
Muita gente conhece o nome “Rasputin”, do feiticeiro russo, um fanfarrão que iludiu uma multidão no fim do século IV. Muita gente sabe também que ele foi monge antes de conseguir sua fama. O que as pessoas não sabem muito é que tipo de monge ele foi e como isso influenciou sua trajetória.
Quando atingiu a maturidade, o místico russo Rasputin entrou em contato com a Seita dos Flagelantes (ou “chicotes”; Khlysty), um controverso grupo que guardando as devidas particularidades tinha uma visão de mundo, objetivos e práticas muito similares ao dos satanistas de hoje. Esta era uma das muitas seitas eróticas que viviam sob o olhar apreensivo da Igreja Ortodoxa pré-revolução de 1917.
O nome original era derivado de “Cristo”, com uma sonoridade muito parecida com “chicote”, que veio a ser o apelido da seita por causa das suas práticas de autoflagelação.
A premissa básica dessa seita era esta: não há sentido para a salvação se não formos pecadores. Assim, seus rituais envolviam festividades, especialmente conhecidas por sua sensualidade e entrega aos “prazeres da carne”. A Seita dos Flagelantes ensinava que quanto mais o homem pecasse, mais Deus iria perdoar e mais Deus seria exaltado como o ser superior e supremo.
A ideia era mais ou menos assim: se a Bíblia diz que onde o pecado abundou, a graça superabundou, então, quanto mais nos entregamos ao pecado, mais graça recebemos.
A heresia não era nova. Heresias semelhantes foram denunciadas em épocas anteriores, sempre condenadas pelos cristãos, por óbvio.
De qualquer forma, foi nessa atmosfera controversa que encontramos Grigorig Efimovich Rasputin que, já casado e com filhos, abandonou tudo para tornar-se um peregrino errante. Foi neste período que de cidade em cidade ganhou a fama de homem santo, poderoso mago e perigoso feiticeiro. Quando chegou em São Petersburgo, no ano de 1903, sua fama já estava tão bem construída que rapidamente despertou o interesse da supersticiosa dinastia Romanov.
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