Batalha de Gênesis 14

Como você deve saber, o cânon bíblico, por decisão literária nossa, é também canônico no Universo Anthares.

Neste post, teremos alguns dados importantes fornecidos pela arqueologia que podem nos ajudar a compor o cenário de um pano de fundo de Anthares, que é a batalha que ocorre em Gênesis 14.


Durante o período patriarcal, conforme a arqueologia tem demonstrado, as colinas eram esparsamente habitadas, enquanto que as planícies costeiras continham a população sedentária. Isso concorda com a representação do livro de Gênesis de que os patriarcas vagueavam pelo terreno montanhoso. Além disto, as cidades mencionadas em Gênesis já existiam nesse período, como Betel, Ai, Jerusalém (Salém), Siquém, Gerar, Dota, Berseba. (Ver Albright: The Archaelogy of Palestina and the Bible págs. 132, 133).

Em 1935 foram descobertos em Mari, às margens do rio Eufrates (Tell Hariri) mais de 20.000 tabletes, a maioria dos quais pertence à primeira metade do segundo milênio A. C. Essas descobertas confirmam o quadro bíblico de que os ancestrais de Israel vieram da região de Harã. A cidade de Naor (Gn 24:10) aparece nesses textos como Nakhur. No tempo de Hamurabi (século 18 A. C.) parece que o lugar era governado por um príncipe amorreu. Serugue e Terá também aparecem como nomes de cidades próximas de Harã (Cf. PSAC, págs. 179, 180).

Gn 13:10. Glueck, RJ, pág. 73, salienta a exatidão da descrição sobre Ló. A arqueologia tem mostrado que o vale do Jordão sempre foi ocupado, e que se trata de uma das regiões mais ricas da Palestina antiga.

A respeito do relato referente à invasão por Quedorlaomer. Gn 14, escreve Glueck: “Os fatos arqueológicos concordam completamente com essa tradição literária. Cerca de 1900 A. C. houve uma destruição tão completa, contra todas as grandes fortalezas e estabelecimentos da terra, dentro dos limites que temos examinado, que a civilização particular que representavam nunca mais recuperou. O golpe recebido foi tão esmagador que foi totalmente destruído (The Other Side of the Jordan, 1940, pág. 114). Glueck também salienta por que motivo acredita que a cifra de 318 (Gn 14:14) é correta (RJ, pág. 74).

Gn 14:6 menciona os horeus, cuja historicidade durante muito tempo era negada. Atualmente são conhecidos como os hurrianos, povo esse que desempenhou importante papel no segundo milênio A. C.

Um importante centro hurriano foi Nuzu (Yorgan Tepa) cerca de 19 quilômetros a sudoeste da moderna Kirkuk. Os tabletes descobertos ali (1925­ 1931) têm lançado muita luz sobre o segundo plano de Gênesis.

a) Em Nuzu havia o costume dos casais sem filhos adotarem um filho, que os serviria, os sepultaria e lamentaria por eles. Por sua vez, era declarado herdeiro do casal. Se, entretanto, um filho legítimo viesse a nascer, o adotado perderia seus direitos de filho legítimo. Cf. Gn 15:1­ 4.

b) Se a esposa fosse estéril, poderia prover uma escrava que desse filhos a seu marido. Cf. Gn 16:2.

c) Caso a escrava tivesse filhos, a esposa legítima era proibida de mandá-la embora. Isso explica a apreensão de Abraão em vista da conduta de Sara. Cf. Gn 21:11,12.

De conformidade com a arqueologia, a ocupação do distrito em que se situavam Sodoma e Gomorra cessou cerca do início do segundo milênio A. C. Isso sustenta a representação bíblica sobre a destruição das cidades da planície. Cf. BA, vol. V, n° 2, e vol. VI, n° 3.

À luz desses fatos, a opinião de Wellhausen de que as narrativas patriarcais são meramente a criação livre de uma época, posterior deve ser decisivamente rejeitada.

Por fim, mais alguns dados interessantes:

Em 12:6b e 13:7b há uni alegado elemento pós-mosaico: “…Nesse tempo os cananeus habitavam essa terra”. Alguns julgam que as palavras “nesse tempo” indicam que essa passagem foi escrita quando os cananeus não se encontravam mais na Palestina. Mas essa frase é usada simplesmente para salientar a grandeza da promessa de Deus. A terra foi prometida a Abraão, mas a presença dos cananeus parecia tornar incrível a promessa. A despeito da presença dos cananeus, entretanto, Abraão creu no Senhor. Em 13:7b a afirmação simplesmente torna claro que não havia espaço suficiente para o gado de Abraão e para o gado de Ló. Se algum contraste é tencionado nas palavras “nesse tempo”, o contraste deve ser com algum período anterior, quando os cananeus não estavam na terra. A menção de Dã (Gn 14:14) não serve como argumento contra a autoria mosaica. Não pode ser o Dã de Juízes 18:29, ou, caso o seja, não é possível que no decurso das cópias repetidas desta última passagem, tenha sido inserido um nome mais familiar? Além disso, a frase “No monte do Senhor se proverá” (Gn 22:14) não se refere à manifestação do Senhor no Templo, que somente séculos depois foi edificado sobre o monte, mas, refere-se à aparição do Senhor a Abraão quando êle foi testado. Ver Hengstenberg: DGP, vol. II, págs. 146-282; Green. HCP, págs. 47­ 52. A frase, “que estão junto a Hebrom” (Gn 13:18), e a que diz “que é Hebrom, na terra de Canaã” (Gn 23:19b) devem ser consideradas como observações explanatórias provavelmente adicionadas por Moisés. Nos dias de Abraão, Hebrom, como cidade, parece ainda não ter começado a existir.

——- Retirado de: Edward J. Young – Introdução ao Antigo Testamento.


Detalhe: os refains, depois da guerra de Gênesis 14, encontraram alguma coisa e invocaram os anjos, gerando a segunda leva de Nefilins.


Obviamente, isso não serve apenas como outra evidência acerca da exatidão do Gênesis, mas também como base para o pano de fundo das histórias que se passarão nesse contexto.

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