impedir a passagem dos nefilins, ele ficou conhecido como Nuhat-keshua (guardião de Nuhat). Com o tempo, em alguns lugares, confundia-se “guardião de Nuhat” com “guardião do portal”, pois a expressão tornou-se referente àquele guardião específico que guardava aquele local específico. Assim, Nuhat-keshua, com o tempo (em alguns lugares), significava “o guardião do portal” (e não mais “guardião de Nuhat”).

Em outros lugares, ao invés de “eu vou para o portal”, dizia-se “eu vou até Keshuah”. Lembre-se: “ah” no final indica alguém que faz algo; no caso, alguém que guarda. Com o tempo, começou-se a confundir Keshuah com o próprio nome do portal ou, para outras pessoas, com o nome do guardião.

Para completar este post sobre as flexões básicas, é preciso falar do prefixo “teo”, como na palavra “teokosa” (aqueles que geram). “Teo”, pronunciado com a letra “t” é a pronúncia original e correta (ou formal). Uma pronúncia mais relaxada e bem comum seria com a letra “d”: deokosa. Outra variação, para a pronúncia rápida, seria trocar o “teo” por “tu”: tukosa.

Agora, repare no seguinte: teo (prefixo) e ah (sufixo) têm uma função quase idêntica. Os dois servem para transformar uma palavra em um sujeito. Por isso, algo ainda mais interessante acontece com a palavra teoluz. “Luz”, no Idioma Criacional, significa “guardar” ou “proteger”. Então, teoluz também significa “guardião”, mas num sentido estrito para essa função de proteção, enquanto keshuah teria mais o sentido de alguém que está ao lado. Dessa forma, teoluz e keshuah podem ser usadas como sinônimas, apesar da origem etimológica diferente.

Teo = que, qual ou aquele | TEOLUZ = aquele que guarda.

Ah = ideia de personificação | KESHUAH = aquele que fica ao lado.

A pergunta é: por que não flexionamos a primeira palavra da segunda maneira e vice-versa? Assim: teokeshu e luzah.

Resposta: porque são duas situações diferentes, com regras diferentes. E aqui entra uma regra sintática básica:

No primeiro caso, nós temos uma função (guardar), enquanto no segundo caso, nós temos uma característica (estar ao lado). Esta é a regra: características (ou adjetivos) são flexionadas com sufixo, enquanto funções (ou verbos) são flexionadas com prefixo. Por isso, teokeshu e luzah seriam erros parecidos com “fazeu” ou “paralisamento”.

Uma curiosidade também acontece com as palavras: magia e mago. Confira o post sobre Qaca, o Supremo Dazah.

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