Estavam reunidos no chalé do vô Antônio, como de costume, nas férias escolares. Neste período do ano, o sítio tornava-se um refúgio da correria urbana. Nada de celulares, computadores, televisão ou coisa do tipo, o único sobrevivente da tecnologia era o rádio da avó Helena, sobre o balcão da cozinha.
Durante o dia as atividades naquele paraíso campestre eram sem fim: pescaria, banho de rio, caçar pequenos pássaros na mata, trepar em árvores para catar frutinhas, procurar pedras preciosas, o limite era a imaginação.
À noite, após a janta, as crianças se agrupavam sobre o macio tapete de couro bovino na sala para ouvirem histórias contadas pelos avós, memórias e lendas de antigamente, ou a leitura dos velhos volumes da estante.
Nesta noite fria chovia forte e o vento fazia espatifar gotas pesadas contra a vidraça acima da lareira, quando vó Helena encerrou a leitura de João e Maria, numa velha coletânea dos irmãos Grimm, fechou o livro e pousou o óculos sobre a capa.
— Por isso não quero vocês zanzando no mato quando escurece — disse a senhora. — João e Maria tiveram muita sorte de escapar da bruxa, mas nunca se sabe..
Os netos trocaram olhares, murmúrios, risadinhas; uma tora estalou na lareira.
— Tem graça, vitinho? — perguntou vô Antônio, abrindo a caixa do cachimbo.
— O Arthur, a Amanda, o Gustavo e o Lucas também riram.
— A gente não é criancinha, vô, bruxas só existem nessas historinhas. — disse Amanda.
— É verdade. — disse Arthur. — Monstros não existem.
— São historinhas para criancinhas, eu já sou gran.. — dizia Gustavo em pé, confiante, quando foi interrompido por uma rajada que fez uma multidão de gotas explodirem na janela, e ele pular para perto da poltrona do vô.
— Conta uma história de terror. — pediu Vitinho.
— Mas não desses livros de criancinha, uma de verdade. — complementou Amanda.
— Conta, vô, por favor. — disse Lucas.
Seu Antônio ajeitou o corpo magro na velha poltrona enquanto socava o fumo no fornilho. Apesar de muito doce e cuidadoso com os netos, tinha um rosto sério e seco, envelhecido, de quem guarda experiências da vida.
— Já contei a do mulato?
— Antônio, acho que por hoje já chega de histórias. — disse Helena, com olhar sugestivo.
A censura da avó causou protestos.
— Ah, não, só mais uma. — disse Vitinho
— Ainda não, vô.
— Conta essa, por favor.
— Por favor, por favor.
Antônio fez um gesto e as crianças calaram, então dirigiu o olhar rogatório para Helena.
— Eles já estão grandinhos, meu bem, já estão grandinhos. E são recém nove horas. — disse Antônio.
As crianças entenderam, inconscientemente, que precisavam reforçar o pedido e olharam todas, com o mesmo olhar de súplica, para a avó, que cedeu.
— Vá em frente. E vocês prestem atenção, depois digam se não há monstros por aí! — disse a velha, retirando-se para os afazeres da cozinha.
Os netos achegaram-se às pernas do vô, ansiosos, formando uma meia lua em frente a poltrona.
O velho experimentou o fluxo do cachimbo, acendeu o fósforo e deu uma fumada, pegou o pilão e socou a brasa fazendo a “cama” no fornilho, fumou uma segunda vez e soprou a densa fumaça branca para o alto, pousou a mão com o cachimbo no braço da poltrona e começou.
— Isso aconteceu há muitos anos, na época eu era só uma criança igual a vocês e… — Foi interrompido.
— A gente não é mais criança, vô!
— Eu vou fazer 10 anos, sou pré-adolescente. — disse Gustavo em pé, era o caçula do grupo.
— Quietos! — ordenou Antônio. — Se querem ouvir a história não interrompam, senão vou pra cama.
Amanda deu um puxão no braço de Gustavo, que sentou-se em meio aos olhares furiosos dos primos.
— Eu dizia que era do tamanho de vocês, 11 ou 12 anos, e tinha dois irmãos, Álvaro e Ademar. Eu era o mais velho, Álvaro um ano a menos e Ademar três. Vivíamos juntos, pra cima e pra baixo, caçando, pescando, chutando bola, correndo o gadinho ou ajudando papai. Mas a gente gostava mesmo era de acampar no rio.
Tínhamos um barquinho de madeira com uma rabeta, embarcávamos com as tralhas de acampamento e íamos rio acima procurando uma ilhazinha. Se as boas já tinham gente acampando, aí tinha que ir atrás de outra ou dividir a ilha. Nunca gostei de dividir a ilha com estranhos e papai também não.
Naquele dia apoitamos na ilha da corredeira, o rio estava numa altura e cor boa, me lembro disso. Papai encostou o barco nas pedras e descarregamos lonas, cordas, barraca, colchonete, potes com comida e bebida, enquanto ele foi atrás de lenha.
Naquele tempo as crianças faziam mais, eu e Álvaro já sabíamos levantar acampamento e pilotar o barco, enquanto Ademar ajudava a mamãe.
Naquelas ilhas de pedra a vegetação é só sarandí e poucas árvores, tínhamos que encontrar um bom lugar para estender a lona por cima e amarrar nos galhos. A vegetação se concentrava adentrando a ilha, eu e Álvaro achamos ali um lugar perfeito onde o mato recuava, em forma de ferradura, e ali estendemos por cima a grande lona azul, parecendo a cabeça azulada de um cogumelo. Depois a lona de chão, menor, onde armamos a barraca em cima. Papai localizou o topo azul no meio da mata e veio arrastando um pau de lenha maior que o Ademar, largou a tora ao lado e analisou o local, acenou com a cabeça aprovando o serviço e saiu buscar mais.
Mamãe e Ademar vieram trazendo o resto.
Logo o fogo estava aceso, o acampamento montado, mamãe nos preparativos do almoço, eu e os meninos nadando e papai pescando com a linha de mão.
Não demorou para ele fisgar um bom dourado, 4 ou 5 quilos. Entregou o peixe para mim e Álvaro limparmos e levou Ademar consigo.
Raspei as escamas com a faca e abri o peixe, Álvaro, esperto, foi até o barco e trouxe a linha de mão, fisgou no anzol um pedacinho das tripas e lançou próximo a corredeira. Levei o peixe para papai temperar e quando voltei Álvaro limpava um belo mandí amarelo, disse que iria assá-lo numa fogueira nossa, das crianças, e eu comprei a ideia, faríamos uma pequena fogueira distante do acampamento, nós três, e assaríamos nosso próprio peixe num espeto de madeira. Meus irmãos sempre foram meus melhores amigos, tenho muita saudade deles.
Almoçamos dourado assado com arroz branco e salada, uma delícia, e pedimos autorização a papai para fazermos nosso peixinho mais tarde, ele disse que se mamãe concordasse tudo bem, ela achou graça da ideia, mas permitiu, desde que não fôssemos muito longe do acampamento.
Após a sesta acordei os meninos, já devia ser quatro horas, por aí, e se quiséssemos fazer o peixe deveríamos começar logo, Álvaro ficou encarregado de achar um bom lugar enquanto eu e Ademar íamos pegar gravetos e lenha.
Costeando a vegetação por uns 30 metros do acampamento, Álvaro encontrou uma abertura no mato, uma trilha estreita, que não havíamos percebido antes, e que adentrava uns 5 metros dando numa espécie de clareira. Ele marcou a entrada com algumas pedras e foi correndo nos chamar, entusiasmado com a descoberta.
Entramos, arranjamos a lenha por cima de uns galhos secos de sarandí e acendemos a fogueira. Cada um fez seu próprio banquinho empilhando pedras. Escutamos mamãe chamar, Álvaro foi temperar o peixe e ver o que ela queria.
Quando ele voltou reparei no pôr do sol, se não fosse pela fogueira em pouco tempo estaríamos no breu ali dentro do mato. Mamãe havia dito que o tempo estava se armando. A labareda tornou-se brasa, perfeita para assar, e esticamos o espeto sobre o calor, apoiado nas pedras, enquanto conversávamos.
Quando percebemos, as nuvens pretas dominavam o céu, escurecendo a ilha.
O lume da brasa mal chegava aos nossos pés, nem para ver se o peixe estava pronto dava e, de repente, fomos envoltos pela escuridão. Nesse momento o vento aumentou, remexendo o mato e trazendo o cheiro de chuva. Ademar levantou e veio para perto de mim, com medo, eles esperavam que eu desse as ordens.
Com calma falei para irem os dois até o acampamento pegar fogo e um pouco da lenha empilhada ao lado da fogueira, o peixe já devia estar quase assado, comeríamos e então voltaríamos antes da chuva cair. Mal terminei de falar e os dois saíram logo, apressados de medo, o que me fez rir daqueles dois, macacos velhos de acampamento e amedrontados por um mal tempo. Mas, quando a graça acabou, o silêncio somado à escuridão começou a fazer efeito em mim também.
Não enxergava um palmo à frente do nariz, tudo preto, sentia apenas a brisa gelada passando, e então vi, quando o vento soprou sobre as cinzas, que restava uma tênue brasa, cobri aquele monte de cinzas com sarandí seco, soprando para que o calor pegasse nas folhas, mas nada.
Os meninos não chegavam e me ocorreu que no escuro jamais achariam a entrada. Tirando o assovio do vento, o silêncio era total.
Chamei-os pelos nomes “Álvaro, Ademar”, sem resposta.
Falei para mim mesmo “nunca acharão a entrada, melhor voltar logo”. Quando me preparei para levantar, o vento cortou o mato e soprou as cinzas, cegando-me os olhos e atiçando a chama nos galhos. Ainda sentado abaixei o rosto, num reflexo, esfregando os olhos para tirar a cinza, quando senti uma presença.
Nesse instante da recordação, o olhar das crianças foi atraído para o braço de seu Antônio, a mão apertava o cachimbo morto e os pelos se erguiam, eriçados. Ao notar, esfregou para esconder o arrepio, e continuou.
— Assim que voltou-me a visão, a luz do fogo era suficiente para distinguir aquilo no banquinho de pedra do outro lado da fogueira e de frente para mim, me encarando, uma silhueta negra, uma sombra.
Com o rosto abaixado eu o via dos pés à cintura e fiquei paralisado, congelado de puro medo, minha respiração ficou difícil, pesada, como se estivesse sendo esmagado, não consegui abrir a boca e gritar, também não consegui fechar os olhos ou erguer o rosto para encarar ele de volta.
Me faz mal lembrar, até hoje.
Aos poucos a chama foi morrendo e a iluminação junto, fiquei ali estacado o tempo inteiro, até a escuridão misturar tudo, então minhas pernas obedeceram e eu consegui sair, de mansinho, costeando o mato até chegar no acampamento, os pingos começando a cair.
Por causa do vento forte papai havia abaixado as pontas da lona quase até o chão, a lona parecendo um boné azul e sem aba. Me aproximei, levantei uma ponta e entrei, um pouco molhado. Mamãe veio até mim e me abraçou forte, os meninos sentados perto do fogo estavam quietos com cara de criança que levou bronca, papai me olhava meio brabo, meio aliviado. Achei que ia apanhar de cinta.
Sentei na entrada da barraca, ainda sem falar, confuso, mamãe fazendo perguntas que eu não entendia enquanto me secava com a toalha, e papai, agitado, falava alguma coisa para Álvaro e Ademar.
Passado um tempo pedi água, bebi. Os meninos falaram que perderam a entrada no escuro e que me chamaram, mas que eu não respondia. Papai e mamãe preparavam-se para ir atrás de mim quando eu apareci. Mais calmo, contei primeiro para mamãe o que aconteceu, depois todos ouviram. O que papai contou então, nos gelou até os ossos.
Contou que há muitos anos uma família de ribeirinhos tentava atravessar o rio numa canoa à remo, bem naquela altura da ilha, o rio estava ruim, chovia, a corredeira impiedosa tragou a canoa com família e tudo.
Depois da tragédia passaram a correr histórias de pescadores e ribeirinhos que, pescando próximo da corredeira ou acampando na ilha, viam ou ouviam coisas do tipo. Vozes pedindo ajuda, barulho de coisas caindo no rio, coisa grande e pesada, clarões na mata à noite, essas coisas.
Passaram a chamá-la de corredeira do mulato, pois dizem ainda ver o mulato por ali, ele aparece, mergulha no rio e some. Dizem que procura sua família.
Seu Antônio pousou o cachimbo apagado nos lábios, tragou e soprou apenas o ar, absorto.
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Plot Execução Escrita Estilo Desafio
O autor parece ter um vício de escrita que deve ser notado e corrigido. E o aponto primeiro, pois salta os olhos em uma primeira leitura.
Trata-se de concluir uma ideia em uma sentença, mas não finalizá-la com a pontuação adequada, preferindo a vírgula, gerando uma oração extensa e confusa.
Seguem alguns exemplos que se repetem por todo o texto.
“Nada de celulares, computadores, televisão ou coisa do tipo,…”
Mude para:
Nada de celulares, computadores, televisão ou coisa do tipo.
“procurar pedras preciosas, o limite era a imaginação.”
Mude para:
procurar pedras preciosas; o limite era a imaginação.
“madeira com uma rabeta, embarcávamos com as tralhas…”
Mude para:
madeira com uma rabeta. Embarcávamos com as tralhas…
***
“Nesta noite fria chovia forte”
Não seria “Naquela”? O “nesta” dá a entender que o Narrador faz parte da história de alguma maneira.
***
Fora o vício, é uma leitura bem tranquila, com um uso de um vocábulário próprio de quem conhece a arte de acampar, o que foge do conhecimento desse avaliador urbano. Mas não há prejuízo ou desgaste. Não é um especialista em uma área querendo expor um conhecimento nichado. Atribuo mais à minha ignorância do que um problema sério a ser apontado.
*
O plot tem tudo para ser interessante, mas é simples, bobo e não passa de um sustinho no final. Nada acontece, nenhum evento que seja realmente marcante. Não que a aparição do mulato não tenha sido bem escrita, como falarei na avaliação da execução, mas é que isso não teve implicações. Decepcionei.
**
Ainda que seja um plot ruim, ele é muito bem construído. A tensão, a ocasião em que a história foi contada, o ambiente sendo preparado a ponto de fazer esquecer que é uma história de com conto fantasmagórico na narrativa do avô, a desculpa que o autor usou para continuar contando sua história em uma narrativa fluida, sem ser interrompido por uma renca de moleques, tudo isso colabora para uma leitura muito prazeirosa. Os vícios da escrita apontados são uma trava na fluidez, mas, uma vez notados e corrigidos mentalmente, apresentam uma experiência divertida e intrigante, até o final decepcionante.
****
Não há tantos requintes que possibilitem compreender o estilo do autor. Há uma perícia habilidosa em mudar o estilo da narrativa de forma justificada, no próprio texto. A narrativa em terceira pessoa dá lugar a um texto em primeira pessoa, contada pelo avô. E, há expressões próprias da fala que são postas, acredito eu, propositadamente pelo autor, como o início com o pronome oblíquo em: “Me aproximei, levantei uma ponta e entrei, um pouco molhado.”.
Porém, há expressões próprias da fala ou da personalidade que são colocadas de forma injustificada e não repetida pelo narrador. Como em “trepar em árvores para catar frutinhas”. Esse diminutivo é marca de estilo? Está desconexo com o resto do estilo da narrativa, e volta a aparecer na fala-narração do avô (pedacinho, banquinho, peixinho).
*****
Quanto ao desafio, sou do time de que é muito fácil cumprí-lo. As crianças falavam de histórias de terror, e por mais que a história do avô seja ruim (pelo final, não pela narrativa), trata-se de uma história de fantasma, expressamente mencionada.
SUGESTÃO
Minha sugestão é quanto a melhorar o pior elemento que avaliei. O plot. Que tal se o avô contasse que tinha dois irmãos e as crianças estranharem? “Dois, não era só o tio Ademar? E essa história ser sobre o como o tio Álvaro desapareceu com o mulato. Seria tenso. E o avô tivesse ficado cego na mesma ocasião (talvez de um só olho). Ou, quem sabe, fosse revelado que o mulato continua a aparecer para o avô, e que eles estão, agora, no lugar onde ele viu o mulato a primeira vez, com um encerramento aberto, sugerindo ao leitor que há algo estranho acontecendo enquanto a narrativa acontece. Enfim, há diversas maneiras de tornar o plot mais interessante. Aliados à sua narrativa cativante, há um excelente potencial.
SUGESTÃO EXTRA
Porquê MULATO? É um nome genério demais. Ele o viu no escuro, podia ser branco, negro, não se via muita coisa. Que tal uma simples APARIÇÃO. Corredeira da Aparição. Se quiser ser menos óbvio: O HOMEM NA CORREDEIRA.
Plot Execução Escrita Estilo Desafio
Um conto fantasmagórico não precisa, necessariamente, ser um conto de terror, mas em qualquer caso, ele se vale muito do suspense dentro da narrativa. Uma das formas mais consagradas de se criar um suspense numa narrativa curta é apresentar ao leitor uma ação no primeiro parágrafo e, apenas no segundo, contextualizar essa ação. Esse conto ganharia mais pontos de execução se começasse com as crianças numa roda junto dos avós para só depois apresentar ao leitor o contexto de férias escolares e isolamento da tecnologia.
Mas fora isso a criação de uma atmosfera de suspense onde a ação congela o tempo é muito bem feita, salientando uma estética de terror interiorano, caipira, que é capaz de aterrorizar ao dicotomizar elementos familiares com estranhos.
Nesse sentido tanto o estilo quanto o plot ganham destaque e prendem o leitor.
Apenas a leitura pode ficar meio truncada, porque o escritor é inimigo do ponto final, obrigando o leitor a colocá-lo onde não há para se sentir imerso na atmosfera misteriosa do conto. Sem contar as adaptações que fazemos enquanto imaginamos o avô contar a história, afinal, qual fazendeiro velho usa “para” ao invés de “pra”? Alguns detalhes poderiam enriquecer ainda mais o estilo.
O final se sobressai aos pontos fracos, cumprindo com originalidade o desafio e alinhando o conto a uma certa tradição de histórias fantasmagóricas interioranas já mencionadas nesse review.
Muito bom!
Plot Execução Escrita Estilo Desafio
Eu adoro histórias de terror, principalmente aquelas contadas ao redor da fogueira na casa de algum parente. O autor consegue captar essa “vibe” que mistura o nostálgico com o novo, enquanto acompanhamos uma narrativa simples e que serve o propósito da narrativa perfeitamente: aquele tom fantasmagórico ao narrar, em retrospecto, um fenômeno intrigante. Gostei da ambientação e das descrições que, mesmo simples, conseguem dar voz a esse senhorzinho.
Além disso, gostei da honestidade do clímax. Não é nada espalhafatoso, e se percebe a sinceridade da história. Confesso que gostaria que a sequência fantasmagórica fosse um pouquinho maior, mas, de um jeito ou de outro, o autor demonstra potencial em criar o suspense típico do gênero.