ILÍADA – Canto 1 (resumo) • Lucas Rosalem

No canto 1 da Ilíada, nós vemos […]

Por Lucas Rosalem

Nesta série de resenhas sobre os cantos da Ilíada, ainda que os posts pareçam longos, eles não são sequer comparáveis, em volume [e glória!] aos cantos originais. Não pense que, com estes resumos, você leu a Ilíada. Leia! (e assista aos nossos vídeos também XD) Links dos outros posts e dos vídeos lá embaixo.

Canto 1: A Disputa Divina e a Raiva de Aquiles

No Canto 1 da Ilíada, somos imediatamente imersos em um cenário de desespero e desgraça, onde os guerreiros gregos caem aos montes, vítimas de uma praga implacável enviada por Apolo. O motivo por trás dessa terrível punição é uma disputa acalorada entre o herói Aquiles e o poderoso Agamêmnon, líder dos gregos.

A origem desse conflito remonta ao ultraje infligido a um sacerdote e ao sequestro de sua filha durante uma incursão dos gregos. O sacerdote, desesperado, oferece uma recompensa em troca da libertação de sua filha, mas Agamêmnon, arrogante e implacável, recusa a oferta e ameaça o sacerdote com violência.

Em sua busca por justiça, o sacerdote invoca a ira de Apolo, o deus arqueiro, que não hesita em lançar uma epidemia fatal sobre os gregos, ceifando suas vidas impiedosamente. O campo de batalha se transforma em um mar de dor e sofrimento, enquanto os bravos guerreiros são consumidos pela doença e pela morte.

Diante dessa terrível calamidade, Aquiles, inspirado por Era, convoca uma reunião para buscar respostas divinas sobre a origem da praga. A verdade é revelada através de um oráculo, desencadeando a fúria de Agamêmnon, que, em sua arrogância, insulta os deuses e decide devolver a filha do sacerdote, mas apenas sob a condição de receber uma compensação.

Aquiles, movido pela indignação e pela injustiça, se opõe veementemente às exigências de Agamêmnon, argumentando apaixonadamente sobre a natureza de sua própria reivindicação e a essência da honra na guerra. A tensão explode em uma troca de palavras carregadas de rancor e desafio, enquanto Agamêmnon ameaça tomar à força o prêmio de Aquiles, a bela escrava Briseida.

Em um momento de puro ímpeto, Aquiles se prepara para desafiar o líder dos gregos, erguendo sua espada com a intenção de vingar afronta com sangue. No entanto, antes que o golpe fatal seja desferido, Atena, a deusa da sabedoria e da guerra, desce do Olimpo para intervir, segurando Aquiles pelo cabelo e oferecendo-lhe uma promessa de recompensa em troca de sua contenção.

O conflito atinge seu ápice enquanto as emoções fervem e as palavras cortam como lâminas afiadas. A intervenção de um ancião sábio, Nestor, é o único fio frágil que impede a ruptura total entre os heróis. Aquiles, cheio de desgosto e amargura, decide retirar-se da guerra, abandonando o campo de batalha e se isolando em seu navio.

Enquanto isso, a tragédia se desenrola quando Odisséia é encarregado de levar Criseida de volta ao seu pai, enquanto Briseida é arrancada dos braços de Aquiles por ordem de Agamêmnon. Aquiles, devastado pela perda e pela injustiça, chora e suplica à sua mãe divina, Tétis, que interceda em seu nome. Em um momento de profunda aflição, Tétis roga aos deuses por proteção e justiça, enquanto o destino dos guerreiros é lançado em um turbilhão de tragédia e conflito divino.