Além da escrita cuneiforme, os sumérios influenciaram os povos da região mesopotâmica com seu panteão divino. Os deuses eram geralmente antropozoomórficos (metade homens, metade animais) e as línguas dos povos da região seriam a língua dos deuses.
Os sumérios influenciaram, com seus deuses, várias outras religiões na Mesopotâmia. Na foto, placa religiosa babilônica
A cosmogonia dos sumérios apresenta a criação do mundo em que viviam, com a criação dos deuses e dos elementos da Terra que eles representavam. Nammu (ou Abzug), o Mar, era a deusa primordial, mãe de todos os deuses e deusas. Poderosa e afetuosa, era a ela que recorriam os homens quando necessitavam de exorcizar algum espírito maligno. É a mãe das fontes da vida, a deusa que nutre e preserva. Nammu gerou An, o Céu; e Ki, a Terra.
An era o deus dos demónios, dos espíritos e do céu, geralmente representado como um chacal ou com chifres de boi; seu símbolo era uma estrela. Havia se casado com Ki, e deste casamento – entre o Céu e a Terra, havia surgido Enlil, o Ar.
Enlil era o senhor dos ventos e tempestades e se colocou entre seu pai e sua mãe, o Céu e a Terra, separando-os para sempre. Enlil se casou com Nilil, e do coito dos dois no submundo nasceu Nanna, deus que representava a Lua.
Nanna permanecia 27 dias no reino dos vivos, depois descia para ter com Ereshkigal no “Reino do Não retorno” e voltar novamente ao céu. Este ciclo representava os ciclos de 28 dias da Lua, sendo o dia passado neste reino obscuro a representação da lua nova. Nanna casou-se com Ningal, deusa da cana, e tiveram como filha Inanna.
Inanna era a deusa do amor e da fertilidade, associada ao planeta Vênus. Durante a cerimônia do Ano Novo o rei casava-se simbolicamente com Inanna nos templos usados para os cultos às divindades. Por fim, apresentamos Enki, o deus da Sabedoria e da Água, que ordenou o universo e era portador dos segredos da vida e da morte. Seus símbolos eram o peixe e a serpente, além do Capricórnio, talvez pelos conhecimentos detidos pelos sumérios sobre astronomia.
Estes são apenas alguns deuses do panteão sumério, já que cada cidade cultuava uma diversidade de outros deuses. O conhecimento desta cosmogonia só foi possível com as placas de argila descobertas pelos arqueólogos, que ao decifrarem a escrita cuneiforme puderam apresentar esta rica cultura suméria da Antiguidade Oriental.
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