Profetas tinham olhos diferentes: eles viam as coisas do ponto de vista de Deus.
Por isso, uma das primeiras palavras usadas no Antigo Testamento para os profetas foi “videntes”. O termo significa o que parece: eles eram aqueles que viam. Às vezes, isso também significava que, pelo poder misterioso de Deus, eles eram capazes de enxergar coisas que os outros não conseguiam. Por exemplo, Samuel pôde dizer a Saul e seu servo onde estavam as jumentas perdidas (1Sm 9). Eliseu conseguiu ver o exército de anjos protegendo Israel (2Rs 6.15-17).
Não se tratava de uma espécie de poder oculto de clarividência; era tão somente Deus lhes mostrando coisas que os outros não podiam ver.
Mas, em um sentido mais sério, os profetas receberam iluminação sobre o que Deus estava fazendo nos acontecimentos da própria época. Eram capazes de interpretar os eventos e ver a mão de Deus em ação. E podiam ver o que Deus planejava fazer no futuro, em consequência daquilo que o povo estava fazendo então. Muitas vezes, era bem desconfortável, mas, em algumas ocasiões, trazia grande esperança.
Por exemplo, quando o povo quebrava a aliança com Deus, achava que seu estilo de vida não importava. Contanto que continuassem adorando a Deus no templo, eles imaginavam que estariam seguros. Mas Jeremias viu a questão do ponto de vista de Deus, que era bem diferente. “Eu mesmo estou vendo isso”, disse Deus por intermédio de Jeremias (Jr 7.9-11). Eles não estavam nada seguros! O juízo divino estava vindo, e o profeta viu isso.
Em outra ocasião, quando inimigos ameaçavam Judá, Isaías orientou Acaz a não entrar em pânico porque ele podia ver, do ponto de vista de Deus, que os inimigos de Israel logo seriam destruídos. Isaías disse a Acaz que confiasse em Deus, mas este se recusou (Is 7.1-12).
Quando alguns do povo de Judá foram levados para o exílio, os que ficaram em Jerusalém pensaram que os que haviam ido cativos estavam acabados e excluídos, ao passo que eles (os que ainda ficaram em Jerusalém) permaneceriam seguros e prósperos. Jeremias disse que a opinião de Deus era justamente o contrário (Jr 24). Ele podia ver um final bem diferente para os dois grupos.
Quando Jeremias escreveu para os exilados de Judá na Babilônia, instruiu-os a pensar de maneira diferente em sua situação. Eles achavam que Nabucodonosor foi quem os havia levado embora (e, na esfera humana, foi mesmo). Mas Deus disse: “Fui eu que os levei para o exílio, então estabeleçam-se lá comigo e busquem a prosperidade da Babilônia, onde os coloquei”. Esse era o ponto de vista de Deus, e foi necessário um profeta para comunicá-lo ao povo. Jeremias viu a situação da perspectiva divina e o que Deus queria que as pessoas fizessem a esse respeito.
Quando os hebreus estavam no exílio por um longo tempo e muitos tinham perdido qualquer esperança para o futuro, as profecias de Isaías lhes disseram que Deus os levaria de volta para sua terra e daria continuidade a seus propósitos para eles e, por intermédio deles, para o mundo inteiro. O profeta deu esperança ao povo porque ele viu Deus em ação já planejando o futuro.
Por isso, quando pregamos e ensinamos sobre os profetas, descobrimos, com muita frequência, que a mensagem deles era contrária à mentalidade popular da própria época. Eles se diferenciavam. Apontavam para uma direção distinta daquela para a qual todos estavam correndo. Enxergavam as coisas do ponto de vista de Deus. Isso era desafiador e, muitas vezes, impopular. Há circunstâncias em que precisamos fazer o mesmo em nossa pregação e ensino, e os profetas podem nos ajudar a ter a coragem necessária para isso.
Às vezes, os profetas conseguiam “ver” o que Deus faria em algum momento do futuro. Com frequência, diziam coisas como “Naquele dia…” ou “No dia do SENHOR”. É claro, eles não sabiam quando no futuro isso seria. Podemos agora olhar para o passado e perceber que algumas coisas que eles “viram” aconteceram quando Jesus veio. Mas outras apontavam ainda mais para a frente e ainda se encontram no futuro — mesmo para nós. Posteriormente, refletiremos sobre esses diferentes “horizontes ” da visão dos profetas.
Profetas tinham cabeça: eles possuíam mente própria.
Dissemos acima que aquilo que os profetas ouviam era a palavra de Deus e aquilo que falavam era a palavra de Deus. Mas isso não quer dizer que um profeta não passava de uma máquina de ditados. Eles não ficavam lá olhando para o nada, pronunciando sem pensar palavras que vinham do alto, sem o engajamento da própria mente. Tampouco falavam em um transe vazio induzido por drogas ou meditação transcendental.
Você já viu um ventríloquo com seu boneco? Ou uma apresentação de fantoches? O boneco ou fantoche mexe os lábios e parece que estamos assistindo ao boneco falar ou ao fantoche atuar. É claro, porém, que, ao longo de todo o tempo, é o ventríloquo ou manipulador dos fantoches que está falando ou agindo. O boneco ou fantoche não tem mente, nem voz própria. Trata-se de um brinquedo mecânico, manipulado pelo ser humano que o segura. Os profetas não eram nada parecidos com isso. Não eram bonecos, nem fantoches. Não estavam apenas “ colocando para fora ” palavras sem nenhum tipo de pensamento de sua mente.
Pelo contrário, ao ler cada um dos livros proféticos atentamente, dá para ver que todos são diferentes. Cada um tem um estilo de fala e escrita bastante peculiar. Cada um tem assuntos de maior preocupação e que são abordados com maior frequência. Eles enfatizavam coisas diferentes. Concentravam-se em aspectos distintos do passado ou futuro de Israel. Fica bem claro que eles eram tanto pensadores quanto porta-vozes. Cada um deles tinha o que hoje chamamos de “perspectiva teológica”. Por isso, podemos falar que “a teologia de Isaías” era diferente da “teologia de Ezequiel”. Isso não quer dizer que eram contraditórias — é claro que tinham muitos pontos em comum —, mas simplesmente que cada um deles tinha mente própria, e Deus usava essa diferença.
Por isso, sempre que pregavam uma mensagem, embora fosse apresentada como a palavra de Deus, era muito a mensagem deles também. Eles acreditavam fervorosamente nas mensagens que apresentavam ao povo, lutavam com elas e, às vezes, entravam em discussões acaloradas com as pessoas por causa daquilo que diziam. Portanto, quando pregamos ou ensinamos sobre um profeta em particular, precisamos visualizar um indivíduo, com mentalidade própria. Precisamos ler o livro inteiro e descobrir o que o caracteriza. Qual era o estilo de falar do profeta? Que temas são recorrentes? Quais questões teológicas são proeminentes no livro? Como esse profeta pensava acerca de Deus e de Israel?
Quando Deus transmitia sua mensagem a um profeta, ele envolvia a mente desse profeta, em meio a suas circunstâncias, seus relacionamentos e suas experiências. Isso significa que, quanto mais tentarmos entrar na mente do profeta naquele contexto, melhor compreenderemos a palavra de Deus entregue por seu intermédio.
Profetas tinham coração: eles sentiam o que Deus sentia.
Quem dera minha cabeça fosse uma represa,
e meus olhos, uma fonte de lágrimas!
Choraria dia e noite
por meu povo que foi massacrado.
Jeremias 9.1
Jeremias ficou tão aflito pelo sofrimento que viu chegando para seu povo que sentiu que suas lágrimas nunca terminariam, como uma fonte de água. Essa é uma linguagem profundamente emocional, o que nos mostra que os profetas também tinham sentimentos. Eles não só falavam a mensagem. Eles não só pensavam sobre a mensagem. Eles a sentiam apaixonadamente. Na verdade, assim como suas palavras comunicavam a palavra de Deus, suas emoções expressavam as emoções divinas. Nós, seres humanos, fomos criados à imagem divina. Então, embora Deus não tenha, é claro, as emoções frenéticas e descontroladas que às vezes experimentamos, ele sente de verdade. E as palavras que usamos para expressar nossos sentimentos são as que a Bíblia também usa para Deus. Ele ama seu povo. Ele se ira com o pecado e com o mal — sobretudo com a injustiça e a crueldade. É compassivo e se importa com os pobres, necessitados e vulneráveis. Entristece-se quando é rejeitado. Enche-se de alegria quando as pessoas e a criação são abençoadas. Todas essas palavras são emocionais. São palavras humanas. Mas falam de algo real e verdadeiro a respeito do ser divino.
É natural, portanto, que, ao falar sobre coisas que despertavam tais emoções no coração e na mente de Deus, os profetas também expressassem os mesmos sentimentos na pregação. Aliás, na citação anterior de Jeremias, é o próprio Deus quem fala por intermédio do profeta. As palavras “eu” , “me” e “meu” , encontradas entre Jeremias 8.21 e 9.3, se referem ao próprio Deus (assim como acontece com toda certeza ao fim de 9.3) — usando linguagem bastante humana. Deus está em lágrimas! E o mesmo acontece com Jeremias. Às vezes, ele é chamado de “profeta chorão”. Isso porque ele falava em nome do Deus choroso, um Deus que se encontrava profundamente triste, em lamento por causa da tragédia que estava prestes a recair sobre Israel por causa dos pecados e da maldade do povo.
Para alguns dos profetas, a tarefa de expressar as palavras e as emoções de Deus cobrou um preço terrível. Para Jeremias, trouxe solidão e sofrimento intenso, quase chegando à depressão suicida. Para Oseias, trouxe o desgosto de um casamento desfeito. Para Ezequiel, trouxe a dor do luto pela esposa. Esses homens eram seres humanos. Tente manter isso em mente enquanto lê as palavras que escreveram. Pense na voz viva por trás das palavras na página. Por isso, ao ler os profetas, procure a emoção no discurso e descreva-a de maneira específica. Com frequência, você encontrará ira, pois eles falavam sobre a ira de Deus por causa do pecado e da rebelião.
Mas há outras emoções que podem ser procuradas:
Anseio: “Ah, se vocês tivessem ouvido!”.
Nostalgia: “Lembro-me de quando vocês me amavam”.
Ternura, como a de um pai: “Como posso desistir de você, Efraim, meu filho?”.
Fidelidade, como a de um marido: “Com amor eterno te amei”.
Sensação de estar perplexo ou pasmo: “Por que vocês continuam a fazer isso? Como podem se comportar assim? Até os animais fazem melhor!”.
Empolgação por bênçãos futuras: “Surpreendam-se por aquilo que estou prestes a fazer!”.
Consolo: “Console, console meu povo…”.
Então, quando for pregar, pense em como pode refletir a emoção do profeta no modo como você fala. O problema com muitos sermões de hoje é que facilmente se transformam em só um grito prolongado. O tom é sempre o mesmo. Mas não deveria. Se o texto fala de ira e repreensão divinas, devemos refletir isso. Se, contudo, estiver repleto de lágrimas e tristeza, devemos ajudar as pessoas a sentir o que Deus e o profeta sentiram. Se estiver cheio de consolo e esperança, deixe os ouvintes sentirem isso.
Profetas tinham mãos: às vezes, eles transformavam palavras em ações.
Hoje em dia, às vezes lançamos mão de recursos visuais. As crianças amam, é claro. Em um nível mais técnico, podemos projetar imagens em uma tela, ou fazer apresentações em PowerPoint. Todos sabemos que, quando vemos alguma coisa ao mesmo tempo que ouvimos a mensagem, iremos nos lembrar muito melhor dela. Deus sabe disso também (foi ele quem nos deu olhos e ouvidos!). Por isso, com frequência ele instruía seus profetas a entregar uma mensagem junto com algum ato ou sinal que a reforçasse. Às vezes, era algo simples do dia a dia que, dadas as circunstâncias, demonstrava grande fé — como na ocasião em que Jeremias comprou um campo (Jr 32). Em outras ocasiões, era algo muito dramático — por exemplo, quando Jeremias pegou um enorme pote de barro e o despedaçou fora da cidade na presença dos líderes políticos (Jr 19). Outros exemplos de profecias encenadas incluem as seguintes:
Aías rasgou sua capa em doze partes e deu dez a Jeroboão, a fim de simbolizar que Jeroboão tiraria dez tribos de Israel do rei Roboão em Jerusalém (1Rs 11).
Isaías andou nu por Jerusalém para retratar a vergonha do cativeiro que sobreviria (Is 20).
Jeremias comprou e usou um cinto novo de linho; então, o enterrou até que ficasse podre e inútil, a fim de mostrar o que Israel havia se tornado aos olhos de Deus (Jr 13). Jeremias colocou um jugo de bois sobre os ombros e entrou em uma conferência diplomática internacional em Jerusalém, a fim de dizer aos embaixadores das outras nações que deveriam se sujeitar ao “jugo” de Nabucodonosor, porque Deus o levantara para aquele momento (Jr 27).
Ezequiel deitou sobre o próprio lado “sitiando” um desenho de Jerusalém feito em um grande tijolo de barro, para mostrar aos primeiros exilados na Babilônia que a cidade logo seria capturada e destruída (Ez 4—5).
Jesus expulsou os cambistas do templo, uma ação profética que provavelmente foi interpretada com o significado de que o templo em si seria destruído (Mt 21.12-13).
Se pregarmos sobre qualquer passagem que inclua uma ação para simbolizar ou reforçar a mensagem, é necessário explicá-la. Pode ser uma boa maneira de dar vida à mensagem e ajudar as pessoas a se lembrarem dela — por esse motivo o mesmo aconteceu lá no passado!
CONHEÇA A HISTÓRIA
Sempre devemos ler qualquer passagem da Bíblia dentro do próprio contexto histórico antes de questionar como ela fala a nós hoje. É provável que, no caso dos profetas, isso seja ainda mais importante do que em quase quaisquer outros textos. Para simplificar, é impossível entendê-los sem compreender o contexto histórico de suas mensagens, pelo menos de maneira ampla, se não em detalhes (embora quanto mais detalhes conhecemos, melhor). Essa ideia, na verdade, surge de tudo aquilo que falamos na última seção anterior. Os profetas foram indivíduos enviados por Deus para transmitir sua palavra de maneira bastante direta ao povo de Israel bem em meio às coisas que estavam acontecendo em determinada época. Eles falavam ao povo diante do contexto daqueles eventos e daquelas circunstâncias. Lembre-se, as palavras que lemos na página de um livro profético foram escritas por nós (i.e., para lermos e aprendermos delas em uma época muito posterior), mas não foram escritas para nós, nem sobre nós. Por isso, ao estudar qualquer passagem específica, precisamos descobrir, tanto quanto possível, para quem essas palavras foram ditas ou escritas e o que elas queriam dizer. O que estava acontecendo?
Aqui vem uma boa notícia: os quinze livros dos profetas (ou dezesseis, caso você inclua Daniel) se concentram em um período de aproximadamente trezentos anos (apenas!) da história de Israel. Se você pensar no Antigo Testamento como um todo, deixando de fora as histórias em Gênesis 1—11, trata-se de uma história que durou no mínimo 1.500 anos. Assim, os livros dos profetas apareceram dentro de somente uma fração desse período. Embora Deus tenha enviado profetas ao longo de todo o Antigo Testamento, os que deram nome a livros viveram dentro de um período de trezentos anos. Amós foi o primeiro profeta cujas palavras foram registradas em um livro com seu próprio nome. Seu ministério ocorreu por volta de 760 a.C., ou seja, na metade do oitavo século antes de Cristo. Malaquias foi o último profeta registrado e ele viveu em torno de 460 a.C., no meio do quinto século antes de Cristo.
Você consegue pensar em uma razão para essa concentração de livros proféticos nesse período de trezentos anos? O motivo mais provável, penso eu, é que esses foram os séculos mais turbulentos da história de Israel. Cerca de duzentos anos depois de Davi e Salomão e cem anos após Elias e Eliseu, o reino do norte, Israel, foi tomado de injustiça econômica e social e da adoração idólatra a Baal. Deus enviou Amós e Oseias para adverti-los do juízo vindouro e de que Israel seria destruído. Isso aconteceu quando os assírios conquistaram Samaria em 721 a.C. e as tribos do norte foram dispersas. Depois disso, Judá, no sul, ficou ainda pior, e Deus mandou profetas como Isaías, Miqueias, Sofonias, Habacuque e especialmente Jeremias para avisá-los de que, a menos que eles mudassem, Jerusalém também seria destruída e o povo, disperso no exílio. Ninguém deu ouvidos à advertência. Deus fez o que ameaçara fazer. Em 587 a.C., Jerusalém foi capturada, o templo foi queimado e as pessoas, levadas para o exílio na Babilônia. Esse foi o momento mais traumático de todo o Antigo Testamento. Todavia, Deus não abandonou seu povo. Profecias de Isaías, Jeremias e Ezequiel (que estava com os exilados na Babilônia) diziam que Deus os levaria de volta. Então, quando o povo de Judá voltou para Jerusalém e reconstruiu a cidade e o templo, Deus enviou mais profetas durante o período pós-exílico: Ageu, Zacarias e Malaquias.
Assim, os livros dos profetas estão ligados aos anos que antecederam a destruição e o exílio de ambos os reinos, ao período do exílio de Judá na Babilônia e aos anos imediatamente posteriores ao retorno para a terra pátria em Jerusalém. Trata-se de uma abrangente história do juízo de Deus e de seu perdão, graça e restauração. E foram os profetas que explicaram o motivo do juízo e ajudaram o povo a confiar na graça de Deus. A palavra dos profetas acompanhava os acontecimentos históricos e os interpretava, bem como as ações de Deus. Os profetas ajudaram Israel (e a nós) a entender esse período crucial da história do Antigo Testamento e ver como ele harmonizava com o caráter e o propósito de Deus. Tudo isso quer dizer que, a fim de compreender os profetas bem o bastante para ensinar e pregar sobre eles com fidelidade, é necessário familiarizar-se de maneira especial com esse período de trezentos anos da história de Israel. Não é muito difícil. Há três coisas que certamente você pode fazer e uma quarta, caso tenha acesso a mais recursos:
1) Estudar a síntese da história do Antigo Testamento no Anexo 1. Tente fixar a mente no nome dos principais reis de Israel e Judá e nos séculos em que eles reinaram (não há necessidade de se lembrar de cada um deles — alguns reinaram apenas por semanas!). Tente memorizar o nome dos profetas que viveram e falaram em cada século. Dessa maneira, você terá pelo menos uma ideia ampla da ordem dos profetas e de onde eles se encaixam na história de Israel.
2) Leia 2Reis inteiro e, quem sabe, 2Crônicas também (que conta a mesma história, mas com detalhes adicionais). O livro de 2Reis começa no nono século antes de Cristo, na época de Eliseu. A partir de 2Reis 14, porém, estamos no oitavo século e a narrativa prossegue até a queda de Jerusalém e o exílio. Isso lhe mostra o grande quadro. Em 2Reis, não há menção aos profetas, já que o livro se concentra na vida e nos feitos (bons ou maus) dos reis. No entanto, ele proporciona o contexto essencial para a leitura dos profetas, de Amós a Ezequiel. Depois você pode ler Esdras— Neemias para se contextualizar acerca dos primeiros anos após o exílio, quando o povo de Judá havia voltado a Jerusalém. Esse é o pano de fundo para Ageu, Zacarias e Malaquias
3) Alguns dos profetas dataram suas mensagens, informando quando elas foram proferidas, às vezes de maneira bem precisa. Isso pode ocorrer na forma de uma introdução editorial ao livro inteiro, citando o rei ou os reis que estavam no trono de Israel ou Judá quando o profeta transmitiu a palavra de Deus. Ou, às vezes, dentro dos livros, mensagens específicas são datadas. Quando isso acontecer, tente descobrir tudo que puder sobre o que estava acontecendo na época, de modo que consiga entender melhor a mensagem do profeta. Afinal, é por isso que a informação está lá!
4) Tudo isso você já tem em mãos: a Bíblia e este livro! Mas, se puder obter e usar outros recursos, eles podem servir de grande auxílio. Uma Bíblia de estudo pode lhe fornecer boas informações sobre cada profeta. Um manual ou uma introdução à Bíblia também serão úteis. E, é claro, comentários de boa qualidade a respeito de cada livro são os recursos mais úteis.
A lição principal é a seguinte: Quanto mais você descobrir acerca do contexto histórico de cada profeta e sua mensagem, com maior fidelidade será capaz de pregar essa mensagem nos dias de hoje
—— Retirado de: Christopher Wright – Como pregar e ensinar com base no Antigo Testamento.
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