Gerd – deuses nórdicos

(Gerda, Gerdi, Gerth)

“A Deusa Luminosa”

Pertencente à raça dos gigantes, filha de Gymir e Aurboda, Gerd é a deusa da luz que, ao caminhar, deixa um rastro de fagulhas e, quando levanta os braços, irradia uma luminosidade brilhante sobre o céu, a terra e os mares (alguns autores interpretaram essa luminosidade como a aurora boreal). Frey, ao vê-la, apaixonou-se perdidamente e, para pedi-la em casamento, mandou Skimir, seu auxiliar, como mensageiro, para que lhe oferecesse as maçãs da juventude e o anel mágico Draupnir. Mas Gerd não queria se casar com um deus e recusou. O mensageiro ameaçou-a, então, com maldições rúnicas que a tornariam doente, feia e devassa. Após nove noites, ela acabou cedendo, mas pediu em troca o cavalo e a espada de Frey (que, por isso, luta no Ragnarök armado apenas com chifres de cervo). Esse mito pode ser visto como a representação do casamento sagrado entre o deus da fertilidade e a deusa da terra (celebrado, anualmente, como o Sabbat celta Beltane, e as comemorações nórdicas do dia 1° de maio), uma vez que o nome Gerd significaria “campo”. Mesmo assim, é evidente a presença do conceito machista de conquistar a mulher à força ou pela astúcia, sem respeitar sua vontade. Uma outra interpretação do mito o vê como uma exemplificação do ciclo anual, da transformação da terra congelada – árida pelos rigores do inverno nórdico (simbolizado pelas noves noites) – no desabrochar da vegetação na primavera – conquistada pelo vigor do deus da fertilidade. O calor dos raios solares derreteu o gelo e permitiu o renascimento da Natureza, da mesma forma que a insistência de Frey derreteu a frieza de Gerd. Antes de casar, Gerd habitava em uma casa simples de madeira, cercada de montanhas, de onde saiu para morar em Alfheim, junto com Frey. Gerd pode ser invocada nas situações em que é preciso vencer a oposição ou a resistência de pessoas ou das circunstâncias, e para ativar os brotos tênues de novos projetos.

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