Os Anões – Seres Nórdicos

(Svartalfar, Dwarfs, Zwerge)

Nas lendas e mitos nórdicos, são inúmeros os episódios em que são descritas aparições e atividades dos anões, conhecidos como gnomos nas mitologias celta e eslava. Os anões são seres telúricos, que moram nos subterrâneos de Midgard, no reino de Svartalfheim, e se deixam ver pelos homens na proximidade de grutas, minas e montanhas. Simbolizam os poderes mágicos, detém habilidades manuais e artísticas e conhecem os tesouros escondidos. Também personificam a força elementar telúrica, pois tinham qualidades como tenacidade, destreza, laboriosidade e longevidade, mas também são egoístas, mesquinhos, ladinos e ávidos por riquezas.

Os mitos atribuem sua origem à decomposição do cadáver do gigante Ymir, do qual emergiram como larvas, recebendo depois dos deuses a forma humanoide, a inteligência e as habilidades manuais, No poema “Völuspa”, sugere-se que tenham surgido do sangue e dos ossos de gigantes. Não há relatos de anões do sexo feminino, por isso são tão comuns as cópulas dos anões com deusas e mortais, em troca das jóias por eles fabricadas. Foi assim que quatro deles conseguiram fazer amor com a deusa Freya, cedendo-lhe depois o famoso colar mágico Brisingamen.

Os anões são descritos como homenzinhos de cabeça grande, longas barbas grisalhas, tronco atarracado, pernas curtas e rosto muito enrugado. Vestiam-se com roupas de couro, aventais com bolsos onde guardavam suas ferramentas, e gorros que lhe conferem o dom da invisibilidade (eles podem subitamente desaparecer no meio de uma névoa). Podem ser prestativos e amáveis, ajudando os humanos a moer grãos, fazer pão, preparar cerveja, ajudar na colheita e na armazenagem dos produtos. Seus nomes indicam suas atribuições: os Tomte cuidam dos cavalos; os Tusse, das fazendas; os Haugbo, da terra; os Nisse, dos barcos; os Gruvra, das minas; e os Nokk, dos rios. Se forem humilhados ou agredidos, vingam-se dos agressores prejudicando-os, escondendo objetos ou pregando peças. Sua função é de criação ou modelagem, podendo plasmar a intenção ou o desejo de uma divindade, mago ou xamã.

No nível sutil, eles representam os registros etéreos das habilidades e dos dons dos ancestrais. Algumas fontes não diferenciam os anões dos elfos escuros, atribuindo-lhes a mesma origem, com características, habilidades e nomes idênticos. Habitavam ora a terra – nos rochedos e grutas – ora o reino de Nidvelir. Tanto os anões quanto os elfos escuros confeccionam objetos ou armas mágicas para as divindades – como a flecha encantada Gungnir, que jamais erra o alvo; o anel mágico Draupnir, de Odin, que se multiplicava nove vezes a cada nona noite; o poderoso martelo Mjollnir de Thor, que voltava às mãos de quem o arremessava; o javali de ouro Gullinbursti, que brilhava no escuro; o barco mágico de Frey, Skidbladnir, que podia ser diminuído até caber no bolso; o cabelo de ouro da deusa Sif; o palácio inacessível da curandeira Mengloth, e por fim, Brisingamen, o colar mágico de Freya. Além de suas habilidades mágicas e manuais, atribui-se aos anões o dom da onisciência, da premonição e da sabedoria

Foram eles os responsáveis pela preparação do elixir da inspiração Odhroerir, feito do sangue de Kvasir misturado com mel, frutas e ervas. Os anões continuam sendo personagens das fábulas e dos contos de fada e recebem nomes e descrições diferentes conforme o país de origem (gnomos, míneros, tomte, kobolds, goblins ou brownies). Segundo uma crença, que persistiu por muito tempo, o eco era criado pelos gnomos da montanha, que imitavam a voz humana. As oferendas para atrair a proteção e a boa vontade dos gnomos incluem pedaços de metais, pedras semipreciosas, cristais, moedas ou pirita, leite com mel e gengibre, manteiga e ervas aromáticas, principalmente tomilho e manjericão. Como os gnomos tem pavor de objetos de ferro pontiagudos, nos rituais a eles dedicado jamais devem ser apontados para eles o punhal ou a espada. Eles também temem as figuras grotescas – como as carrancas ou gárgulas, o que levavam os vikings a remover as figuras de dragões e serpentes de seus navios ao se aproximar do litoral.

Os povos antigos respeitavam os Land-Vaettir (“espíritos da terra”) por acreditarem que deles dependia sua sorte, prosperidade e bem-estar. Eles se assemelhavam aos gnomos, mas não eram confundidos com eles. Os land-vaettir correspondiam aos seres da Natureza, guardiães ou protetores do habitat (florestas, rochedos, rios, cachoeiras, lagos).  Auxiliavam os seres humanos que respeitavam e cuidavam de seus reinos e que lhes ofereciam um pouco de comida, antes de tocá-la (como no costume brasileiro, originado da reverencia aos Orixás africanos, de derramar um pouco de bebida no chão “para o Santo”). Os land-vaettir abominavam o derramamento de sangue e se afastavam dos lugares onde homens ou animais eram mortos. Atualmente, eles só podem ser encontrados nos poucos lugares puros da Terra, longe da poluição e da violência urbana, aparecendo em sonhos às pessoas mais sensitivas ou em círculos de menires, perto das cachoeiras ou no meio das árvores, nas florestas de carvalhos ou bétulas. Na alquimia, os gnomos são interpretados como o mercúrio e o enxofre, os dois elementos responsáveis pela criação da pedra filosofal e do elixir da longevidade. Outra interpretação lhes atribui a conotação de matéria e espirito, e sua união e harmonização eram o verdadeiro objetivo do trabalho e da arte alquímica.

Alguns dos anões mais conhecidos são relacionados abaixo:

Andvari: Colecionador de ouro, rei dos anões e guardião do famoso “ouro dos Nibelungen”. Ao ser forçado por Loki a lhe entregar seu tesouro, lançou sobre ele uma maldição, suposta causa do castigo ao qual Loki foi submetido posteriormente.

Brokk e Sindri: Exímios ferreiros e ourives, filhos de Ivaldi, um famoso artesão. Responsáveis pela confecção dos objetos mágicos e das jóias já citados.

Dain e Dvalinn: Irmãos muito sábios, ensinavam os mitos e as magias para os elfos e os outros anões.

Fjalarr e Galarr: Irmãos que mataram Kvasir e de seu sangue fizeram Odhroerir, o elixir da inspiração poética e artística. Presos pelo gigante Suttung, entregaram-lhe o elixir em troca de suas vidas (Odhroerir também era conhecido como “o barco dos anões”). Suttung encarregou sua filha, Gunnlod, de guardar o precioso elixir, mas ela o entregou a Odin, após ser seduzida por ele.


Harmonização com Anthares

Infelizmente, não temos anões sobrenaturais em Anthares. Ainda não tivemos nenhuma ideia de como justificar esses personagens em nosso universo. Aceitamos sugestões.

Você pode ler mais sobre a Mitologia Nórdica neste link.
E pode entender como a mitologia se encaixa no Universo Anthares e com outras mitologias neste link.

A Cosmogonia Nórdica – Parte 2 - Universo Anthares

A Cosmogonia Nórdica – Parte 2 - Universo Anthares

[…] Os Anões […]

Harmonização: Mitologia Nórdica - Universo Anthares

Harmonização: Mitologia Nórdica - Universo Anthares

[…] Os anões. Infelizmente, não temos anões sobrenaturais em Anthares. Ainda não tivemos nenhuma ideia de […]

Comments are closed.