Por Lucas Rosalem
Nesta série de resenhas sobre os cantos da Ilíada, ainda que os posts pareçam longos, eles não são sequer comparáveis, em volume [e glória!] aos cantos originais. Não pense que, com estes resumos, você leu a Ilíada. Leia! (e assista aos nossos vídeos também XD) Links dos outros posts e dos vídeos lá embaixo.
CANTO 24
No Canto 24 da Ilíada, Priam, o rei de Troia, enfrenta um dilema angustiante. Seu filho Heitor, o grande guerreiro troiano, foi morto por Aquiles e seu corpo está sendo mantido pelo herói grego, que se recusa a devolvê-lo para os ritos funerários. Desesperado pela situação, Priam decide realizar uma jornada perigosa e emocionalmente desafiadora até o acampamento grego para suplicar a Aquiles pela devolução do corpo de Heitor.
Priam, em sua vulnerabilidade e coragem, viaja incógnito e desarmado, acompanhado apenas por um cocheiro. Ele enfrenta a escuridão e os perigos da noite, passando despercebido pelos sentinelas gregos até chegar ao acampamento de Aquiles. Chegando lá, ele se prostra diante do guerreiro grego, implorando por misericórdia e pela oportunidade de enterrar dignamente seu filho.
Aquiles, surpreso pela visita do velho rei, é tocado pela coragem e humildade de Priam. Ele reconhece a dor compartilhada entre os dois pais, pois também perdeu seu amado Pátroclo na batalha. Comovido pela humanidade de Priam, Aquiles concorda em devolver o corpo de Heitor para que ele possa ser honrado com os ritos funerários adequados.
Os dois homens compartilham histórias sobre seus filhos e trocam presentes como símbolos de respeito mútuo. Aquiles, tocado pela compaixão de Priam, decide suspender temporariamente o conflito para permitir que o funeral de Heitor ocorra em paz. Ele também concorda em adiar a retomada da guerra para que Troia tenha a chance de se despedir de seu grande guerreiro.
A visita de Priam a Aquiles no Canto 24 da Ilíada é um poderoso momento de humanidade em meio à brutalidade da guerra. Ela destaca a fragilidade e a humanidade dos personagens, mostrando que, apesar das diferenças e do conflito, todos compartilham a dor da perda e a necessidade de compaixão e respeito mútuo.
E assim se encerra esse clássico maravilhoso!
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