A natureza na Islândia é a principal razão para a maioria dos turistas que a pretendem visitar. Os limites das placas tectónicas tornam a Islândia um país de grande atividade vulcânica e de geologia diversificada. Os glaciares cobrem mais de 10% da Islândia e com 8.000 km², Vatnajokull é o maior glaciar da Europa.
O Katla é um dos maiores vulcões da Islândia, com 1512 m de altitude. Aliás, trata-se de uma caldeira vulcânica com quase 10 km de diâmetro e está coberta com 200–700 m de gelo. Habitualmente, ele entra em erupção em intervalos de 50 anos a 80 anos, tendo a sua última erupção ocorrido no ano de 1918.
Nós pretendemos usar Katla, assim como outros vulcões, em Anthares. Mas ainda não temos previsão de como fazer isso. Talvez conectando com a Contenção de Rohä, mas não necessariamente.
O fato é que, em Katla, já houve 16 erupções documentadas entre os anos de 930 e 1918 em intervalos variando entre 40 e 80 anos, sendo a última significativa em 1918. Houve depois disso pequenas erupções que não quebraram nem a cobertura de gelo em 1955 e em 1999. Na região, há muito mistério envolvido que não é documentado e muitos contos populares ao longo dos anos vêm dando uma boa sobrevida a isso.
Vários contos populares que descrevem eventos estranhos que ocorrem ao longo dos séculos, sempre que o vulcão Katla entra em erupção, são narrados pelo supersticioso proprietário do Vik Hotel.
O primeiro conto popular, sobre um incidente ocorrido no ano de 1311, envolve uma jovem e seu cachorro que desaparecem e são encontrados muitos meses depois, vivos e bem, tendo inexplicavelmente sobrevivido ao rigoroso inverno.
Os habitantes da cidade na época referem-se à criança como um “changeling” – um descendente das sinistras “pessoas ocultas” que parecem ser entidades sobrenaturais.
O segundo conto popular se passa durante a erupção de Katla em 1625, quando uma criança misteriosa volta depois de ser abandonada por sua mãe e começa a matá-la.
Com as erupções sucessivas ainda que espaçadas, muitas quintas e terrenos foram destruídos na sequência de erupções do Katla, sendo uma de 1311 recordada como particularmente devastadora. Segundo as histórias contadas, um agricultor chamado Sturla sobreviveu com o filho ao agarrar-se a um iceberg que mais tarde foi ter à costa. Uma outra erupção do séc XVIII matou várias pessoas, enquanto outras estiveram perdidas em montanhas que se transformaram em ilhas por causa das cheias causadas.
Para entender melhor sobre as lendas, você pode assistir à série da Netflix que leva o nome do vulcão.
A arqueologia estima que o vulcão Katla está na origem das cinzas Vedde, mais de 6 a 7 quilómetros cúbicos de cinzas e piroclastos, datados de 10600 anos Antes do Presente, encontrados em vários locais, incluindo Vedde na Dinamarca, Noruega, Escócia e centros no Norte Atlântico. Essa data, obviamente, precisaria ser adaptada para Anthares.
As principais erupções ocorreram em:
• 934 – Com Índice de Explosividade Vulcânica entre 5 e 6; 5 km3 de piroclastos e 18 km3 de lava
• 1580 – Com Índice de 4
• 1612 – Com Índice de 4
• 1625 – Com Índice de 5; teve a duração de 13 dias
• 1660 – Com Índice de 4; teve a duração de aproximadamente 60 dias.
• 1721 – Com Índice de 5; teve a duração de aproximadamente 100 dias.
• 1755 – Com Índice de 5; 1,5 km3 de material expelido; libertação de lava entre 200000 e 400000 m; teve a duração de aproximadamente 120 dias.
• 1823 – Com Índice de 3; teve a duração de 28 dias.
• 1860 – Com Índice de 4; teve a duração de 20 dias.
• 1918 – Com Índice de 4 ou 5; cerca de 0,7 km3 de material expelido; teve a duração de 24 dias.
A maior parte destas erupções resultou em cheias glaciais catastróficas. A grave erupção fissural de 934 que libertou 5 km3 de piroclastos e 18 km3 de lava foi uma das maiores erupções de lava dos últimos 10000 anos. Antes da rodovia nacional Hringvegur (estrada à volta de todo o país) ser construída em 1974, a população tinha medo de atravessar os planos à frente do vulcão por causa dos frequentes jökulhlaup (em português, “corridas glaciares”, formam-se na erupção de um vulcão em contacto com um glaciar; o gelo derrete e forma-se uma espécie de lago coberto por uma fina capa gelada). A explosão glaciar que seguiu a erupção de 1918 foi especialmente perigosa.
Actividade no Presente
O vulcão Katla tem dado sinais de agitação desde 1999, e os geólogos consideram que poderá ocorrer uma erupção num futuro próximo. A monitorização tem sido intensificada particularmente desde as erupções de Março de 2010 de um vulcão vizinho mais pequeno – Guðnasteinn – situado debaixo do glaciar Eyjafjallajökull. A erupção ocorrida tão perto do vulcão longamente adormecido em Março e Abril de 2010 deixou os geofísicos assustados, uma vez que pode levar a uma explosão maior e mais perigosa do Katla. Nos últimos 1000 anos, todas as três erupções conhecidas de Eyjafjallajökull levaram a erupções subsequentes do Katla.
Seguindo as erupções de Eyjafjallajökull em 2010, a 20 de Abril de 2010 o Presidente Islandês ÓlafurGrímson disse que “a altura de o Katla entrar em erupção está a chegar… nós (Islândia) estamos preparados… está na hora dos governos europeus e mundiais e autoridades aéreas se começarem a preparar para uma eventual erupção do vulcão”. A actividade de terramotos tem notado um aumento em Katla desde a erupção em Eyjafjallajökull, mas não foram observados nenhuns outros sinais de erupção iminente. Estes tremores de terra dão-se sobretudo na margem a noroeste da caldeira. A 9 de Outubro de 2010, um aumento inesperado de tremores harmónicos foi observado nas estações à volta de Katla, sinais de uma erupção iminente.
Desde Junho de 2010, os vulcanologistas continuam a monitorizar o Katla, cientes de que qualquer erupção deste último sucedendo uma erupção de Eyjafjallajökull, ocorreu com um intervalo de meses depois da erupção de Eyjafjallajökull. O Escritório de Meteorologia da Islândia actualiza o seu site várias vezes com relatórios de terramotos em Eyjafjallajökull e Katla.
Na última erupção do Katla, em 1918, icebergs do tamanho de casas foram vistos a flutuar até ao mar. Mais recentemente, em 1955 e 1979, ocorreram cheias, mas não erupções. No futuro, qualquer erupção poderá causar nova destruição de quintas, campos e gado nas áreas próximas do vulcão devido às cheias. Como nunca existiu uma erupção a grande escala na era moderna, devido às cinzas que serão libertadas na atmosfera, é provável que as linhas aéreas sejam fechadas de modo a não danificar os aviões.
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