Antes do primeiro instante, Aquele Que Existe refletia.
Algo se perpetuava e não exigia tempo. O Raciocínio de Nuhah equacionara o andamento de tudo: uma reflexão profunda, motivada por um genuíno desejo nada simples de compartilhar a existência. A Grande Equação iniciara na perpetuidade. E com ela, toda a História já composta e regida – a Soberania e a Providência.
No raciocínio absoluto, tudo acontecia conforme se desejava ou apenas pensava; incompreensível a outrem, início e término eram simultâneos. Tudo estava em processo e conclusão, pois ao propor algo, o resultado já se lhe manifesto.
Não havia perto ou longe, antes ou depois, e todos os momentos e lugares coexistiam.
Só havia um espontâneo presente perpétuo em movimento, preservando o imediato absoluto.
Cada instante e ponto só viria a ser quando fosse chamado. Mas desde o instante primevo até a eternidade, tudo estava concluso e desnudo diante dos seus olhos. A exatidão de seus pensamentos equacionara todas as hipóteses, tornando previsível a ele o que se daria. Até que se satisfez e, então, discursou.
Para o Primeiro Discurso e o Desdobramento do Tempo, confira A Criação das Dimensões.
Um detalhe importante qui é o Tempo, que não existe por si só, nem sequer foi “criado”. O Tempo é uma grandeza, tal como a Distância: o tempo está para a eternidade como a distância está para o espaço. Sobre isso, fizemos este post, com a ajuda do Alfredo Barbosa.
A COSMOGONIA
Como todo universo fantástico, o Universo Anthares tem uma cosmogonia própria. Ou seja, tem sua própria maneira de explicar como aquela realidade veio à existência. É disso que se trata A Grande Equação.
Em nossa cosmogonia, Anthares foi criado por Nuhat, a divindade onipotente e pré-existente. Aqui, já vemos a nossa primeira grande escolha em termos mitológicos: Anthares nunca foi um universo caótico.
Antes de ser uma simples narração de como tudo veio a existir, a Grande Equação é uma explicação mais filosófica e poética de como a realidade em Anthares funciona, a começar pelo fato de que Nuhat antecede o Tempo e o Espaço, e nada escapa aos seus intentos. Em suma, Nuhat precede a própria realidade ou, se preferir, a existência.
Em resumo, este núcleo serve a este propósito: todo arcabouço filosófico ou científico acerca da origem da realidade, seja teleológica ou não, precisa ser derivada daqui. Por isso, a Grande Equação não é exatamente um núcleo narrativo, mas uma descrição de um dos fundamentos de Anthares.
A Grande Equação trata dos eventos mais anteriores possíveis deste nosso universo ficcional. Portanto, entenda: não se trata de uma propaganda religiosa e sim de uma decisão literária. Ateus podem lidar com isso da mesmíssima forma com que lidam com absolutamente quaisquer outros universos ficcionais, como a Terra Média, Nárnia, os cenários de RPG, o Universo Marvel, etc.: Anthares é um universo ficcional com um mito fundante próprio. Apesar de baseá-lo na cosmogonia hebraica e pressupor como parte do seu mito fundante a narrativa bíblica, esses elementos não precisam de forma alguma aparecer em histórias que não digam respeito a eles. Se não entendeu, pergunte.
A TEOGONIA
Praticamente todas as religiões e mitologias do mundo todo têm em comum estes três elementos fundantes: teogonia, cosmogonia e antropogonia. Mas há uma grande diferença entre o judaísmo e o cristianismo em relação às demais que aparece no primeiro desses itens.
Na cosmovisão de praticamente todas as religiões, os deuses tiveram uma origem (teogonia). Na mitologia grega, egípcia, iorubá, nórdica, xintoísta e taoísta, por exemplo, os primeiros deuses vieram a partir de fluidos corporais (saliva, suor, sêmen ou qualquer outro tipo) expelidos ou vindos de um deus-criador cósmico, cuja existência é posterior a um caos e, às vezes, decorrente dele. Assim, a frase “no início, havia o caos” é a introdução que representa quase todas as mitologias e religiões, mas não o judaísmo e o cristianismo, onde tudo se inicia já com a criação, pressupondo um Criador.
A propósito, a partir do caos, como um deus viria a existir (ontologia)? Bem, no mundo antigo, algo veio à existência quando foi separado como uma entidade distinta, com uma função designada e um nome dado. Isso leva à conclusão de que os deuses só eram considerados “existentes” à medida que fossem nomeados e suas funções no universo claramente e especificadas. Em outras palavras, o binômio nome-função fazia parte da essência de cada deus, fora do qual ele não poderia existir. Na mitologia acadiana, embora a teogonia seja similar à egípcia, os deuses vêm à existência por meio de matrimônios e conjunções cósmicas. Dessas conjunções, nasce o mundo físico e material (cosmogonia).
Fizemos um post para comparar em detalhes as mitologias e religiões, que você pode ler neste link.
A Bíblia Hebraica apresenta sua teogonia e a antologia do Deus de Israel de forma totalmente oposta. Yahweh, o único Deus de Israel, não tem gênese. Não foi criado, nem teve um momento específico em que veio à existência. Seu próprio nome revela essa eternidade (“Eu sou o que sou”, Êxodo 3:13-14). Além disso, a narrativa em Gênesis já começa com o relato da criação dos “céus e da terra” (elementos que nas outras religiões surgem do nada ou emanam de alguma divindade que surgiu do próprio caos). Na cosmogonia hebraica, a criação do Universo não depende da existência de uma narrativa sobre a criação de Deus, uma vez que sua existência absoluta e eterna é pressuposta. Diferente dos demais deuses, o Deus de Gênesis não depende de nenhuma causa anterior para existir, sendo Ele mesmo o supremo governante de todas as coisas. Em outras palavras, a narrativa do texto sagrado judaico-cristão não existe para explicar a origem do Deus a quem eles adoram, mas como Ele criou a realidade e a humanidade (cosmogonia e antropogonia), além do seu propósito. Este, por fim, é outro item destoante das demais narrativas mitológicas, nas quais praticamente não existe a ideia de teleologia criacional.
Assim também é a teogonia de Anthares, com Nuhat, sua divindade suprema.
Soberania e Providência são duas faces da mesma moeda. Em Anthares, Aquele que compôs, também rege. A Soberania é o conjunto de decisões; a Providência é o ajuste fino, que incluiu desde o início suas próprias intervenções durante a regência.
PRESSUPOSTOS DE ANTHARES
A Grande Equação fala da Teogonia de Anthares. Trata-se de um item de pouco uso e pouca utilidade para a criação das histórias. Foi uma escolha complexa necessária para algumas questões que explicaremos mais adiante. Antes disso, é preciso entender os pressupostos de Anthares e para que eles servem.
Anthares, por vezes, é universo de baixa fantasia. Em outras palavras, metade dele se utiliza do mundo real e, a este, acrescenta fantasia. Entretanto, não é como em “Bastardos Inglórios”, onde apenas o pano de fundo tem base no mundo real. Anthares pressupõe o mundo real e não contradiz os eventos históricos com alta historiografia.
Um exemplo sobre uma limitação óbvia aos contos: se alguém quer escrever um conto que se passa na Alemanha nazista, especificamente no período de Hitler, então precisa, no mínimo, levar em conta que isso tudo estava acontecendo, ainda que não trate, nem cite nada disso. Um romance entre dois jovens brasileiros que se passe em Curitiba na década de 80 é plenamente compatível. Mas deixa de ser compatível se o autor disser que Curitiba nessa época tinha como prefeito alguém diferente da realidade. Outro exemplo: mitologias que ainda não estejam no cânon de Anthares, para serem inseridas precisam ser reinterpretadas a partir da realidade do universo, com toda adaptação necessária. Por exemplo, um deus grego pode existir, desde que tenha sua origem em um acsi, em uma alucinação ou algo mais que se encaixe dentro dos fundamentos de Anthares. Esses fundamentos englobam a cosmogonia, toda a mitologia e a forma como algumas coisas funcionam, como a magia.
Quer escrever uma história a partir disso? Encontrou erros ou quer dar sugestões? Entre em contato aqui.
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