A Vida Cotidiana dos Povos Antigos

A. Textos Sumério-Babilônios. Os sumários estabeleceram-se no vale do Tigre-Eufrates após a era neolítica e fundaram aí vários estados, cada qual com sua religião. O capítulo 10 do Gênesis menciona alguns deles, tais como Kish [Quis] (erradamente apresentado como Cush [Cuxe] por muitos tradutores), Babel, Ereque e Acade. No capítulo 10 do Gênesis e noutras passagens, a Bíblia usa a palavra semítica Sinear para referir-se à Suméria. Essa cidade é a mais importante para nosso estudo deste período.

Conhecemos o nome de muitos reis e conquistadores dos tempos antigos, mas o que fazia e pensava o público em geral? Em realidade não sabemos muita coisa acerca da vida cotidiana desses povos. Não obstante, a Bíblia nos ministra mais desse tipo de informação do que a maioria das outras fontes. Colhemos uma boa dose de detalhes de 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, e dos livros proféticos do Antigo Testamento. A melhor informação em seguida nos vem de fontes seculares largamente espaçadas no tempo e localização. Essas fontes narram-nos muitos fatos importantes para nosso estudo da Bíblia.

A. Textos Sumério-Babilônios. Os sumários estabeleceram-se no vale do Tigre-Eufrates após a era neolítica e fundaram aí vários estados, cada qual com sua religião. O capítulo 10 do Gênesis menciona alguns deles, tais como Kish [Quis] (erradamente apresentado como Cush [Cuxe] por muitos tradutores), Babel, Ereque e Acade. No capítulo 10 do Gênesis e noutras passagens, a Bíblia usa a palavra semítica Sinear para referir-se à Suméria. Essa cidade é a mais importante para nosso estudo deste período.

O povo da Suméria inventou um sistema de escrita fora do comum. Usavam um estilete de caniço para imprimir pequeninos caracteres cuneiformes sobre tábulas de barro, e depois coziam as tábulas num forno até ficarem duras como tijolos. Enterradas em terreno seco, essas tábulas duraram milhares de anos até aos nossos dias. Os sumários foram muito cuidadosos em guardar registros de decisões legais, contratos e transações comerciais. Desse modo, suas tábulas de argila dão-nos um quadro completo e exato de sua vida diária.

Os babilônios e os assírios estudaram o movimento das estrelas e usaram o que aprenderam para elaborar um calendário muito preciso, mediante o qual podemos agora calcular o tempo de muitos acontecimentos da história sumério-babilônia quase com a precisão de dia e hora!

As tábulas de argila até agora encontradas na Suméria foram escritas principalmente no período médio dos primitivos estados religiosos (cerca de 2000 a.C. a 1650 a.C), mas algumas datam de períodos posteriores, até por volta de 500 a.C. As tábulas dão-nos uma boa quantidade de informações acerca de como a língua hebraica mudou através dos séculos, e como se assemelhava a outras línguas semíticas. Algumas tábulas também nos mostram como os israelitas cruzaram o caminho dos babilônios em diferentes tempos na história.

B. Deir el-Bahari. Também obtemos um vislumbre da vida cotidiana dos tempos antigos nas ruínas de uma aldeia conhecida como Deir el-Bahari. Aqui viviam os operários que construíram os grandes túmulos do Vale dos Reis do Egito, onde os faraós da décima oitava dinastia possuíam túmulos primorosos esculpidos de um canyon de pedra (1580-1340 a.C). Os operários de Deir el-Bahari rabiscaram notas acerca de seus feitos diários sobre pedaços de cerâmica. Esses cocos de cerâmica eram um tipo barato e abundante de artigos de papelaria. E uma vez que eram realmente pedaços de argila cozida, sobreviveram quase tão bem quanto as tábulas de argila da Suméria. O que nos dizem, pois, esses cacos de cerâmica? Em primeiro lugar, os artífices tinham muita autoestima e independência. Trabalhavam um dia de oito horas e uma semana de dez dias segundo o calendário egípcio. Seus senhores lhes pagavam salários e lhes davam rações de alimento. Os cacos de cerâmica mostram que esses operários se preocupavam com o metal, a pedra e as ferramentas de que necessitavam para terminar o projeto, e se queixavam dos que não compareciam ao trabalho. Eram, pois, muito semelhantes aos construtores de nossos dias! Sabemos que trabalhadores como esses também cavavam minas de cobre no Sul do Sinai e construíam estradas na Palestina.

C. Cidades Helenísticas no Egito. No final do século dezenove, os arqueólogos começaram a cavar ao redor das ruínas de antigas cidades localizadas ao lado dos grandes lagos do Baixo Egito. Muitas pessoas viviam ali nos tempos helenísticos, por isso os arqueólogos esperavam encontrar algumas relíquias interessantes. Descobriram pilhas e mais pilhas de papiros (um tipo antigo de papel fabricado de junco). Nesses papiros encontraram registros dos muitos pormenores da vida cotidiana das cidades antigas. Os papiros abriram uma nova porta para a compreensão dos costumes dos tempos do Novo Testamento. Na realidade, fizeram reviver o mundo do governo romano imperial. Além disso, os papiros nos deram os mais primitivos manuscritos conhecidos de muitos autores gregos clássicos — dentre eles, Platão, Aristóteles, Homero, Píndaro e Menandro. Os mais importantes de todos os papiros foram alguns dos mais antigos fragmentos do Novo Testamento. Assim, dos montes de ruínas do Egito vieram alguns dos melhores registros da vida cotidiana do mundo antigo.

D. As Cavernas de Qumran. Em 1947 um pastor descobriu enormes potes de barro nas cavernas de Qumran, na praia noroeste do mar Morto. Dentro dos potes encontrou pergaminhos com escritura hebraica muito antiga. Conforme se revelou, foram escritos entre os anos 100 a.C. e 100 d.C. Esses rolos foram alguns dos mais importantes materiais já encontrados na Palestina. Mesmo depois de 2000 anos, eles ainda estavam em bom estado de conservação. Continham o texto de muitos livros do Antigo Testamento, e assim confirmaram que os exemplares posteriores da Bíblia que os tradutores vinham usando eram exatos. Esta foi uma prova de grande peso a favor do ponto de vista conservador das Escrituras, o qual afirma que a Palavra de Deus tem passado de geração a geração com fidelidade. Nem todos os textos de Qumran foram publicados, e muitas das controvérsias a respeito deles ainda não foram solucionadas.

Os arqueólogos têm pesquisado de ponta a ponta a margem ocidental do rio Jordão e os altos penhascos ao longo do mar Morto, mas têm realizado pouco trabalho ao longo da margem oriental, a qual era tão povoada nos tempos antigos quanto a ocidental. E de esperar também que a praia norte do mar Morto produza mais surpresas para o estudo bíblico à medida que a pesquisa continua. Já os achados de Qumran têm-nos ajudado a entender os tempos do Novo Testamento e o controle romano da Palestina.

E. Pompeia e Herculano. Uma violenta erupção do vulcão Vesúvio destruiu duas pequenas cidades romanas ao longo da baía de Nápoles em agosto do ano 79 da era cristã. Os caçadores de tesouros e os cientistas têm escavado as ruínas dessas cidades — Pompeia e Herculano — por mais de 200 anos. Se o leitor visitá-las hoje, verá muitos alqueires exatamente como o eram há 1900 anos. Eram cidades típicas, e gente rica e gente pobre vivia lado a lado. Os arqueólogos encontraram uma coleção deslumbrante de arte e escultura em ambas as cidades. Também desenterraram algumas obras hidráulicas de grande escala, edifícios bem planejados, e engenhosas ferramentas domésticas. Infelizmente, apenas uns poucos fragmentos de papiros chamuscados sobreviveram à erupção, e esses são cópias de ensaios filosóficos gregos. Desça, porém, as ruas de uma dessas ruínas escavadas sobre a bela baía de Nápoles, e você verá o tipo de mundo que Pedro e Paulo conheceram quando levavam a mensagem de Jesus por todo o Império Romano.

F. Ebla. Esta é uma cidade do Norte da Síria que os arqueólogos começaram a explorar em 1964. Aqui uma equipe italiana desenterrou milhares de tábulas de argila escritas durante o tempo dos estados religiosos primitivos, cerca de 1850 a.C. Até aqui, os italianos têm publicado apenas uns poucos detalhes extraídos desses textos. Todavia, mesmo esta informação incompleta mostra que o povo de Ebla tinha um estilo de vida muito sofisticado. Conheciam as culturas e línguas sumerianas e acadianas, e comerciavam com outras cidades-estados abastadas por todo o Oriente Próximo. Durante muitos anos, os eruditos têm-se perguntado como a literatura da Mesopotâmia chegou aos semitas ocidentais da Síria-Palestina. Agora parece que reinos como Ebla levaram as culturas orientais semitas e sumerianas ao restante do Oriente Próximo. As tábulas de Ebla mencionam nomes e localidades que já conhecemos por via da história dos patriarcas e do Antigo Testamento, mas os arqueólogos estarão decifrando, traduzindo e publicando essas tábulas por muitos anos. Quando todo o material estiver disponível, ajudar-nos-á a entender o mundo antigo descrito nos primeiros capítulos do Gênesis.

Leia também:

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A Origem das Línguas Humanas e Culturas
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