A Suástica

A suástica ganhou este artigo exclusivo por se tratar de um elemento importante de conexão entre núcleos e mitologias fundantes em Anthares. Abaixo, segue uma lista de tópicos relacionados para você entender melhor o que será resumido aqui.

Antes de mais nada, um pouco de história sobre a suástica.

A suástica é usada como um símbolo de divindade e espiritualidade nas religiões indianas, incluindo o hinduísmo, o budismo e o jainismo. Mas várias outras culturas a utilizaram, como veremos mais adiante, e a origem do símbolo em si é muito anterior ao nascimento dessas religiões. O símbolo era usado vastamente no mundo ocidental para representar a boa sorte até a década de 1930, quando tornou-se a marca do partido social dos trabalhadores na Alemanha, o Nazismo, como um emblema da raça ariana, simbolizando o orgulho nacionalista. O Nazismo a usou em sua forma virada para a direita e, comumente, usa-se voltada para a esquerda nos templos budistas, porém, ambos os símbolos eram usados antes de Hitler adotá-lo.

Em várias formas, é também conhecida (em várias línguas europeias) como fylfot, gammadion, tetraskelion ou cramponnée cruzada (um termo na heráldica anglo-normanda). Academicamente, considera-se que, na Índia, o símbolo leva o nome de swastika quando seus braços estão dobrados para a direita e sauwastika quando eles estão virados na outra direção.

A imagem da cruz suástica é um dos amuletos mais antigos e universais, tendo sido adotada até por nativos americanos, em diversas culturas, sem qualquer interferência umas com as outras. A sua origem, porém, não é consenso, pois há registros antigos entre as ideografias nórdicas – ou galdrastafir – e também nos textos sagrados hindus: Ramayana e Mahabharata.

O detalhe é que esses textos sagrados citados datam de aproximadamente 500 a.C. A arqueologia também diz que a palavra suástica é usada no subcontinente indiano desde 500 a.C. e foi registrada pela primeira vez pelo antigo linguista Pāṇini em sua obra Ashtadhyayi. Pāṇini foi um filósofo sânscrito, gramático e erudito reverenciado na Índia antiga. Ele foi considerado o “primeiro linguista descritivo” e até mesmo rotulado como “o pai da linguística”, tendo influenciado fortemente o budismo. Guarde estas informações.

A palavra “suástica” deriva do sânscrito svastika ( स्वस्तिक ), significando “felicidade, prazer e boa sorte”. A palavra swasti ocorre com frequência nos Vedas (texto em sânscrito que também datam de aproximadamente 500 a.C., e compõem o mais importante texto sagrado Hindu), bem como na literatura clássica, significando “saúde, sorte, sucesso, prosperidade” e era comumente usada como uma saudação. O ka final é um sufixo comum que pode ter vários significados. De acordo com Monier-Williams, a maioria dos estudiosos o considera um símbolo solar. Curiosamente, no Zoroastrismo da Pérsia, a suástica era um símbolo do Sol giratório, infinito ou criação contínua. Isso também é verdade para a civilização dos Ilírios, cujo culto ao Sol era o principal ritual. Agora, veja: a suástica é um dos símbolos sagrados do hinduísmo há pelo menos um milênio e meio; usada em vários contextos: sorte, o Sol, Brama, ou no conceito da “samsara”.

De qualquer forma, isso se refere à escrita da palavra. O símbolo, porém, é bem anterior.

A suástica mais antiga conhecida data de milhares de anos e precisa necessariamente ser pré-diluviana. Ela foi encontrada em uma estatueta de um pássaro esculpida em marfim de mamute, em Mezine (Ucrânia). Depois dela, existem suásticas inscritas em paredes de pedra em montanhas do Irã, também com milhares de anos, como em Khorashad, na parede sagrada Lakh Mazar. Outras tão antigas quanto foram encontradas em cerâmicas na caverna Devetashka, na Bulgária. Para todas elas, os arqueólogos estimam, ou melhor, interpretam (os recursos para não são exatos) serem anteriores a 5.000 anos.

Perceba que as ocorrências mais antigas são especificamente na região Indo-Europeia. As primeiras ocorrências no subcontinente indiano são interpretadas como muito posteriores a essas datas. Mesmo assim, os pesquisadores insistem na ideia sem sentido de que a suástica teria ido do oeste da Índia para a Finlândia, Escandinávia, Escócia, Inglaterra, etc. Parece haver uma tentativa espúria de se afirmar a origem indiana do símbolo por algum motivo.

A cruz suástica ainda é utilizada em várias cerimônias civis e religiosas da Índia, o que decorações de templos indianos, casamentos, festivais e celebrações variadas. Estima-se que o símbolo foi introduzido no Sudeste Asiático por reis hindus, e remanescentes desse período subsistem de forma integral no Hinduísmo balinês até os dias atuais, além de ser um símbolo bastante comum na Indonésia.

Mas qual a sua origem, afinal? Veja o que é explicado no livro “Mistérios Nórdicos” de Mirella Faur (2014, p. 21):

A suástica adotada pelo nazismo é muito antiga, encontrada em várias culturas do mundo, como a hindu, a chinesa, a escandinava, a islandesa, a celta, a nativa norte-americana e a asteca. A palavra swastika é de origem sânscrita e significa algo como “tudo está bem”. Ela foi adotada pelo Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores como um símbolo importante da raça indo-europeia e Hitler acreditava fervorosamente que os alemães descendiam dos arianos, vistos como nobres guerreiros de uma raça superior. Segundo algumas correntes ocultistas alemãs, as runas são códigos cósmicos do povo teutônico (Dinamarca, Gália), formulados e utilizados por uma poderosa cultura antidiluviana desaparecida, associada às lendas sobre Atlântida, Thule e Hiperbórea. […] Segundo Guido Von List, os arianos eram nórdicos com uma elevada cultura espiritual, que se deslocaram do norte europeu para colonizar a Europa, levando consigo as runas. Esses símbolos seriam a expressão física de mistérios profundos originários de uma linguagem primal (Ursprache), esquecida ao longo das eras.

Este acima é um relato importante, pois geralmente ignora-se o sentido mítico e místico que os povos davam aos seus símbolos. Além disso, é fato que em várias religiões indo-europeias importantes a suástica simboliza os relâmpagos, representando os seus respectivos deuses do trovão, como Indra no hinduísmo védico, Zeus na religião grega antiga, Júpiter na a antiga religião romana e Thor na antiga religião germânica. Isso para não citar inúmeras religiões e povos menores, como os Sami (o povo com a maior e mais fiel tradição xamânica, de onde vem o termo Shaman), que associava o símbolo ao deus trovão Horagalles.

Pois bem, dito isso, vamos pontuar algumas conexões óbvias com Anthares.

Tudo combina perfeitamente com a explicação dada aos eventos em Anthares, relacionando o Guardião, os monges e os nórdicos. Todas as datas batem com bastante precisão com o desenvolvimento dos nossos núcleos. A data dos textos sagrados é exatamente a mesma que, em Anthares, o Povo da Lua foi para a Índia e começou a introduzir sua sabedoria, crenças e costumes, até culminar na mistura entre o budismo e a cultura dos monges.

As datas da origem do símbolo, que são pré-diluvianas e nórdicas em sua maioria, batem com a narrativa do Dilúvio e a disseminação dos povos através dos filhos de Noé. A propósito, os celtas (maiores usuários da magia rúnica, da qual a ideografia da suástica faz parte) atribuem a si mesmos a descendência de Jafé, filho de Noé, concordando com a Bíblia (mesmo sua cultura sendo anterior e paralela à tradição hebraica).

Pense nisto: Antes do Dilúvio, a magia era algo natural à raça humana, como foi explicado em nosso artigo. No Dilúvio, restou apenas a família de Noé (que cada civilização narrou a seu próprio modo). Porém, dos três filhos de Noé, um deles, Cam, se corrompeu, abandonando todo o costume do seu pai, gerando as nações da Mesopotâmia e África; outro filho foi Sem, que se manteve nas tradições e gerou também civilizações mesopotâmicas, incluindo os hebreus. O filho que resta é Jafé, pai dos povos brancos. Eles ainda tinham acesso ao Idioma Criacional, até que veio a Torre de Babel, quando os três (e até Noé) ainda estavam vivos.

Na nossa interpretação em Anthares, imediatamente após perder o acesso à magia, Jafé, com toda a sua experiência antiga, começou a pesquisar a combinação de sons, símbolos e cores, para tentar recuperar ao menos um pouco do que se havia perdido. Foi assim que ele chegou no desenvolvimento e uso técnico das runas, e foi por isso que as runas, tanto quanto o uso da suástica, teve origem nas civilizações nórdicas.

E foi por isso também que, na biblioteca do povo do Guardião da Floresta, o conhecimento mágico vinha também de lá, mesmo lugar de onde veio o dragão dado ao guardião.

Abaixo, alguns links de núcleos relacionados a tudo o que foi explanado aqui.

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