Agripina: quem foi a mulher mais poderosa do Império Romano.
Muitos se lembram dos nomes dos primeiros imperadores de Roma antiga — como Augusto, Calígula e Nero —, mas poucos conhecem as mulheres que foram vitais para o sucesso (ou fracasso) de seus reinados.
A mais poderosa delas foi Agripina, a Jovem.
A seguir, apresentamos nove fatos sobre a vida desta poderosa imperatriz romana que viveu entre 15 e 59 d.C.
1. Foi uma potência nos reinados de três imperadores
Agripina, a Jovem, foi uma mulher muito importante nos reinados de três dos primeiros imperadores romanos.
Ela era irmã do imperador Calígula, esposa de Cláudio e mãe de Nero.
Cada um a honrou como a mulher mais importante em seu reinado, e ela foi capaz de se aproveitar disso para obter um poder sem precedentes.
2. Era ‘descendente de um deus’
O bisavô de Agripina foi o primeiro imperador, Augusto.
Quando Augusto morreu, ele foi divinizado, transformado em deus pelos romanos — e um templo foi construído em sua homenagem.
Os romanos faziam sacrifícios regularmente a Augusto, como faziam com deuses.
Por volta de 50 depois de Cristo, Agripina era a única descendente de Augusto ainda viva. Acreditava-se que corria sangue divino em suas veias.
3. Foi a primeira mulher a aparecer em frente de moeda
As moedas eram uma importante ferramenta de propaganda no Império Romano.
Agripina e suas irmãs, Drusilla e Livilla, foram as primeiras mulheres vivas a serem retratadas em uma moeda cunhada no início do reinado do irmão delas, Calígula.
Durante o reinado de seu marido Cláudio, Agripina foi a primeira mulher romana a aparecer na frente de uma moeda ao lado do próprio imperador, e não no verso.
4. Tentou derrubar o irmão
Embora Calígula tenha concedido enormes honras a ela e a suas irmãs, ele foi um imperador descrito como cruel e insano e acabou sendo o primeiro a ser morto por seus próprios guardas.
Antes de morrer, muitas pessoas tentaram derrubá-lo, incluindo Agripina, sua irmã Livilla, e o cunhado delas, Lepidus, viúvo de Drusilla, que tinha morrido de causas naturais.
Os três foram capturados enquanto ainda estavam conspirando. Agripina e Livilla foram exiladas em uma pequena ilha como punição.
Não foi tão ruim para elas, considerando que Lepidus foi executado.
5. Se casou com o tio
Após o assassinato de Calígula, Agripina finalmente voltou a Roma, onde seu tio havia se tornado imperador.
Cláudio era irmão mais velho do pai dela, então foi uma surpresa quando Agripina se casou com ele.
Eles tiveram que convencer o Senado a mudar as leis sobre incesto para que o casamento pudesse ocorrer.
Os historiadores e as más línguas da época diziam que Agripina havia seduzido o tio para se tornar a mulher mais poderosa que os romanos já haviam visto.
Agripina foi ainda a imperatriz mais assertiva da história de Roma.
Ela se sentava ao lado de Cláudio em um trono idêntico ao dele e agia como uma política, algo muito impactante para os romanos, que não permitiam que as mulheres participassem da política.
Em um evento público chegou a usar uma capa militar dourada para mostrar seu poder e ousadia.
6. Fundou sua própria cidade
Um dos atos mais importantes de Agripina como Imperatriz de Roma foi fundar uma cidade na fortificação romana que havia sido seu local de seu nascimento.
Ela foi batizada de Colonia Claudia Ara Agrippinensium, mas ficou conhecida como La Colonia.
Atualmente, é a quarta cidade mais populosa da Alemanha e mantém suas raízes romanas no nome: Colônia
7. Provavelmente assassinou o marido
Após quatro anos de casamento, Agripina e Cláudio estavam frustrados um com o outro.
De acordo com historiadores, Cláudio lamentava sua decisão de deserdar o filho Britânicus em favor de Nero, enquanto Agripina estava preocupada em perder sua posição de poder caso Nero não se tornasse o próximo imperador.
As mesmas fontes afirmam que Agripina contratou um envenenador profissional que usava um cogumelo de aparência particularmente deliciosa.
Excepcionalmente, não há registros de que Cláudio tenha morrido de causas naturais. Isso fortalece a tese de que Agripina teria matado o próprio marido.
8. Foi muito homenageada
Como mãe do imperador Nero, Agripina recebeu ainda mais honrarias.
Tradicionalmente, os romanos se consideravam parte da família do pai e raramente mencionavam suas mães, mas Nero colocou inscrições declarando que ele era “filho de Agripina”.
Ela foi a primeira e única mulher a ser homenageada por um imperador dessa maneira.
9. Foi assassinada a mando do próprio filho
Apesar de declarar com orgulho que era seu filho e que foi ela quem o nomeou imperador, Nero não era um filho muito grato.
Ele tentou obrigá-la a ser uma mãe romana mais tradicional. Queria que ela ficasse em casa e usasse vestidos bonitos, mas ela queria governar.
Depois de sua pior briga, Nero decidiu que a única maneira de fazer o que queria era matando sua mãe.
Ele primeiro tentou envenená-la, mas ela tomava antídotos diariamente. Então, de acordo com Suetônio, o biógrafo de Nero, ele fez com que o teto do quarto desabasse sobre ela enquanto dormia, mas ela foi avisada antes.
Na sequência, ele tentou matá-la com um barco projetado de tal forma que se desmantelaria quando ela fosse velejar durante a celebração da festa de Minerva. Infelizmente para Nero, ela era uma excelente nadadora e sobreviveu.
Finalmente, ele decidiu usar um método mais direto e sangrento: enviou um soldado que a esfaqueou até a morte em seu quarto. E, após sua morte, afirmou que foi ela quem havia tentado matá-lo.
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