Frigga – deuses nórdicos

(Fricka, Fria, Frige, Frigg, Frijja, Freke, Frau Gode)

“A Amada”

Filha da deusa da terra Fjorgyn e irmã do deus Thor, Frigga herdou da mãe as qualidades telúricas e a sabedoria. Frigga, cujo nome significa “a amada”, é a rainha das divindades celestes e guerreiras Aesir, esposa do deus Odin e mãe dos deuses Baldur, Bragi, Hermod, Hodur e Idunna. Apesar de sua origem telúrica, é também uma deusa celeste; observa, de seu trono acima das nuvens, tudo o que se passa nos nove mundos e compartilha suas visões com Odin. Também supervisiona os salões para onde são levadas as almas dos guerreiros protegidos por Odin.

É considerada um modelo de fidelidade, apesar de ter sido acusada por Loki de ter vivido com os irmãos de Odin – Vili e Vé – durante sua ausência. Alguns autores justificam o modelo de esposa virtuosa representado por Frigga afirmando que esses deuses eram simples aspectos de Odin. Frigga vive em seu castelo Fensalir, “os salões dos mares”, com um séquito de doze deusas, suas auxiliares.

É considerada também “A Grande Mãe” nórdica, e a constelação de doze deusas pode ser vista como a representação de seus aspectos, ou personas, que ela adota para desempenhar múltiplos papéis. Essas deusas são “virgens”, no sentido de auto-suficientes, e também foram interpretadas como entidades separadas, simbolizando diferentes arquétipos da psique feminina. As acompanhantes de Frigga são Eir, Fulla, Gefjon, Gna, Hlin, Lofn, Saga, Sjofn, Snotra, Syn, Var e Vor. Frigga é descrita como uma mulher madura e muito bonita, com longos cabelos prateados trançados com fios de ouro; usa um manto azul bordado e muitas jóias de uro e pedras preciosas. Sentada em seu palácio, Frigga tece com seu fuso de ouro as nuvens e o fio do destino, que ela depois passava aos cuidados das Nornes.

Extremamente inteligente e habilidosa, Frigga tudo sabe, mas nada revela. Como Freyja, ele também ama o ouro (também tem um colar precioso), usa às vezes um manto de penas de falcão e fica separada por alguns meses de Odin, que perambula pelo mundo. Muitas das deusas germânicas – como Berchta, Eostre, Holle, Holda, Huldra, Ostara e Wode (ou Gode) – seriam nomes alternativos de Frigga. Assim como as Nornes, as Disir e Freyja, ela é invocada nos partos e para a proteção dos bebês, bem como em todos os ritos de passagens femininos.

Algumas lendas relatam a competição de Frigga com as amantes de Odin (Jord, Rind, Skadhi, as gigantes Gunnlod, Grid e as nove Donzelas das Ondas), tentando reduzir a grandiosidade de seu status ao de uma consorte ciumenta e implicante (réplica nórdica da grega Hera e Juno). Porém, por ter o dom da profecia, como tudo sabe, Frigga acompanha as aventuras de Odin com condescencia e tranquilidade, sem jamais se vingar. É fácil compreender essa atitude considerando-se a igualdade existente entre homens e mulheres nas antigas sociedades nórdicas e na liberdade que caracterizava os relacionamentos, bem diferentes dos padrões greco-romanos. Frigga aconselha Odin usando sua precognição e sabedoria, e, às vezes, age de forma contrária a ele (favorecendo seus heróis preferidos e dando-lhes a vitória nas batalhas). Para compreender a multiplicidade dos aspectos de Frigga, o melhor é considera-la a representação dos três estágios da trajetória da mulher e também do ciclo de criação, destruição e renascimento.

No aspecto juvenil, é a deusa da primavera – conhecida pelos anglo-saxões como Eostre ou Ostara – a quem são ofertados, no equinócio da primavera, flores e ovos coloridos para propiciar a fertilidade e a renovação. No aspecto maternal, Frigga é a padroeira das mulheres, dos mistérios de sangue, dos casamentos, da maternidade, da família e do lar. Representa a percepção intuitiva e a sabedoria feminina, a paciência, a tolerância e a perseverança, bem como a prudência e a lealdade. Sua manifestação guerreira é Val-Fria, a senhora dos campos de batalha, que acompanha o espírito dos guerreiros a seu local de repouso. Também é a guardiã da fonte do renascimento e une o espírito dos maridos e das esposas devotados e leais nos aposentos de seu palácio. Em sua manifestação como Holda ou Mãe Holle, é a Anciã, a padroeira do tempo, que cria nuvens com o tecido das roupas estendidas para secar. Ela deu o linho como presente à humanidade e ensinou as mulheres a fiarem e tecerem, incentivando as que trabalhavam e castigando as preguiçosas.

Atributos: Rainha do Céu, padroeira dos casamentos, das parcerias, da vida familiar, dos nascimentos, da maternidade, da fidelidade conjugal, das crianças, da agricultura, do lar e das tarefas domésticas, da preparação da comida, das donas de casa, da tecelagem e da terra. Ela tem o conhecimento dos destinos, porém guarda silêncio e não faz profecias.

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