A Origem do Livro dos Mortos Egípcio

Se quer apenas saber sobre o Livro dos Mortos, leia este outro post aqui.

Neste post, trataremos do pano de fundo histórico que deu origem ao Livro dos Mortos no contexto do Universo Anthares.


O evento que marca a mudança de perspectiva sobre os deuses egípcios é a morte de Busíris pelas mãos de Hércules. É a partir daí que lendas e mais lendas começam a ganhar peso histórico e somam-se a muitas teorias de como seria possível um mero humano enfrentar um deus (na verdade, um acsi).

Para entendermos melhor a ligação entre o contexto e o surgimento do livro, precisamos entender algumas coisas a respeito do seu conteúdo, mas apenas o que nos interessa aqui.

O fato mais importante é que o Livro dos Mortos trata-se de uma coletânea aleatória de palavras mágicas que se julgava que fossem importantes para os mortos quando confrontassem Osíris, o juiz e governante do reino dos mortos. A ideia por trás do livro está em plena harmonia com a Magia no Universo Anthares.

Este material, na verdade, era a coletânea dos Textos dos Sarcófagos que, a partir do período do Médio Império vinham sendo escritos em papiros e colocados no sarcófago, juntamente com o corpo do morto. Os Textos dos Sarcófagos, na verdade, compreendiam algumas palavras mágicas poderosas, que eram recitadas durante os funerais no Egito antigo, e receberam este nome porque também eram escritas na parte interior do sarcófago, de modo a estar ao alcance do morto, se ele necessitasse delas em algum momento após a vida.

Os Textos dos Sarcófagos, por sua vez, faziam parte de um grupo maior de palavras mágicas e encantamentos, conhecidos como os Textos das Pirâmides. Estas inscrições eram escritas nas paredes internas das pirâmides, para o benefício dos mortos que ocupassem estes monumentos funerários, e deixavam abundantemente claro que os mortos eram considerados como necessitados da ajuda de mágica, a um nível ainda maior do que os deuses ou os seres humanos vivos. Com base neste tipo de material, fica evidente que no antigo Egito alguns atos “religiosos”, como os esforços, por parte dos adoradores, de contatar seus deuses, tinham, na verdade, uma natureza mágica. Na realidade, a língua egípcia não possui uma palavra específica para “religião”, não mais do que os hebreus, e como resultado disto, o mais próximo que os egípcios podiam chegar desta ideia era por meio do uso da palavra hike, “mágica”, ou “poder mágico”.

No livro, além de palavras mágicas, existem feitiços, orações, hinos e litanias do Antigo Egito, tudo com a mesma intenção. O objetivo destes textos era ajudar o morto em sua viagem para o outro mundo, afastando eventuais perigos que este poderia encontrar na viagem para o Além. Mas tudo isso você pode ler melhor no primeiro link citado no início deste post.

O que eram os tais “Textos das Pirâmides”?

Na Quinta Dinastia, tornou-se costumeiro esculpir inscrições nas paredes internas das pirâmides. Esses textos tratavam dos temas de julgamentos e felicidade eterna, e são conhecidos como “Textos das Pirâmides”. Um grupo especial de cinco pirâmides que contêm textos foi encontrado nas proximidades da Pirâmide Escalonada de Zoser, e as estruturas foram datadas, individualmente, entre 2450 e 2250 a.C. Embora sejam inferiores, em construção, à Pirâmide Escalonada, são extremamente importantes por causa dos textos que contêm nas paredes dos vestíbulos e das câmaras internas. Em algumas das mais recentes, até mesmo os tetos tiveram a sua superfície cuidadosamente coberta com textos esculpidos, ou então pintados em colunas verticais de hieróglifos. A maior parte destas inscrições continha uma variedade de encantamentos mágicos, hinos e orações, sendo todos incluídos para o uso do rei morto, quando estivesse diante do trono de julgamento de Osíris. Alguns dos Textos das Pirâmides são tão arcaicos em seu estilo literário que egiptólogos são de opinião de que podem ter sido escritos no início do período do Reino Antigo, e outros até mesmo no período proto-dinástico.

O que nos interessa aqui é o seguinte:

Muito tempo tempos, em 1471 a.C., Hércules matou Busíris, considerado filho dos deuses, portanto, imortal. Várias versões de como isso aconteceu foram sendo propagadas, mas todas enfatizavam isto: é possível, e nem tão difícil, matar o filho de um deus.

A isso se sucederam também outras tantas versões novas, lendas e fórmulas, muitas delas com base nos Textos das Pirâmides, que supostamente que poderiam matar não apenas o filho de um deus, mas os próprios deuses. Essas tradições foram sendo passadas adiante até que, séculos depois, finalmente tudo foi compilado num grande material, que veio a ser o Livro dos Mortos.


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