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Diversão familiar

Ela o abraçou pelas costas, seu corpo deitado sem movimentos, assoprou uma mecha de cabelos da orelha dela e disse:

— Vamos?

— Não — ela respondeu com secura.

— Só 10 minutinhos?

— Não.

— 5 então?

— Tampouco.

— 2?

— Só você vai se divertir.

— Você só não pegou o jeito ainda, vai gostar.

— Tenho dor na minha cabeça.

— Desculpinha…

— É sério, hoje não…

— Vamos! — ele insistiu. Amassou sua cabeça contra a dela, que por sua vez afundava no travesseiro.

— Me deixa, homem! — ela bradou. — Se vira sozinho!

— Não tem graça sem você.

Ela se virou e a primeira coisa que seus olhos encontraram foram os dele. Brilhavam como estrelas e ele segurou a respiração por um minuto. Ela suspirou e então disse:

— Porque você insiste? Ontem eu já não queria…

— Mas ontem estava indo — ele falou. — Até que…

— Até que não foi mais!

— Não seja assim…

— Assim como? Eu te disse, eu nunca fiz isso!

— E você pediu paciência…

— Sim!

— E é só disso que se trata isso, paciência…

— Que hoje eu não tenho.

Bufando, ela se virou de costas para o marido e encolheu-se juntando todos os cobertores. Ele pousou a mão no ombro dela, sentiu ela se encolher, mas não negá-lo, então aproximou-se novamente, beijou um pedaço de sua nuca que aparecia por baixo dos cabelos e insistiu:

— Podemos usar algo…

— Não! — ela resmungou.

— Alguma coisa que facilite.

— Jamais!

— Por que não?

— Porque isso é trapaça.
— Não é se for te ajudar…
— Não vai me ajudar, porque eu não quero ser ajudada.
— Vamos fazer do jeito difícil então…
— Não vamos fazer de jeito nenhum!

Ele insistiu, mas apenas esfregou o rosto no pescoço dela, misturando cabelo, pele, suor e carinho, fazendo-a soltar uma risada.

— Você é…
— Eu sou! — ele murmurou.
— Você não presta!

— Longe disso, eu presto para muitas coisas, sim, senhorita.
— Senhora agora!

Ela estendeu a mão para fora do cobertor e mostrou a aliança. Ele segurou a mão dela e apertou com força. Ela o encarou novamente e ele a encarou de volta. Ela mantinha um olhar que não indicava uma abertura possível e ele exibia um rosto que indicava uma insistência por vir.

— Não tente me convencer… — ela lamuriou.
— Você só precisa de um empurrãozinho.
— Eu só preciso de uma noite de sono.
— Vai dormir melhor depois disso.

Ela riu. Jogou o cobertor para longe e disse:

— Você não existe!
— Nem um pouco — ele concordou.

E a beijou, deixando o quebra-cabeça de 10.000 peças sem montar na mesa onde jantavam todos os dias desde que se tornaram marido e mulher.

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