Por Lucas Rosalem
Nesta série de resenhas sobre os cantos da Ilíada, ainda que os posts pareçam longos, eles não são sequer comparáveis, em volume [e glória!] aos cantos originais. Não pense que, com estes resumos, você leu a Ilíada. Leia! (e assista aos nossos vídeos também XD) Links dos outros posts e dos vídeos lá embaixo.
No Canto 1 da Ilíada, fomos lançados em um turbilhão de conflitos divinos e terrenos que, como vimos, moldaram o destino dos guerreiros gregos e troianos. Tudo começou com o desenrolar de uma tragédia: um sacerdote de Apolo, desesperado, implorou a Agamêmnon pela libertação de sua filha, uma prisioneira dos gregos. A resposta arrogante do líder grego desencadeou a fúria divina, e Apolo lançou uma epidemia mortal entre as fileiras dos gregos, ceifando vidas em uma devastadora retribuição.
A medida desesperada do sacerdote ecoou através dos corredores do Olimpo, e Tetis, a mãe de Aquiles, intercedeu em nome de seu filho, implorando a Zeus por justiça e ajuda. O destino dos mortais está nas mãos dos deuses enquanto Zeus ponderava sobre seu papel no conflito iminente.
No Canto 2, o cenário se desloca para os corredores do palácio de Agamêmnon, onde Zeus, ansioso por ajudar Aquiles e prejudicar os gregos, envia um sonho enganoso ao líder grego. Agamêmnon acorda com uma determinação renovada, convocando um conselho para testar a disposição de seus homens para continuar lutando.
O discurso alarmante de Agamêmnon provoca reações variadas, com Hera intervindo para alterar o curso dos acontecimentos. Enquanto isso, Térsites, um personagem franco e irônico, aproveita a oportunidade para desafiar abertamente Agamêmnon, revelando as tensões subjacentes entre os guerreiros gregos.
Ulisses, um estrategista astuto, relembra uma visão profética que sugere que a vitória só virá após dez anos de guerra. Nestor, o sábio ancião, tenta inspirar os guerreiros a permanecerem firmes em sua causa, enquanto Agamêmnon pondera sobre uma possível reconciliação com Aquiles, ao mesmo tempo que ameaça aqueles que consideram desistir da batalha.
Os sacrifícios aos deuses e as preces fervorosas marcam o início da jornada para a guerra, enquanto os guerreiros gregos se preparam para enfrentar o inimigo. Neste momento, o rapsodo nos lembra da natureza lendária da história que está sendo contada, inspirada pelas musas e suas visões dos acontecimentos.
A lista de comandantes e guerreiros importantes serve não apenas como um registro das proezas heróicas, mas também como uma genealogia que traça as origens divinas dos povos e personagens. Enquanto os gregos se preparam para a batalha, a atenção se volta para os troianos, especialmente para Heitor, que é aconselhado por uma deusa mensageira a buscar alianças com outras cidades para reforçar suas fileiras. Heitor percebe a intrusão divina e age com determinação para proteger seu povo. Assim, o Canto 2 termina com o palco montado para o confronto épico que está por vir.