Algumas histórias não tinham começo; por privilégio ou azar, a ele seria difícil dizer. Algumas histórias não tinham fim; por privilégio ou azar, a ele seria fácil dizer. O início desta história seria o fim de outras; disso ele estava certo. Tudo começava com aquele procedimento de comunicação. Simples, audível; a marca da foice a rebrilhar as faces de desespero daqueles que a ouviam:
— Roger that!
O soldado não sabia como havia parado ali. Não se lembrava. Não conseguia. Um dia, ele teve um nome. Um dia, ele teve pais. Um dia, ele teve algo que chamavam de família, lar. Não mais. Agora a ele somente restava o traje do exército, a máscara de gás a esconder aquele que semeava a morte como um jardineiro semeava o quintal; enquanto um regava a vida com gotas cristalinas, o outro a regava com lágrimas rubras.
O fuzil já estava carregado quando arrombou a porta da sala de aula. A professora estendia os braços à frente das crianças, como se os punhos frágeis fossem capazes de defender os alunos. A voz dela estava embargada:
— Por favor, pelo amor que tens à Allah, não nos mate!
O soldado sentiu a pegada no fuzil afrouxando. Acionou o rádio, indeciso:
— Senhor, tem uma mulher aqui com algumas crianças. Não devem passar dos cinco anos cada uma.
A voz do oficial preencheu a alma do soldado:
— Lembre-se do seu dever.
Um tremor atravessou sua espinha, a mente repentinamente coberta por uma nuvem que embalava tudo. Menos uma coisa. A indecisão sumiu de seu âmago:
— Roger that!
A professora, arfando com o prenúncio do julgamento, tentou segurar o cano da arma. O soldado estourou a cabeça dela, o som gelatinoso do crânio respingando nas outras crianças. Algumas se sentaram e outras choraram, chamando pelos pais sem saberem que eles já fediam em algum beco da cidade.
Uma criança abraçou suas pernas.
O soldado deu uma joelhada nela, todos os dentes da boca tiritando sobre o chão, o nariz torto, estilhaçado. Mas seus olhos de incerteza, de não saber o que havia feito para merecer aquele castigo, encararam o soldado, até que ele cravou um projétil em seu crânio, e tudo se apagou.
Algumas crianças tinham a testa encostada no chão, orando para seu deus inexistente à procura de um espaço no paraíso. Outras crianças abraçavam umas as outras. Um pirralho tentou proteger a própria irmã com uma tesoura. A coronhada que o soldado deu em sua mão fez seus dedos parecerem geleia. Estourou a cabeça da irmã primeiro. O irmão não demorou a compartilhar o mesmo destino.
Logo, toda sala estava em silêncio. O rádio tirou o soldado de seu torpor:
— Encontre-se com o esquadrão Caveira na ala norte. Há um grupo de rebeldes guardando uma enfermaria.
— Roger that!
Outros soldados o encontraram enquanto rumava para o objetivo. Aquiesceram uns aos outros, os uniformes cobertos de fuligem, fumaça e sangue. Uma esquadra inteira guardava o pátio, tiros interrompendo seu ímpeto. Coquetéis molotov atravessavam o ar, forçando-os contra o muro. Assim que o grupo se encontrou, um soldado tomou a dianteira para acionar o rádio aos demais:
— Senhor, estão todos aqui.
A voz distorcida do oficial se alçou ante os disparos:
— Ótimo. Soldado 1407, assuma disfarce e vá de encontro ao território inimigo. Leve uma C5 convosco e se autodestrua ao meu sinal.
O soldado 1407 tomou frente, despindo-se ali mesmo. Quando removeu a máscara, suas madeixas vermelhas ulularam com o vento, os olhos cinza e a pele branca como a lua. O traje e a máscara não permitiam identificar o sexo de um combatente até que ele estivesse despido de seu uniforme.
Agora, só restava a ela o sutiã e a calcinha. Outro soldado trouxe vestes típicas de um rebelde. 1407 as vestiu com nojo, escondendo a C5 no ventre. Antes de sair com uma AK inimiga em punho, hesitou. Tremia-se, mas o soldado sabia que não era por conta do frio. De repente, a voz do oficial surgiu:
— Lembre-se do seu dever.
Um tremor cobriu a espinha dos soldados (incluindo 1407) e, em uníssono, disseram:
— Roger that!
Não havia mais medo nos olhos dela, porque não havia mais nada. Ela correu através da nuvem de fumaça que fizeram surgir no pátio. Parados como estátuas, os soldados aguardaram a explosão. Enquanto uma miríade de fogo se formava no fronte, o soldado partiu, liderando o grupo. Tiros cortaram o vento, entremeados por gritos de dor e ódio.
O soldado não conhecia nenhum dos dois, pois o soldado não se lembrava do que era a ausência deles. O soldado atirou, enquanto um rebelde metralhava o vento, metade do corpo decepado pela explosão, as entranhas entornando corpo afora. O disparo que o soldado deu atravessou a testa do inimigo, e uma voz no fundo de sua mente pareceu lhe sussurrar “ótimo”.
O que restou da enfermaria a esquadra deu cabo com sangue quase tão frio quanto o dos cadáveres recém-formados. Quando se reuniram, a voz do oficial surgiu:
— Há um drone de transporte de feridos no prédio da ala leste. Um antiaéreo não permite a aproximação de nossos drones, por isso precisaremos de vocês. Percorram o quarteirão e eliminem todos que encontrarem pelo caminho até chegarem ao local.
Em uníssono, o responderam:
— Roger that!
Atravessaram as ruas como caçadores, enterrando granadas nas carcaças de blindados que os rebeldes usavam para se esconder ou despejando ácido nos bueiros, os gritos de dor escapulindo das entranhas do asfalto. De repente, um dos companheiros caiu ao chão, um disparo de atirador estilhaçando seu crânio. Tomaram cobertura imediata. O soldado disse:
— Eu pego ele, mas preciso de cobertura.
Enquanto os tiros de supressão cortavam o ar, o soldado cortou o vento em sua corrida. Pulou pelas caçambas até alcançar a escada de emergência do prédio em que o inimigo se escondia. Arrombou a primeira janela que apareceu em um chute, pulando para dentro. O atirador repousava o cano da arma sobre uma cadeira. Assim que o viu, girou a arma para acertá-lo. O soldado puxou o cano da arma para si, o disparo acertando o teto.
O chute que deu foi segurado e, juntos, foram para o chão. Uma sucessão de chutes e socos fez o soldado sacar sua faca, forçando-a contra a traqueia do adversário. Mas ele era forte. Enquanto grunhia, o inimigo disse:
— O que deu em vocês? Que tipo de monstro mata inocentes sem questionar?
De repente, o soldado se lembrou. Já tinha ouvido aquela palavra. Ouvira aquela mesma palavra havia muito. No fundo daquele casulo inaudito que poderia chamar de mente, as vespas começavam a se agitar, cada uma com uma memória diferente. Estava no colo de uma mulher enquanto lhe arrastavam para uma van, e ela gritava:
— Que tipo de monstro arranca um filho de sua mãe!?
O soldado não sentiu a cabeçada que o inimigo o deu, pois já não tinha certeza de quem era o inimigo. A faca se enterrou em seu ombro. Gritou com a dor, mas o que incomodava era não poder lembrar quem era aquela mulher. De repente, a voz de seu oficial foi ouvida:
— Mate-o. Lembre-se de seu dever.
Enquanto o homem colocava um projétil no fuzil de precisão, prestes a disparar contra si, o soldado se lembrou de que o homem era seu inimigo. Com um tremor, a dor sumiu, o ódio sumiu. A mulher sumiu. Nada disso importava. Arrancou a faca do próprio ombro com um puxão e, antes que o inimigo puxasse o gatilho, arremessou a arma branca em sua direção.
A faca se enterrou na testa dele, que tombou. O soldado foi até a janela, onde os companheiros aguardavam seu sinal. E o sinal foi dado. Em pouco tempo, o soldado estava de volta às ruas, atravessando becos até o prédio em que o drone estava localizado.
Outra esquadra aguardava as ordens quando chegaram. A voz do oficial pareceu sibilar, inundando-lhes em uma obsessão catártica:
— Só mais um alvo, soldados. Não parem até que o drone de transporte seja destruído!
Engatilhando e recarregando suas armas, os soldados gritaram:
— Roger that!
Cada andar lhes abraçou com uma armadilha diferente. Torretas automáticas, bombas caseiras, elevador lotado de lâminas ou despencando ao primeiro sinal, enfim, tudo para retardá-los. Cem subiram, mas apenas dez alcançaram o topo. O soldado estava entre eles. Enquanto atiravam, forçando os rebeldes a recuarem, a voz do oficial lhes segredou:
— Dividam-se. Metade para o antiaéreo, outra metade para o transporte!
E os soldados gritaram:
— Roger that!
O melhor jeito de matar um homem era dá-lo como morto antes mesmo que ele disparasse sua arma. O soldado sabia como matar, pois atravessou o crânio de todos que se interpunham entre ele e seu objetivo. Atrás, seguiam seus companheiros. O antiaéreo cuspia seus tiros enquanto o drone preparava o voo. Não poderiam sair do prédio enquanto tivessem feridos para serem levados. Mas o soldado se certificaria de que não ficassem feridos por muito mais tempo.
Com um gesto, direcionou metade dos soldados para o antiaéreo enquanto corria até o drone, as metralhadoras automáticas em seu encalço. Um dos companheiros tombou. Antes que o soldado pudesse ajudá-lo, uma voz surgiu em seus ouvidos:
— Não há tempo a perder. Use-o para chegar a salvo ao drone. Você é o único que resta.
Toda dúvida sumiu:
— Roger that!
Enquanto o companheiro agonizava de dor com os furos que a metralhadora cravava em seu corpo, o soldado alcançou a rampa que dava entrada para os feridos. Enfermeiros tentaram disparar contra si, enquanto aleijados em maca lhe agarravam com os punhos, tentando imobilizá-lo. Aqueles que não tinham punhos, cravavam os próprios dentes em sua perna. O soldado matou todos eles. Homem, mulher, criança, bebê. Até chegar à cabine do piloto. Estava bloqueada.
O drone já alçava voo, quase na vertical. O soldado cravou os punhos nos assentos enquanto os cadáveres despejavam numa cascata de carne pelo ar. O soldado começou sua escalada até que o drone voltasse ao nível horizontal. Achando que o soldado havia escapulido de sua carcaça, a cabine do piloto se abriu, para que somente então o soldado visse… Um companheiro? Um traidor! Empunhou a arma, mas antes que pudesse dispará-la foi abraçado pelo traidor, arremessado ao chão enquanto o fuzil voava para longe. O inimigo disse:
— Você não entende o que eles fizeram conosco, escuta! Eles…
A voz do oficial veio com tudo:
— Ele mente. Não escute suas palavras. Eu sou o dono da verdade.
O soldado grunhiu:
— Roger that!
Jogou o traidor para longe com uma joelhada. Antes que se levantasse, foi empurrado para a rampa. O inimigo cravou os dedos em seu ombro, direto no ferimento da faca. O soldado gritou de dor, no que o inimigo respondeu:
— Você tem que entender! É essa merda que tá fazendo a gente perder o controle. Só me escuta!
Mas o soldado não ouvia nada além das palavras do oficial, porque as palavras dele eram a verdade. E era a verdade que importava. Contorceu-se o suficiente para desferir um soco, que virou chute, e outro, e outro, até que o soldado voasse pelos ares e somente restasse a ele os pilotos.
Duas mulheres.
Estrangulou-as enquanto seus gemidos de dor evanesciam, transformando-se em assobios. Jogou seus corpos de lado, a voz do oficial surgindo novamente em seus ouvidos:
— Muito bem, soldado. Você fez um ótimo trabalho. Agora, lance o drone contra o prédio. Seu trabalho acabou.
O soldado hesitou:
— Mas, senhor, isso significa…
— Significa que você terá cumprido seu dever. E é isso que importa. Lembre-se de seu dever.
Um tremor percorreu a espinha do soldado. Ele tomou o controle do drone e, enquanto a silhueta do prédio se agigantava à sua frente, suas últimas palavras foram:
— Roger that!
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Plot Execução Escrita Estilo Desafio
PLOT: A premissa é boa, mas o enredo é ultra forçado: não fica evidente (a gente tem que inventar isso, interpretar) que há uma espécie de gatilho quando o soldado ouve “lembre-se do seu dever”; especiamente pq essa frase é fraca, não tem nada de marcante, nada que remeta a um código ou algo assim; é sutil demais pra ser minimamente verossímil como comando psicológico, ao estilo Soldado Invernal.
EXECUÇÃO: Me desculpe, mas o protagonista é muito raso na construção. Tá mais pra um recorte, não é? E como eu disse acima, quase tudo (sobre a trama e o personagem) a gente tem que interpretar, porque nem subtexto tem; o que tem são elementos obscuros que forçam a nossa interpretação. Não dá nem pra saber o contexto amplo dessa guerra, nem a motivação do protagonista (muito menos dos seus superiores).
E, poxa, não dá pra engolir violência que não constrói nem personagem, nem avança a trama; e tem muito disso aqui. Muitas decisões não fazem sentido e soam como algo só pra chocar mesmo (o que nem consegue, vamos ser sinceros?). Eu me sentir incomodado não é me sentir chocado. E aliás, me senti chocado com muitas cenas violentas em outros contos e romances, mas aqui, o tratamento emocional não é construído e a violência não tem força narrativa, servindo só como excesso estilístico.
Algumas coisas me incomodaram no cenário, como em “Algumas se sentaram e outras choraram, chamando pelos pais sem saberem que eles já fediam em algum beco da cidade”. Faz sentido mesmo que as crianças estivessem todas tranquilas e desavisadas (incluindo a professora e a direção da escola), eqto toda a cidade estava já despedaçada? Não me soou verossímil.
ESCRITA: A escrita está bem revisada. Não encontrei nada muito tenso em termos de pontuação. Mas algumas construções sintáticas parecem muito gpt e não fazem muito sentido, como logo no início: “Simples, audível; a marca da foice a rebrilhar as faces de desespero daqueles que a ouviam”. Apesar de algumas vezes não fazer sentido mesmo, e isso ser problema de escrita, vou deixar pra seção de estilo.
Em “O soldado estourou a cabeça dela”, soaria melhor “estourou sua cabeça” (e a frase já continua de novo com a fórmula sintática do gpt: “o som gelatinoso do crânio respingando nas outras crianças”).
Tiver que pôr algumas vírgulas também, como na fórmula “Um dia”, no início.
A frase “Um tremor atravessou sua espinha, a mente repentinamente coberta por uma nuvem que embalava tudo”, super cara de gpt, seria mais gostosa de ler com “cobriu-se”, que inclusive faria mais sentido.
Os gerúndios do estilo gpt muitas vezes de fato não fazem sentido, como em “O soldado puxou o cano da arma para si, o disparo acertando o teto”. Aqui, não é questão estilistica meramente. O verbo precisava estar no passado, ou ter suporte de um conectivo como “com”, antes de “o disparo”.
ESTILO: O texto começa com uma proposta literária, com algumas repetições (que não gostei muito) e fórmulas estilísticas que mostram uma preocupação importante. O problema é que isso logo desanda e muita coisa sem sentido começa a aparecer, até degringolar e o estilo mudar (ao meu ver, pra melhor, mas já explico).
No início, há uma frase posta isolada cujo isolamento não fez sentido: “Uma criança abraçou suas pernas”.
O maior problema estilístico está no uso excessivo da sintase estilo gpt. Fora os exemplos que já mostrei, tem pelo menos estes:
– O soldado deu uma joelhada nela, todos os dentes da boca tiritando sobre o chão
– Aquiesceram uns aos outros, os uniformes cobertos de fuligem, fumaça e sangue.
– Uma esquadra inteira guardava o pátio, tiros interrompendo seu ímpeto.
– O soldado atirou […] as entranhas entornando corpo afora.
Curiosamente, depois de “acertando o teto” (listado na seção ESCRITA), não há mais a ocorrência dessa estrutura, mesmo havendo muitos momentos idênticos, onde se esperaria que ela aparecesse. Eu preferiria tudo assim, mas, de qualquer forma, isso é uma inconstância estilística.
Pode ser que a galera em geral não perceba essas coisas e, por isso, não se preocupe. Mas eu percebo, me preocupo e preciso dizer, porque esse critério serve pra isso, certo? rs
DESAFIO: Me parece que, se cumpre o desafio, o faz na rapa msm: as mudanças não são NUNCA de visão de mundo, mas comportamentais meramente. Outro problema é qual situação exatamente aconteceu, e que não é explicitada, causa a mudança: não fica tão claro que é nesses momentos de “roger that” que a coisa acontece (digo, a mudança [e, se é, mais uma vez: não é mudança de cosmovisão]), nem que houve algum episódio em torno disso (que no caso teria sido uma lavagem cerebral ou algo semelhante [e que de fato não implica em mudança de cosmovisão]).
Plot Execução Escrita Estilo Desafio
Não sei se esse conto se enquadra num conto brutalista, mas o que me incomoda nesse gênero/estética/sei-lá é que ele facilmente cai numa glorificação da violência que não leva a lugar algum. Nós vemos toda essa violência, mas a que ela serve? Existe alguma condenação de tudo isso? E para além dos aspectos exteriores à obra, que diferença faz para mim, leitor, saber como uma criança morreu? Para mim tudo isso aparece de maneira gratuita ao longo do conto, não prestando nenhum serviço à obra e nem às suas possíveis implicações.
Dito isso, o plot é bom, entendemos o que está acontecendo, é uma super-soldado que foi sequestrada e transformada numa máquina de guerra. Ideia legal, que tem muito a se basear dentro da ficção desde histórias mais surreais como Capitão América até histórias mais pé-no-chão como Full Metal Jacket.
Mas o que me incomoda é a execução. Além do aspecto que já comentei (que pode fazer parte de uma certa escola de escrita), me parece que a soldado muda de gênero ao longo do conto… E há também a presença daquelas palavras que estão ali só pela sonoridade, mas não tanto pelo seu significado (madeixas podem ulular?).
Mas é bem escrito, bem estruturado, a narrativa flui naturalmente. Só que isso também é problemático, porque quando um conto brutalista é mal escrito, você não consegue imaginar as suas cenas de forma clara. Aqui não, somos capazes de imaginar o que nos é apresentado e isso é triste demais.
O estilo deixa a desejar em algumas passagens, como a já mencionada madeixa que ulula, mas é competente. E de novo, talvez competente demais para a estética adotada.
E por fim, pelo que li dos outros desafios, acho que o cumpre, pois temos uma pessoa que era normal e foi transformada num super-soldado, sem maiores detalhes. Muito convencional, especialmente considerando os outros contos escritos para o desafio, mas acredito que cumpre o que foi solicitado.